Capítulo LXXIV - A decisão a ser tomada e o preço a ser pago (parte V)

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A senhora Valente, vendo a discussão na sala, acalma os ânimos entre as partes ao chamar todos para se sentarem à mesa, e junto com Maggie e Rey servirá os quitutes que está preparando um por um. Ela pergunta ao marido o motivo pelo qual os tios de Luna estão assim tão alvoroçados, e este a coloca por dentro de tudo. "Quer dizer que eles ficaram sabendo de umas maldades do Bison e outros malfeitores no noticiário e estão indignados com o que eles fizeram...", diz a senhora Mônica. "Sim. E até esse ponto tudo bem, amor. O problema é que eles querem que nós abandonemos uma das crianças por causa de superstições tolas. Acho que eles não têm lá muita moral para falar do Bison, do Coringa ou de qualquer outro malfeitor", responde Miguel. "Concordo contigo sem tirar nem por, querido", responde a senhora Mônica.

E, enquanto o casal Valente conversa entre si, os tios de Luna dão mais uma olhada no noticiário. E ficam sabendo de umas manifestações ocorridas por ativistas a favor da liberação do aborto. E, como no caso das notícias envolvendo as vilanias do ditador fardado, do palhaço do crime e do careca de terno branco, igualmente ficaram indignados com o que viram.

O Senhor Alfredo não gostou nem um pouco disso. Primeiro, pediu aos tios de Luna para que guardem os celulares e não os usem enquanto estiverem sentados à mesa. E segundo, deu uma bela de uma bronca neles. "Concordo convosco que o aborto é algo abominável. Pessoalmente, também sou contra essa história de liberarem o aborto e nisso estou de acordo como vocês e acho esses ativistas e movimentos a favor do aborto um bando de inconsequentes. Mas não acham que o que vocês querem que nós façamos com uma das crianças é o mesmo que abortar uma criança depois que ela nasce?", pergunta o senhor Alfredo, que chegou à essa conclusão no momento em que se arrependeu do que fez há 20 anos. O senhor Alfredo foi direto ao ponto, sem rodeios e tergiversações. Dessa forma, os tios de Luna ficam pianinhos e baixam a bola, sem saberem como responder à assertiva do pai de Lili e Sharon. Bom, pelo menos por enquanto.

Enquanto as partes conversam entre si, Mônica e Maggie servem as comidas na mesa. "A conversa está muito boa, mas não acham que é a hora de se servirem e se deliciarem com os quitutes que eu acabei de preparar? Vejam só, guacamole, burritos e outras delícias mexicanas", diz Mônica aos presentes. Depois que a comida é servida à mesa, Mônica, Miguel, Rey e Maggie também se sentam. Todos eles se deliciando com a comida e, como de praxe, elogiando a senhora Mônica pelos pratos estarem deliciosos. E, enquanto a comida era servida à mesa, Luna também chega, carregando na cintura a espada que ganhou de presente da irmã.

Antes descer a escadaria da mansão, Luna estava no quarto das irmãs, que estavam dormindo como anjinhos e vendo se estava tudo bem com elas. E então ela recebe uma mensagem da irmã. Na qual ela gravou uma mensagem de vídeo em que ela aparece segurando Kira, enquanto que Bortė segura Svetlana. "Luna, você é uma garota incrível, confiamos em você! Tenho certeza que tomará a decisão certa!", diz Bortė. "Luna, minha irmã querida e amada, a Âmbar me colocou a par de tudo. Por favor, não falhe conosco!", diz Sol. Luna as responde dizendo para ficarem tranquilas que ela não irá desapontá-las.

Em seguida, também lê mensagens de conteúdo similar vindas de Âmbar, de Matteo, de Simón, de Zoe, de Jazmin, de Juliana e da amiga de Juliana Mariana. Todos eles reafirmando que não irão perdoar Luna caso uma das crianças seja abandonada. Luna responde-os da mesma forma que respondeu Sol e Bortė. Ela também se lembrou do Chapolin Colorado e de todos aqueles com os quais sonhou nos últimos anos, e também promete que não irá falhar com eles.

Depois de se deliciarem com as comidas servidas por Mônica e Maggie, a tia Fátima vai direto ao ponto: pergunta à Luna qual que é a decisão que ela tomou quanto às crianças. E Luna, de forma enfática, responde à tia que irá ficar com as duas crianças e ponto final. A resposta da namorada de Matteo, como era de se esperar, não agradou nem um pouco aos tios dela, como veremos abaixo.

"Mas como pode Luna, você está condenando a tua família a uma grande tragédia se ficar com as duas crianças!", diz o tio Hugo. "Então me diga, tio Hugo, por um acaso o fato de a minha bisavó ter abandonado um dos filhos dela impediu que ele depois resolvesse se vingar dela e a matasse a sangue frio? E mais uma coisa: o fato dos meus pais terem abandonado a minha irmã quando ela ainda tinha menos de um mês de vida impediu que a mansão fosse flagelada pelo incêndio que ceifou a vida do meu pai e da minha mãe?", pergunta Luna ao tio Hugo, repetindo as palavras que ouviu de Honda e Chapolin durante o último sonho. E esse responde que não em ambos os casos.

Mas os tios de Luna não perdem a pose, dizendo que ambos as situações foram meras coincidências, acasos do destino. E então Luna emenda com mais uma pergunta. "Tios, se eu e meus pais abandonarmos uma das crianças, isso impedirá, por exemplo, que a mansão seja flagelada por um incêndio ainda mais terrível que os anteriores, no qual a mansão seja destruída desde as fundações e seja reduzida a farelo e cinzas? Hein tios, me respondam essa!", diz Luna, expressando certa ira na voz e sacando a espada que tem em mãos.

"Não acha que você está pirando na batatinha, sobrinha?", pergunta o tio Hugo. "Não me diga que você irá nos atacar com essa arma, sobrinha?", diz a tia Maria Valentina. Luna conta aos tios sobre como ganhou essa espada. Que ela é um presente que recebeu da irmã antes dela sair de Buenos Aires junto com o circo e que ela pediu à Luna que se fosse preciso fosse defender as vidas das irmãs com ela. "Tios, amo muito vocês, mas se for para defender as vidas das minhas irmãs, não hesitarei em sacar essa espada e aponta-la na direção de vocês para defendê-las!", diz Luna aos tios.

A irmã perdida (Sou Luna temporada 4)Onde histórias criam vida. Descubra agora