Capítulo 23

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    Os pais dos meninos passaram a odiar Naiara, desde a primeira vez que ela tentou algo com o filho mais velho. Então seria uma situação complicada e desconfortável pra todo mundo, principalmente pra Naiara e Otto. Ele estava tão nervoso, que jurou que estava prestes a fazer uma prova, e não só participar de um jantar em família. As horas passavam lentamente desde que Otto deixou o irmão e a cunhada em casa, ele voltou de Uber, já que havia pego o carro do irmão. Os pais dele não estavam em casa, mas a moça que trabalhava lá, já tinha metade do jantar, e isso só fazia o frio na barriga de Otto aumentar consideravelmente.

    Naiara já estava chegando na casa dele, ela decidiu chegar mais cedo porque queria conversar com Otto antes de todos estarem presentes. Bete e  Otávio tinham chegado a menos de 10 minutos, e estava na sala com o filho.

    – Quem é a sua nova namorada, em?

    – Vocês vão conhecer logo. Mas subam antes que ela chegue, quero acalmar ela antes de falar com vocês. – Otávio sorriu.

    – Como você é chato. Até parece que nunca recebemos uma namorada sua em casa.

    – Mas essa é diferente. – Ele se levantou – Vai, sobe. Anda mamãe, para de me olhar assim.

    – Bobo. Eu já to indo, calma. – Bete sorriu beijando o rosto do filho – Não precisa ficar nervoso. A gente vai gostar dela, e se for alguém que não gostamos, vamos nos acostumar a não irritar ela.

    – Mamãe! – Repreendeu – Vai embora, anda. Tchau. Por favor!

    Bete saiu junto com Otávio tentando não rir do nervosismo do filho, mas mal sabiam eles, que a nova integrante da família é a pessoa que eles mais sentem nojo e desprezo. Obviamente eles iriam lidar com isso pelo bem do filho e do futuro neto, mas também não vão garantir que vão aceitar as provocações da mulher. Otto estava contando os minutos desde que Naiara avisou que tinha saído de casa. A campainha tocou, fazendo Otto tomar um grande susto, mas logo ele respirou fundo e foi atender. Naiara já estava com 14 semanas de gestação, por medo de tantos diagnósticos dos médicos, eles esperaram até os três meses pra ver se ela não iria perder, e só depois de confirmar que o bebê estava bem, eles decidiram contar.

    Ela vestia uma calça de alfaiataria em um tom verde musgo, com uma blusa mais curta em um tom marrom um pouco acinzentado, e nos pés um tênis branco. Como de costume, seus cabelos longos estavam soltos e levemente ondulados. Ela sorriu assim que viu Otto, e percebendo seu nervosismo tocou no ombro dele.

    – Relaxa! – Ela disse – Eles não têm que me aceitar, têm que aceitar nosso filho. E acabou, ok?

    – Você não tá nervosa?

    Naiara deu de ombros.

    – Seus pais já me odeiam, seu irmão e a mulherzinha dele também – olhou pra Otto – não terei surpresa. Mas eles vão ter quando descobrir que o seu filho tá dentro de mim.

    – Pode colaborar em relação ao Gabriel e a Maraisa? Sério. Vocês se odeiam, eu sei, mas por favor, colabora.

    – Eu não vou prometer nada. Não vou fingir ser alguém que não sou, Otto. Meu compromisso é com você! – Ele suspirou – Inclusive, você tem certeza do pedido que me fez mais cedo, não é?

    Depois da conversa com o irmão e a cunhada no telefone, Otto decidiu realmente oficializar alguma coisa. Ele pediu Naiara em namoro, queria algo sério e fixo. Eles precisam disso agora.

    – Sim. Óbvio. – Otto sorriu – Não tenha dúvidas disso.

    – Ok. Onde estão todos? Já são 18:30.

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