Capítulo XXVIII - Os sonhos de Luna e Sol (parte II)

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Na mesma noite em que Luna sonhou com seus pais biológicos e com seu cão de infância, a irmã dela também teve um sonho no qual se encontra com os pais biológicos, só que não tão belo quanto o de Luna. Ela está caçando uma lebre em uma floresta com um estilingue, a encurrala e está a ponto de mata-la. Mais uma pedrada e Sol terá o jantar do dia. Mas, de repente, eis que aparece Luna, acompanhada de seus pais biológicos e seu avô materno. Todos eles montados em portentosos cavalos de cor branca. Vendo que a lebre está com uma pata ferida e prestes a ser morta, Luna se interpõe no meio e então entrega à Sol uma medalhinha, que é idêntica à dela! Sol então chega à conclusão de que ela e Luna são irmãs gêmeas.

Luna salva a lebre e resolve leva-la para casa. Então os pais dela chegam. "O que está acontecendo, Sol?", pergunta Bernie. Luna mostra a lebre aos pais e diz que quer adotá-la como animal de estimação. "Então você vai ter que cuidar dela, Sol. Precisa ser responsável, sabe?", diz Lili. "Pode deixar, mamãe", Luna responde. Enquanto conversavam com Luna, os pais de Sol notam a presença da filha perdida deles e nem olham na cara dela. Alfredo idem. Fazem de conta de que não a viram e que não sabem quem ela é, e em seguida vão embora do local. Mas não sem antes Sol joga um olhar furioso para cima de Luna e chamar os pais e o avô dela de malditos. Afinal, ela não apenas arruinou o jantar do dia dela, como também ela se deu conta de que foi abandonada por sua família à própria sorte.

Do sonho, Sol acordou transtornada. "Aquela Luna miserável, o que ela pensa que é? Mas como eu odeio a minha irmã, aquela garota insensível! Ela me paga!", diz Sol. Por causa desse pesadelo, emergiram pensamentos e mais pensamentos de ódio e hostilidade para cima de Luna, que até então eram inexistentes. Se antes Sol nutria um sentimento de indiferença blasé e desprezo para com os pais dela, agora ela odeia Luna visceralmente e é capaz de fazer algum mal a ela, sem hesitar. Sol passa a emanar de si uma espécie de energia negativa por causa do rancor em seu coração, e a cor dos olhos dela sofreu uma leve escurecida. Será isso...? A situação de Sol é tão lamentável que nem mesmo Kara ficou indiferente à situação. Ela chegou ao ponto de latir para sua dona e a fita-la nos olhos diretamente. "Kara, minha pequena e amada amiga de quatro patas, não sei o que seria da minha vida sem você!", diz Sol à cadelinha dela. Graças à Kara, Sol conseguiu se acalmar um pouco.

Horas depois, ela deu início a mais uma seção de treinos com o sabre, achando que assim ia ficar mais calma. Mas não sem antes seu pai e sua mãe a aconselham a não treinar por hoje dado o estado psicológico dela. "Sol, descanse e acalme-se. Só depois disso volte a treinar", diz a senhora Helena à filha adotiva. "Fique com a Kara por hoje, descanse filha", diz Ruslan. Os pais dela também a aconselham a não ir ao Roller, de forma a evitar eventuais contatos com a irmã dela. Mas ela não os escuta. E no meio do treino, algo terrível ocorre: ela estava treinando com a espada, até que de repente ela erra um movimento e a espada a acerta logo abaixo do olho direito!

Como resultado do acidente no treino, Sol ficou com uma ferida no rosto e teve que ser atendida às pressas e enviada ao hospital. Por muito pouco, Sol não ficou caolha, e assim ter que usar uma venda no olho para cobri-lo.

Enquanto estava inconsciente, Sol teve mais um sonho inusitado. Ela está mais uma vez andando em uma floresta, e se encontra com um de seus cantores favoritos, o russo-alemão Hans-Rolf Rippert, mais conhecido como Ivan Pavlovič Rebrov (1931 – 2008). Em vida, Ivan Rebrov era notável por sua potente voz, com diapasão vocálico de quatro oitavas.

Ivan Rebrov está cantando a Canção dos Barqueiros do Volga, também conhecida na Rússia como Ėj, ukhnem!/Эй ухнем!. Essa canção foi originalmente publicada em 1866 pelo compositor russo Milij Balakirev (1837 – 1910) em seu livro de canções populares. É uma famosa canção russa popular do século XIX, originalmente publicada em 1866 pelo compositor Milij Balakirev (1837 – 1910) em seu livro de canções populares russas, que retrata a miserável situação dos barqueiros de Volga, trabalhadores que carregavam com sua própria força pesadas embarcações no rio Volga como se fossem burros de carga. Tal drama anos mais tarde, mais precisamente entre 1870 a 1873, veio a ser retratado pelo pintor Il'ja Jefemovič Repin (1844 – 1936) no quadro "Burlaki na Volge/Бурлаки на Волге (rebocadores no Volga)".

A irmã perdida (Sou Luna temporada 4)Onde histórias criam vida. Descubra agora