Capítulo LXXVI - Mais um sonho (parte I)

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Após a intervenção do senhor Alfredo e as palavras finais de Luna, os irmãos de Bernie vão embora da mansão com um rabinho entre as pernas, literalmente. Como a expressão no rosto deles muito bem demonstra, eles estão muito chateados com Luna e não esperavam que ela fosse tomar essa atitude. Entretanto, como não poderia deixar de ser, eles emitiram mais algumas bravatas antes de irem embora. "Está certo Luna. Você tomou sua decisão, mas depois não diga que nós não avisamos!", diz a tia Fátima. "Não fiquem chateados a hora em que a mansão for flagelada pelo terceiro incêndio!", diz o tio Juan Alfredo. As bravatas em questão são ignoradas uma a uma. Todas, exceto uma delas.

Os pais e o avô de Luna, assim como Rey e Maggie, elogiam Luna por ela ter se mantido firme ante as demandas indecentes dos tios. "Luna, gostei de vê-la não se rendendo aos argumentos estapafúrdios dos teus tios. Meus parabéns", diz o senhor Valente. A senhora Valente igualmente a elogia. Essa é a deixa para os pais dela abracem-na ternamente. Depois dos pais, é a vez do velho Alfredo a abraça-la e dizer que tem muito orgulho dela. E Luna, por seu turno, diz que tem muito orgulho de tê-lo como avô e que ele é o melhor avô do mundo.

Entretanto, Luna, depois dessa, ainda está um pouco chateada, por conta do entrevero que teve com os tios. Como já dito anteriormente, Luna estima muito os tios. E não entende como que eles podem acreditar em tais superstições. Rey então resolve trocar umas palavras com Luna. "Luna, tenho certeza que mais cedo ou mais tarde os teus tios vão entender a nossa decisão", diz Rey à jovem patinadora, que só tem a agradecer às palavras dele. "Assim espero, Rey", ela responde.

Longe dali, o tio Hugo, já na casa dele, vai ao banheiro e, lamentando-se do fato de que a sobrinha ficou com as duas crianças ao invés de uma só, olha-se no espelho enquanto faz a barba. E, ao se olhar no espelho, tem uma inusitada surpresa. Ao invés do espelho refletir a própria imagem dele, surge a imagem de certo demônio fardado: M. Bison! E este começa a rir da cara do tio de Luna e Sol. "Eu sou você e você sou eu! Psycho Power!", diz a imagem de Bison na sequência das risadas. O tio Hugo não gostou nem um pouco de ver a imagem de Bison refletida no espelho e responde que isso só ser bruxaria. "A Luna ainda vai me pagar por ter dito que eu e meus irmãos somos piores que o Bison! Ela não perde por esperar!", diz o tio Hugo, que não gostou nem um pouco do desaforo da sobrinha que teve que levar para casa.

A tia Fátima, por seu turno, toma um banho logo após voltar à residência, e ao se olhar no espelho vê a imagem de um ilustre malfeitor: Coringa! O palhaço do crime ri da cara da tia de Luna e Sol. E esta pergunta a Coringa qual que é a graça. E ele responde da seguinte forma: "Você. Você é a piada de si mesma!", e some após proferir mais algumas risadas. Assim como o tio Hugo, ela também achou que isso foi uma bruxaria.

No dia seguinte, tanto o tio Juan Alfredo quanto a tia Maria Valentina pegarão um ônibus e voltarão a Mar del Plata. Mas, antes de dormirem, os dois também têm surpresas inusitadas. Quando o tio Juan Alfredo termina de escovar os dentes, ele vê no espelho não a imagem refletida dele, mas a dele. Sim, estamos falando dele, Wilson Fisk, ou melhor, o Rei do Crime. Fisk o chama de patético e hipócrita e ainda joga o charuto aceso dele na direção do tio de Luna. "Ai, mas como ousa, você jogar um charuto aceso em mim!", diz o tio Juan Alfredo. "E como ousa você, ser tão falso e hipócrita! Sinto nojo só de olhar para a tua cara repulsiva", responde Fisk, que após uma breve risada some da vista de Juan Alfredo.

