Capítulo LV - Quem matou a senhora Fernández de Benson? (parte III - epílogo)

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Assim, a busca do quarteto retorna à estaca zero. Elas acharam muito material sobre o assunto, mas o maníaco do bosque de Palermo (como o assassino é geralmente referido nas fontes documentais encontradas) e o que o levou a cometer tal ato hediondo continua uma grande incógnita. "Será que...", pergunta-se Nina após chegar a casa. Sobre o que será que a filha de Ricardo e Ana Simonetti está pensando? Longe dali, Zoe, também na casa dela, é tomada pelo mesmo pensamento de Nina. Ambas sentem que há algo bem sinistro envolvendo o assassinato da bisavó de Luna e Sol.

Na mansão Benson, Miguel, Mônica e Alfredo também fizeram uma pesquisa em sites de Internet sobre o caso em questão, e os resultados não foram muito diferentes daqueles obtidos pelo quarteto no Arquivo Geral da Nação. Embora os três também tenham encontrado várias coisas sobre o assassinato da bisavó de Luna e Sol (incluindo até mesmo reportagens do caso em jornais brasileiros, paraguaios, alemães, italianos, franceses e americanos), nada encontraram sobre a real identidade do maníaco do bosque de Palermo e o motivo que o levou a matá-la a sangue frio. Também nada acharam a respeito do paradeiro dele. O máximo que encontraram foram apenas especulações e teorias especulativas a respeito, que no fim das contas levantam mais perguntas que respostas sobre o caso.

Alfredo então lembra aos dois que o processo envolvendo o assassinato da senhora Fernández de Benson correu em segredo de justiça e que Bernie cuidou do caso pessoalmente. Entretanto, por algum motivo a ele desconhecido, Bernie nunca abriu o jogo com o sogro a esse respeito. Lili também nunca falou nada para o pai a época, por mais que ele tenha tentado no sentido oposto. E assim, com o óbito do casal, os segredos mais sórdidos do processo em questão foram junto com eles direto para o jazigo no cemitério da Recoleta. "Bom, isso só pode significar uma coisa: nesse angu tem caroço", diz Miguel. "E dos grandes, diga-se de passagem", responde Mônica. "Não tenham dúvidas. O Bernie e a Lili trataram esse caso a época como se fosse um verdadeiro segredo de Estado", Alfredo responde.

À noite, Matteo e Simón perguntam à suas respectivas namoradas sobre o resultado da pesquisa no Arquivo Geral da Nação. Tanto Luna quanto Âmbar respondem que acharam muita coisa sobre o ocorrido, que o ocorrido em questão teve grande repercussão à época, mas nada sobre o motivo que levou o assassino a matar a bisa de Luna e Sol e nem sobre a identidade dele de fato. Segundo Luna e Âmbar, o maníaco do bosque de Palermo é sempre apresentado como um louco demente que teve a ousadia de matar uma velhinha indefesa e nada mais.

Simón diz à namorada que espera nas próximas investigações mais informações sobre o maníaco do bosque de Palermo possam ser encontradas e que o caso seja enfim resolvido, assim esbanjando no rosto o seu típico otimismo. Já o italiano é mais ousado, e levanta a seguinte bola à Luna: de que quem na verdade matou a senhora Fernández de Benson é ninguém menos que o filho que ela abandonou muitos anos antes e ao qual ela dedicou a carta de arrependimento que foi encontrada por Kara. "Matteo, mas que ousadia! Não acha que está tirando conclusões precipitadas?", pergunta Luna ao namorado. "E quem disse que eu fiz uma conclusão precipitada? Só estou fazendo um palpite, Luna. Um palpite que pode estar errado, ou quem sabe certo", o italiano responde. "Por favor, mauricinho, espere resolvermos o caso e ai sim poderemos chegar a um veredito", Luna responde. "Está bem, garota delivery", Matteo responde.

Em casa, Luna conta aos pais e ao avô sobre o que encontrou no Arquivo Geral da Nação junto com as amigas, ao passo que os três contam à filha sobre o que encontram de materiais a respeito do caso na Internet. E tal como disse aos pais de Luna, o velho Alfredo conta à neta que o caso correu em segredo de justiça e que em vida os pais dela fizeram do caso um verdadeiro segredo de Estado. "Quais serão os segredos meus pais levaram ao túmulo sobre a morte da minha bisavó?", pergunta-se Luna pouco antes de ir dormir. Tal como Zoe, Nina e Âmbar, ela também sente que esse caso esconde algo sinistro.

