Capítulo C - Bonus track IV (making of)

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22 – Napoleão Bonaparte e seus amores: sobre as primas de Córdoba da Lili e da Sharon, elas foram batizadas em homenagem aos amores de Napoleão Bonaparte I. Desirée é uma namorada que o Napoleão teve antes de se tornar cônsul da França (1799) e que depois se tornou rainha da Suécia, Josefina é a primeira e mais famosa esposa dele, e por fim Maria Luísa foi a segunda esposa dele e mãe de Napoleão II. Um fato interessante sobre a austríaca Maria Luísa é que ela, que pertencia à casa dos Habsburgos, é tia por parte de mãe do imperador Dom Pedro II do Brasil e da rainha Maria II de Portugal pelo fato dela ser irmã de Maria Leopoldina da Áustria, esposa de Dom Pedro I (IV de Portugal).

E sobre a Josefina em específico, eu a concebi como se fosse um retrato do que seria a Sharon caso ela não apenas tivesse tido pais mais amorosos e atenciosos e principalmente caso ela e a irmã não tivessem se apaixonado pelo mesmo homem. Diga-se de passagem, falando em retratos, às vezes eu penso que a dona Audrey Bourgeois, a mãe da Chloe em Miraculous: as aventuras de Lady Bug, é uma Sharon que se casou e teve descendência. E a propósito, falando em Miraculous, eu aposto que a Zoe será uma espécie de retrato de como seria a Chloe caso ela não tivesse um histórico familiar tão complicado.

23 – Personagens da cantina: sobre o professor de russo da Sol que aparece no capítulo 50, ele é inspirado no meu professor de russo, e o sobrenome dele é uma referência ao ex-jogador e ex-técnico argentino Carlos Bilardo (alcunhado de El Doctor e El Narigón), que jogou em times como o San Lorenzo e o Estudiantes de La Plata nos anos 1950 a 1970 e depois foi campeão com a seleção argentina na Copa de Mundo de 1986. E o Mario Vidal Bianchi, por sua vez, é inspirado no Senhor Tomatini (interpretado por Sávio Moll) de Detetives do Prédio Azul e seu sobrenome é uma referência ao técnico argentino Carlos Bianchi, que foi campeão da Copa Libertadores da América com o Vélez Sarsfield em 1994 e com o Boca Juniors em 2000, 2001 e 2003 e da Copa Intercontinental em 2000 e 2003 (mais uma vez reiterando: Copa Intercontinental e Mundial de clubes da FIFA não são a mesma coisa).

24 – Eterno Ariano Suassuna (1927 – 2014): sobre a história de amor que a Josefina conta às sobrinhas no capítulo 52, ela é inspirada na história de amor que o grande e eterno Ariano Suassuna, um dos grandes escritores da história do Brasil e autor de obras como "O Auto da Compadecida" e "A Pedra do Reino", teve com a Zélia, a mulher com a qual ele namorou durante muitos anos, depois se casaram e assim ficaram por longos 57 anos (além disso, os dois moraram na mesma casa em Recife durante 55 anos e a própria Zélia chegou a fazer ilustrações para livros do marido), até o escritor pernambucano vir à óbito em 2014. Dessa união, seis filhos nasceram. É uma história deveras inspiradora e linda, que vocês podem encontrar em alguns vídeos do You Tube das aulas-espetáculo que ele fez nos últimos anos de vida dele. E o mais incrível sobre a história que ele conta é que se trata de uma história que começou na juventude dos dois, passou pela idade adulta e durou até a morte do ilustre escritor pernambucano, aos 87 anos de idade. Ele dizia que a história de amor dele com a esposa não acabou, não vai acabar nunca e nem velhice e nem a morte colocaria um fim a tal história. Essa referência também é uma forma de homenagear esse grande e ilustre escritor, que foi um dos expoentes do Movimento Armorial nos anos 1970.

25 – Karol Sevilla e a avó Bertha: no capítulo 53, a respeito da relação do Bernie e da Lili com a avó assassinada, me inspirei parcialmente na relação da Karol Sevilla com a avó dela, a Bertha, que sempre apoiou a ideia dela entrar para o mundo do showbusiness e veio a óbito bem no dia em que a neta deu seu primeiro grande passo no mundo artístico.