Por fim, é a vez da tia Maria Valentina, após escovar os dentes e se arrumar para dormir ver a imagem de um ilustre malfeitor no espelho: ele, o chefão da máfia de Southtown, Geese Howard! "O que quer comigo, mafioso? Isso só pode ser bruxaria!", pergunta a tia Maria Valentina. "Olhar para a tua cara repulsiva e rir dela", responde o mafioso. Ao ver no espelho o ilustre mafioso rindo da cara dela, Maria Valentina tem um breve surto. "Sai para lá, demônio! Quem tem cara repulsiva é você, não eu! Não sou como você, mafioso maldito!", diz a irmã de Bernie, e esta, em um acesso de raiva ante a imagem do senhor do crime de Southtown, por pouco não quebra o espelho com um murro bem forte. Logo ela recobra a sanidade e vai respirar um pouco e dormir.

Antes de dormir, Luna coloca todos os seus principais amigos, o namorado e a irmã a par do que aconteceu na mansão. E estes, obviamente, a elogiam pela coragem que ela teve em dizer não às demandas dos tios. "Essa é a Luna que eu conheço! Tenho muito orgulho de te amar, menina delivery, amor da minha vida!", disse Matteo na resposta destinada à namorada. "Luna! Gostei de ver, é assim que se faz, amiga!", diz Simón. "Irmã, meus parabéns! Tenho certeza que mais cedo ou mais tarde nos reencontraremos e nós seis estaremos todas juntas! É questão de tempo", diz Sol. "Luninha, você foi muito corajosa em peitar teus tios. Tenho certeza que você será a melhor irmã do mundo para a Marisol e a Safira", diz Âmbar. "Você me deixa muito orgulhosa, Luna. Não é a toa que você é a minha pupila número 1", diz Juliana. "Parabéns Luna, sabia que você não falharia conosco", diz Nico. Entre outras mensagens de conteúdo similar.

Na mensagem endereçada à irmã, ela conta sobre o desejo do senhor Alfredo de querer recomeçar com ela e reparar os erros que cometeu com ela no passado. Ao saber disso, Sol fica indecisa e cheia de dúvidas sobre a decisão a ser tomada. Uma parte dela quer dar uma chance ao avô (que é o único avô biológico dela ainda vivo), já outra não está inclinada nessa direção. Ela dará ou não uma chance ao avô materno dela? Como esse dilema será resolvido?

Após ajudar os pais a cuidar de Marisol e Safira, Luna vai ao quarto e se arruma para dormir. E, depois do entrevero que teve com os tios, se lembra de um sonho que teve há alguns dias. O sonho no qual se encontrou com o Doutor Gori e seu comparsa Karas, no qual o primeiro lhe disse as seguintes palavras: "não se ensina coisas novas a um macaco velho". No dia seguinte, essas mesmas palavras foram repetidas pela senhora Sharon, no último encontro na prisão entre tia e sobrinha. E então ela fica matutando sobre o significado das palavras que o cientista nativo do planeta Épsilon lhe disse. "O que será que aquele macaco espacial quis me dizer?", pergunta-se Luna. "Será que ele está certo quanto a pessoas como os meus tios?", se pergunta a jovem garota, após refletir sobre as palavras dele e pouco antes de cair no sono, com as palavras do cientista maligno na cabeça.

Após enfim conseguir dormir, Luna tem mais um sonho inusitado. E, como em sonhos anteriores, se encontra com algumas figuras ilustres. Luna está andando pelo mesmo espaço arborizado do último sonho, e ao passar por um banco dá de cara mais uma vez com o Polegar Vermelho. "Chapolin, você aqui? Que honra poder encontrá-lo novamente nos meus sonhos!", pergunta uma surpresa Luna ao ilustre herói. "A honra é toda minha, jovem Luna. Estou aqui para lhe dizer que estou muito orgulhoso de você. Sabia que você não iria falhar e que iria tomar a decisão correta", responde o herói mexicano, que em seguida se levanta, se apoia em uma árvore, escorrega e cai. "Tudo bem contigo, Chapolin? Não se machucou?", pergunta Luna. "Isso é nada para mim. Além disso, fiz intencionalmente. Todos os meus movimentos são friamente calculados", responde Chapolin, se levantando do tombo.

A irmã perdida (Sou Luna temporada 4)Onde histórias criam vida. Descubra agora