No dia seguinte, Âmbar faz mais uma visita de rotina à sua madrinha. E no fim pergunta sobre o caso envolvendo a senhora Maria Cristina Fernández de Benson (com a qual a senhora Benson chegou a se encontrar duas vezes). Sharon pergunta à Âmbar o motivo pelo interesse em torno desse caso, e a loira oxigenada conta à madrinha sobre o projeto de pesquisa dela junto com Luna e mais duas amigas. O que obviamente a deixa orgulhosa de sua criada. Entretanto, Sharon diz a sua criada as mesmas coisas que Alfredo disse aos pais de Luna, nos pontos essenciais.

Dias depois, na cantina do Mario, o quarteto volta a se reunir, desta vez acompanhado dos pais de Nina (que se lembram do ocorrido a época e de toda a repercussão que teve na imprensa nacional e internacional, obviamente). A pauta do dia é a seguinte: como vamos resolver o mistério? Quem é de fato o maníaco do bosque de Palermo? E o que o motivou a tomar tal atitude? O fato é que elas sabem que com o que encontraram tanto na Internet quanto no Arquivo não vão elucidar o mistério que se pôs sobre eles.

Enquanto eles conversavam, o senhor Bianchi notou a conversa deles e resolveu entrar em cena. Ele diz ao sexteto que se lembra muito bem do ocorrido, de como Bernie e Lili ficaram abalados com a morte da senhora Fernández de Benson e de que a época ele teve que dar alguns conselhos ao casal para superar essa tempestade na vida deles. E mais um detalhe, que logo o senhor Bianchi puxou da memória: ele se lembra de que ouviu Bernie dizer à esposa que não podia deixar que o caso manchasse o nome da família Benson. "E depois disso, ele nunca mais tocou nesse assunto comigo", completa o senhor Mario Bianchi.

FLASHBACK – final de 1996

O Senhor Bianchi, ao ver que seu amigo do La Bombonera está no restaurante junto com a esposa, se dirige à mesa na qual eles estão. E de lá ouve umas conversa um tanto estranha, que invariavelmente chamou a sua atenção. "O caso não pode sair na imprensa, Lili. Muitas coisas estão em jogo", diz Bernie à esposa. "Eu sei querido, mas é que...", Lili responde. "Posso saber o que vocês estão cochichando de tão interessante? E a propósito, já decidiram o prato que vão escolher?", pergunta o dono do restaurante. Lili responde que isso não é da conta dele, ao passo que Bernie se desculpa pela indelicadeza da esposa e faz o pedido do dia ao senhor Bianchi: um spaghetti a bolonhesa, acompanhado de um bom vinho tinto para o casal.

FIM DO FLASHBACK

O senhor Bianchi jamais se esqueceu da cena em questão, e se lembra do ocorrido como se fosse algo ocorrido no mês passado, ou mesmo ontem. Ele notou que na ocasião houve algo pairando no ar. Entretanto, nunca soube do que se tratava daquilo, apenas concluiu que se tratou de algo em que o prestígio social e econômico da família Benson estava em jogo. O que era exatamente, o senhor Bianchi não sabe.

Ao fim da reunião e mais uma bela pratada italiana de macarronada recheada com porpeta, foi decidido o seguinte, sabendo-se que o caso correu em segredo de justiça: que Ana iria pessoalmente procurar pelos documentos relativos ao caso. Ou seja, irá direto à fonte para resolver o enigma.

E assim, Ana foi atrás dos documentos em questão. E a ruiva conseguiu, no fim das contas. Mas não sem antes passar pelos trâmites burocráticos e encarar muita resistência da parte daqueles que não queriam entregar a papelada de forma alguma. Ao ler os documentos do caso no aconchego de seu próprio lar, ela faz a seguinte descoberta: de que o maníaco do bosque de Palermo é ninguém menos que... Fernando Gómez Benson, o filho da própria Maria Cristina Fernández de Benson e tio-avô de Sol e Luna! Após o assassinato de 1996 ele pegou uma pena de 30 anos e hoje está preso no mesmo presídio em que Sharon se encontra.

A irmã perdida (Sou Luna temporada 4)Onde histórias criam vida. Descubra agora