A irmã perdida (Sou Luna temporada 4)

Capítulo LXXVIII - Avô e neta: reconciliação à caminho?

O trio gostou da resposta de Luna, e notam que as dúvidas e hesitações na mente dela se dissiparam. Agora Luna já não tem mais dúvidas sobre o caminho a ser trilhado, uma escolha da qual não serão mais admitidas hesitações nem recuos. "Enfim, já fizemos tudo o que tínhamos que fazer por aqui", diz Honda. "Sim, já é hora de nós partimos. Até mais, jovem Luna", responde Chapolin. "Esperem, falta mais uma coisa a fazer", diz Čun Li.

Antes de ir embora, Čun Li diz que tem uma boa notícia a contar para Luna. E esta, invariavelmente, pergunta o que é. "É sobre algo que você quer muito ver acontecer. Espere um pouco, que tudo será resolvido em breve", responde a chinesa, em forma de enigma a ser desvendado. Luna pergunta do que se trata. "Não podemos estragar a surpresa", diz Chapolin. "Espere e verá", diz Honda. "Vai dar tudo certo!", diz Čun Li e assim o sonho termina.

Luna acorda, pensativa sobre o sonho que teve. Em especial sobre a notícia que recebeu de sua ídola. "O que será que ela quis dizer a mim? Será que...", se pergunta Luna. Mas, uma coisa é certa: apenas o tempo trará as respostas.

Longe dali, mais precisamente em Rosário, teve lugar um dia de ensaios e apresentações para o circo em Rosário, assim como mais um dia em que a família Korsakov cuida das jovens Kira e Svetlana. Como de praxe, Kara pede por atenção da dona enquanto esta ajuda os pais a cuidar das pequeninas deitando de barriga para cima. "Como sempre, você e essas tuas manias, né Kara, sua cachorra carente...", diz Ruslan.

Como já dito anteriormente, o circo é uma grande família. E nesse momento especial para a família Korsakov todos os membros do circo irão ajudar a cuidar das crianças. Enquanto cuidam das bebezinhas e de Kara, Ruslan e Helena notam que Sol está cheia de dúvidas dentro de si mesma. O que elas percebem pelo olhar dela. E então resolvem conversar com ela.

"Filha, o que se passa contigo?", pergunta Helena. "Não é nada, mãe. Nada com o que se preocupar", Sol responde. "Dizem que os olhos são a janela da alma. E esse teu olhar não me engana, filha. Há algo que está te atormentando por dentro", diz a velha Helena. Sol então coloca a mãe a par de tudo: começa com a recusa de Luna em aceitar as demandas dos tios (notícia essa que deixa todos no local alegres) e termina com a notícia sobre o desejo do avô por reconciliação.

"Sabe mãe, não sei o que fazer. Estou me sentindo mais perdida que cego em tiroteio. Não sei se dou uma chance ao meu avô ou não", diz Sol à mãe adotiva. E então elas ouvem uma voz. Uma voz conhecida delas. "Acho que você deve dar uma chance a ele, Sol", diz Bolormaa, a mãe de Bortė e Namšir. Ela e Môrdorž estão no presente momento dando uma ajuda à família Korsakov com as crianças. Bortė e Namšir também estão ai, ajudando a amamentar as crianças. Ironicamente, a mesma Bolormaa que em Buenos Aires, quando Sol ainda estava hospitalizada, chegou a chamar o senhor Alfredo de mentiroso.

Nos sonhos que teve, Sol aprendeu uma série de coisas. Com Zangief e Rainbow Mika, aprendeu que os piores inimigos de uma pessoa é ela mesma e não o inimigo exterior dela. E com Sagat, aprendeu que ninguém é obrigado a gostar de tudo mundo e que pode-se muito bem não ir com a cara de certas pessoas, conquanto que não permita que o ódio te domine e te cegue.

Como foi criada por uma família adotiva, para Sol os verdadeiros avôs dela são os pais de Ruslan e Helena. Entre eles, apenas a mãe de Helena, hoje uma senhora de 75 anos, ainda é viva. Dos avôs já finados, Sol os conheceu todos, mas todos eles deixaram este mundo quando esta tinha entre 10 e 17 anos, por conta de problemas relacionados à velhice. Parafraseando o que o Guerreiro Deus Bud de Alkor disse à Luna no sonho em Asgard, Sol tem mais amor e estima por aqueles que a criaram que por aqueles que a colocaram nesse mundo. Pelo simples fato de que ela teve toda uma viva ao lado dos primeiros e com eles criou laços afetivos, enquanto que nem conheceu os segundos e nem terá como. E como já dito antes, Sol não faria questão de reviver os pais biológicos dela caso tivesse acesso a algum poder mágico capaz de tal feito.

Por meio de Namšir e Bortė, Bolormaa e Môrdorž estão por dentro do mais recente ocorrido na mansão Benson. Sol então pergunta à mãe das amigas o motivo pelo qual ela deve dar uma nova chance ao avô. Bolormaa responde contando à Sol sobre uma história de quando ainda morava na distante Mongólia.

À época, ela tinha um tio pelo lado materno, chamado Baatar. Bolormaa e Baatar tinham grande proximidade durante muito tempo, até que os dois tiveram uma desavença. Baatar não queria que Bolormaa entrasse para o circo e nem que praticasse equitação e muito menos montasse em camelos. Bolormaa (que foi apoiada nessa decisão pelos pais) não gostou nem um pouco disso e ficou furiosa com o tio. E essa desavença acabou separando os dois de modo irremediável. Baatar veio a falecer, e depois disso Bolormaa sentiu um grande arrependimento por nunca ter se reconciliado com ele.

"Sabe Sol, eu chorei muito quando soube que meu tio faleceu. Você tem que dar uma chance ao teu avô. Pelo que eu sei, ele é o teu único avô ainda vivo, não sei quanto tempo de vida ainda resta a ele e não quero que essa triste história que tive se repita contigo", aconselha Bolormaa. "Sol, nós te adoramos e não é a toa que você é a melhor amiga das nossas filhas. Você tem uma irmã igualmente incrível e tenho certeza que você e o teu avô, juntos, irão colocar ponto final em certo passado triste", aconselha Môrdorž. Os pais de Sol, por seu turno, endossam os argumentos dos pais de Bortė e Namšir.

Graças aos conselhos dos velhos Môrdorž e Bolormaa (que para a irmã de Luna são como se fossem verdadeiros segundos pais) e mais um empurrãozinho dos pais, Sol, emocionada, toma uma decisão. De tentar pelo menos estabelecer relações cordiais com o avô. E assim está aberta uma possiblidade. A possibilidade de uma reconciliação entre avô e neta.