Enquanto isso, na mansão em Cancun da qual Sharon foi dona e que agora é de Luna (ela a comprou meses depois da prisão de Sharon), lá estão Cato e Amanda. Desde que os dois se casaram, eles se desvencilharam da mansão Benson e passaram a viver uma vida comum em um bairro de classe média no centro de Buenos Aires. Belo dia, eles resolveram fazer uma visita a Cancun. Passaram os dias no balneário da nação asteca justamente na velha mansão de Sharon.
Tomada por um acesso de curiosidade, Amanda resolveu dar uma olhada nas caixas de revista da mansão e descobriu umas revistas bem antigas, que outrora pertenceram aos finados Bernie e Lili. Lá ela encontra algumas revistas esportivas, em especial revistas sobre futebol e Fórmula 1 (na verdade, automobilismo em geral) que pertenceram a Bernie. E também encontra umas revistas sobre turismo e viagens, que pertenceram a Lili. Todas elas milagrosamente sobreviveram intactas ao incêndio da Mansão Benson há 20 anos e foram enviadas a Cancún logo depois que Sharon adquiriu a mansão.
Em uma dessas revistas, uma revista de novembro de 1997 que traz na capa uma matéria sobre Damasco, a cidade que foi a capital do Califado Islâmico no tempo da Dinastia Omíada (661 – 750) e que hoje é a capital da República Árabe da Síria, ela descobriu algo bem interessante após dar uma folheada na mesma. Um pedaço de papel cai da revista. Amanda resolve lê-lo e descobre que tem um verdadeiro achado arqueológico em mãos. É nada menos que o autógrafo que os pais biológicos de Luna e Sol Benson receberam do patinador francês Philippe Candeloro, quando foram passar a lua-de-mel na França em 1998.
Logo Amanda mostrou o achado ao marido. "Veja só Cato, veja só o que achei em uma dessas revistas que achei! Um autógrafo do Philippe Candeloro aos pais biológicos da Luna! Não é incrível?", diz Amanda. "Meu Deus do Céu, mas isso é um verdadeiro achado arqueológico, minha Panda Amanda. O Philippe Candeloro era um famoso patinador francês. Ele foi medalhista várias vezes em competições de patinação no gelo, incluindo medalhas de bronze nos jogos olímpicos de inverno de Lilihammer em 1994 e de Nagano em 1998. Tenho certeza que a Luna vai adorar saber disso", responde Cato. "Quando voltarmos à Argentina levaremos esse autógrafo a ela", diz Amanda. "Mas é claro. Será um presente e tanto para ela", responde Cato.
Longe dali, Sharon depois de muito tempo dá sinais de vida. Ela foi presa em decorrência do incêndio na mansão ocorrido há 20 anos. Por causa disso, ela recebeu uma pena de 10 anos por homicídio doloso. Pena essa que pode parecer não muita coisa à primeira vista, mas que para uma mulher de meia-idade como Sharon, é praticamente uma sentença de morte. Mas, embora tenha sido condenada a viver uma década atrás das grades, isso na verdade não é problema para Sharon. Ela prefere ficar na prisão a conviver com o pai dela na mansão.
O fato é que nesse tempo todo em reclusão, Sharon achou um pouco de paz consigo mesma e abandonou o ódio que antes sentia pela família Valente e por sua sobrinha Luna. Mas, por mais que ela tenha tentado, nunca abandonou o ódio que sente pelo pai dela. Sharon acha que o senhor Bilder foi um péssimo pai para ela (em especial depois do falecimento da mãe dela) e que o sorriso dele exala falsidade e hipocrisia. "Aquele velho miserável! Como pode! Por causa dele minha vida foi arruinada! Ele me paga, e caro!", diz Sharon na prisão. Sharon está determinada a ferrar com o pai dela, e em seu íntimo sente que tem uma bala de prata para isso. "Aquele velho asqueroso, ele me jogou no inferno, mas não ficar impune assim por muito tempo! Ele ainda virá comigo!", e em seguida começa a gargalhar de forma diabólica.
Na noite do mesmo dia, Sharon sonha com lembranças de um passado longínquo. Mais precisamente, de quando as sobrinhas dela nasceram. Na época, ela se afeiçoou muito a uma delas em especial, Luna Benson. Em uma das cenas, Sharon pega Luna no colo e a carrega como se fosse a filha biológica dela. "Quem é a minha sobrinha mais sapeca? Hein, quem é?", pergunta Sharon à Luna, que por sua vez começa a rir. Em seguida, Sharon abraça Luna, e a expressão de satisfação no rosto dela era mais que evidente. Em seguida, cenas de Sharon ajudando sua irmã Lili a cuidar das sobrinhas dela surgem. Em uma delas, ela aparece trocando a fralda de Luna enquanto que Lili fazia o mesmo com Sol. E em outra, Sharon aparece dando de mamar para Luna enquanto que Lili e Bernie faziam o mesmo com Sol.