26 – Džinčuu, o julgamento humano: a justiça dos homens da qual o tio-avô da Luna e da Sol e depois a Safira na visão do futuro que a Luna vê no sonho dos capítulos 68 a 71 evocam para justificar os atos sanguinolentos deles é uma clara referência à justiça dos homens (ou em japonês džinčuu) de Samurai X que o Eniši Yukiširo e seus comparsas invocavam para justificar a vingança deles contra o Kenšin pelos crimes que ele cometeu nos tempos em que ele era Battousai, o retalhador.

Para quem não sabe, a saga da vingança na qual o Eniši e os comparsas dele aparecem é exclusiva do mangá, e não foi animada nos anos 1990 pelo fato de que o anime alcançou a história do mangá ao fim da saga de Kyoto. Então os produtores do anime resolveram criar episódios fillers (tais como a saga dos cristãos e a saga dos cavaleiros negros, inexistentes no mangá), até que tivessem material do mangá o suficiente para poderem passar para a saga canônica do mangá. Diga-se de passagem, tudo o que tem no anime de Samurai X após o episódio 62 (tirando os 6 OVAs) não tem no mangá (embora nesses episódios algumas referências à saga da vingança possam ser encontradas).

Entretanto, o anime foi cancelado no meio do caminho devido à baixa audiência (diga-se de passagem, foi concluído um ano antes da conclusão do mangá) e por algum motivo não o retomaram posteriormente, tal qual foi feito com Cavaleiros do Zodíaco e Inuyaša (que tiveram histórias do mangá que só foram animadas muitos anos após a conclusão dos respectivos animes originais). Na verdade, essa saga em questão foi animada, mas apenas parcialmente nos 6 OVAs de Samurai X. Além disso, no sexto encerramento do anime original um dos personagens dessa saga, a Tomoe (irmã mais velha do Eniši), aparece em duas cenas (o que mostra que os produtores do anime original tinham sim planos de animar a saga da vingança após os episódios fillers). E a propósito, dentro em breve serão lançados os filmes live-actions de Samurai X baseados na saga da vingança.

27 – O fim de Kato Yasunori: Sobre a morte do Fernando no capítulo 62, ela é inspirada no fim que o Kato Yasunori teve em Teito Monogatari, ao ter sua energia maligna neutralizada pelo poder espiritual da piedade e da compaixão de Keiko Tatsumiya, oriundo da deusa Kannon (também conhecida como Guanyin na China). E também em menor medida na morte do Balder de Hraesvelger nas mãos do Šaka em CDZ: Soul of Gold.

E a respeito do fato de que não deixei claro se ele se arrependeu de certas traquinagens pregressas dele pouco antes de falecer, a minha intenção é bem clara convosco: deixei isso em aberto para que vocês imaginem se ele se arrependeu ou não e até quem sabe criem algumas teorias em cima disso. E também certa licença poética.

28 – Masakado, o primeiro samurai: como vocês devem ter visto, eu dediquei praticamente o capítulo 63 à história de Masakado e a sua maldição. É que é o seguinte: como Masakado é uma figura histórica pouca conhecida aqui no Brasil (eu mesmo só tomei conhecimento a respeito dele quando assisti Teito Monogatari em 2017 – anime esse que, por sua vez, só fui descobrir naquele mesmo ano lendo sobre a origem do Bison), achei que seria bom dar uma detalhada legal na história dele, ainda mais tendo em vista as maldições em torno da figura dele depois de sua morte em combate.

29 – Os nomes dos gatos da Âmbar: Bygul e Trjegul, os gatos da Âmbar que aparecem no capítulo 64, são dois nomes tirados da mitologia nórdico-germânica. São os dois gatos que puxavam a carruagem da deusa Freja, a deusa do amor. Ao que tudo, as armaduras do Syd e do Bud em Cavaleiros do Zodíaco os têm como totens.

A irmã perdida (Sou Luna temporada 4)Onde histórias criam vida. Descubra agora