E, bem na hora em que terminam as lembranças do passado terminam, surge um vulto de fogo. E desse vulto de fogo surge uma garota de cerca de 20 anos de idade. "Oi, tia", diz a garota a Sharon. "Mas quem é você?", pergunta Sharon. "Sou sua sobrinha tia Sharon", a garota responde. "Mas você é a...?", pergunta Sharon. "Sim, tia, e vim aqui lhe dizer que ainda estou nesse mundo", a garota, que revela se tratar de Luna Benson, responde e em seguida some da vista de Sharon também em um vulto de fogo.
Sharon acorda minutos depois. "Mas que sonho é esse que eu tive?", pergunta-se Sharon. "Não, não pode ser. Não tem como ela estar viva. Ela foi abandonada no meio do nada, não tinha como ela sobreviver ali, daquele jeito. É mais fácil o Bernie e a Lili reviverem que ela ainda estar viva", diz Sharon, respondendo a si mesma. Lembranças do passado distante dela vêm à tona, e ela começa a chorar. "minha sobrinha querida e amada, que se foi tão cedo, como isso pôde acontecer?", se pergunta a senhora Benson, que por dentro sente uma sensação da qual nunca sentia há tanto tempo, como se sua alma tivesse sido estilhaçada por dentro. Sharon chega à conclusão de que o período entre o nascimento das gêmeas e o abandono de Luna Benson foi a época mais feliz da vida dela.
Horas mais tarde, a senhora Benson recebe a visita de Âmbar. "Bom dia, madrinha", diz Âmbar a Sharon ao revê-la depois de certo tempo. Sharon e Âmbar se emocionam ao se reverem. De tempos em tempos, Âmbar visita sua madrinha na prisão. Nos últimos meses, Âmbar, que continua namorando firme com Simón, decidiu voltar a viver com Silvana, sua mãe biológica, e Sebastian, seu pai biológico. Âmbar decidiu viver com seus pais biológicos por achar o ambiente na mansão Benson não muito adequado a ela, além de não suportar a falsidade do senhor Alfredo.
Ao rever Âmbar, Sharon começa a chorar como se fosse uma criança. "Madrinha, o que está acontecendo contigo?", pergunta Âmbar. "É uma longa história", Sharon responde. A Senhora Benson conta sobre o sonho que teve na última noite, em detalhes. "E quem é essa Luna Benson que apareceu no teu sonho, madrinha?", pergunta Âmbar. "Âmbar, saiba de uma coisa – a Luna, quer dizer, a Sol Benson, na verdade, tem uma irmã gêmea", diz Sharon. "Mas, como madrinha, como isso é possível? E por que você nunca falou nada disso para mim antes?", pergunta Âmbar, que ficou muito surpresa e estarrecida ao saber dessa. Afinal, nunca lhe passou pela cabeça que a Luninha tem uma irmã gêmea. "É algo extremante doloroso para mim, tão doloroso que é um passado sobre o qual sempre evitei revirar. Até mesmo para o meu pai e os pais da Luna esse assunto virou um tabu, de tão doloroso que é. Por isso que nunca te falei nada", responde Sharon. Sharon conta a Âmbar sobre a sobrinha perdida dela e o aconteceu a ela. Também contou a Âmbar que ela tinha uma medalhinha igual à de Luna. A Senhora Benson presume que a sobrinha perdida dela tenha morrido devorada por algum animal na floresta.
"Mas por que ela foi abandonada, madrinha? Que eu saiba, a tua irmã e o teu cunhado tinham todas as condições do mundo para cria-la, dada a riqueza da família Benson". A Senhora Benson conta sobre a superstição dos gêmeos da qual os membros da família Benson acreditam, que vem da região do interior da Argentina de onde vieram antes de se estabeleceram na capital. "Mas que história mais trágica. Espero que a Luna Benson, onde quer que ela esteja, esteja em boas mãos. Quer seja aqui no nosso mundo terreno ou no além", Âmbar responde. "Sim, Âmbar", responde Sharon. "Até a próxima visita, madrinha. Se cuide e tenho certeza que você logo ficará bem", diz Âmbar. "Obrigada, Âmbar", Sharon responde. E assim termina uma longa conversa entre madrinha e filha adotiva.
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A irmã perdida (Sou Luna temporada 4)
Teen FictionDois anos se passaram desde que Luna e seus amigos se formaram do colegial. Uma nova fase na vida da jovem garota tem início. Mas será que os fantasmas do passado foram todos exorcizados, ou será que ainda há pendências em aberto? Haverão outros mis...