A irmã perdida (Sou Luna temporada 4)

Capítulo CII - Bonus track VI (making of)

38 – Patrick Estrela, o rei: no capítulo 76, há uma passagem na qual o Bison (por meio da imagem dele) diz ao tio da Luna e da Sol as seguintes palavras: "eu sou você e você sou eu!". Isso é uma referência a uma passagem de um episódio do Bob Esponja, "governo dos idiotas", no qual o Patrick, por conta de um mal entendido, se torna rei da Fenda do Bikini e em determinado momento vê uma imagem monstruosa dele refletida no espelho e esta lhe diz as seguintes palavras: "eu sou você e você sou eu".

39 – Motivacionais: no capítulo 77, minhas inspirações para as palavras que a Luna teve que ouvir do Chapolin, do Honda e da Čun Li foram as seguintes: a conversa do Rocky Balboa com o filho no sexto filme sobre as pancadas que a vida te inflige, a lição que o Kamus ensinou ao Hyoga na saga das 12 casas em CDZ e o ensinamento do Jaga ao Lion no episódio 11 de Thundercats sobre amigos falsos e inimigos honestos.

40 – O galo e a raposa: sobre a personalidade da Isabel Castillo Ortega que aparece nos capítulos do arco de Acapulco, eu claramente me inspirei na personalidade do Nicanor (interpretado por Tadeu Mello), o comparsa do Escorpionte que aparece na 13ª temporada de Detetives do Prédio Azul. Ele, que durante certo tempo engambelou legal o pessoal do Prédio Azul com seu jeitinho de bonzinho insuspeito (em especial o Severino). E que depois de um tempo descobriu-se que ele na verdade era um galo. Também me inspirei na Laila (vulgo Volpina) de Miraculous: as aventuras de Lady Bug, a mentirosa contumaz do desenho. Digamos que a Isabel combina o jeito lobo em pele de cordeiro do Nicanor com a mitomania da Laila Rossi. E a frase que a Isabel diz pouco antes de ser morta, "quem mexe conosco acorda com a boca cheia de formigas!", é uma referência ao bordão do Nicanor, "quem provoca Nicanor vai ter dias de terror!". Falando na Laila, eu vejo que o pessoal volta e meia fala que ela poderá ser a próxima vilã do desenho. Eu, particularmente, tenho minhas dúvidas, acho que ela tem potencial e talvez venha a se tornar uma vilã mais adiante, não agora. E acho que o vilão-mor que está para aparecer na verdade é o pai da Alix (que, pelo que eu estou imaginando comigo mesmo, na hora H irá passar a perna no Gabriel Agreste/Hawk Moth e descarta-lo como lixo – e a propósito, em matéria de personalidade o jeito do pai da Alix me lembra muito o do Nicanor).

41 – A trança manchu: sobre o Bian-Fa, a trança que o W. A. N. G. usa, se vocês assistirem a filmes chineses que se passam no período da dinastia Qing, entre eles Era uma vez na China e o Mestre das Armas (ambos estrelados pelo Jet Li) vão notar os personagens masculinos a usando. E o curioso é que tal trança na verdade não é de origem chinesa, e sim manchu (tanto que os chineses só usaram tal corte de cabelo durante a dinastia Qing – se vocês forem ver filmes como Guerreiros Gêmeos e Mulan, cujas histórias se passam em períodos mais antigos da história da China, não verão os personagens usando tal corte de cabelo). Para quem não sabe, os manchus são o povo nativo da Manchúria, a região nordeste da China (situada próxima às fronteiras com a Mongólia, a Rússia e a Coréia do Norte), e após conquistarem a China e derrubarem a até então reinante Dinastia Ming, fundaram em 1644 a dinastia Qing, a última dinastia da história chinesa. Depois que os manchus se assenhoraram da China, tornaram o uso do Bian-Fa obrigatório entre a população masculina chinesa. E a pena para aqueles que se atrevessem a não a usá-la era a decapitação. Com o fim da Dinastia Qing em 1911 a obrigatoriedade do uso do Bian-Fa igualmente chegou ao fim.

42 – A aparição da Mayura: algumas palavras sobre a aparição da Nathalie (vulgo Mayura). Como uma das principais mentiras que cativavam as garotas que estavam sob os encantos da Isabel era a de que ele conhecia o Adrian (vulgo Cat Noir), achei que seria legal a Nathalie ajudando o pessoal a desmascará-la e a frustrar o plano dela.

43 – O brilho das estrelas do norte: Quanto à parte em que Luna e Matteo veem o brilho das estrelas nos céus de Acapulco, eu de início pensei em fazê-los olharem só para as estrelas da Ursa Maior. Ai eu lembrei que nessa história falei muito no Bison e que o tirano fardado chega a fazer três aparições, além de ter lido sobre a história envolvendo o festival Tanabata, e então resolvi incluir também a estrela Vega (lembrando que originalmente o Bison se chama Vega no Japão, tendo mudado de nome quando o Street Fighter veio aos Estados Unidos – decisão essa que a Capcom tomou à época temendo um eventual litígio jurídico com o Mike Tyson) também.

44 – Os remanescentes do Nguuhao: sobre o fato de que o chefe do cartel Cobra de Jade ser um ex-membro do Nguuhao (e, portanto, colega do F. A. N. G.), simplesmente achei a bacana a ideia de poder existir outros sobreviventes perdidos além do F. A. N. G. depois que o Bison aniquilou com o Nguuhao. E, diga-se de passagem, o México seria um país perfeito para um homem desses se estabelecer e criar um novo cartel, tendo em vista o problema da droga no México (há quem diga que hoje o México é um narcoestado – quem sabe a nação asteca não esteja caminhando para uma situação similar à da China no final da dinastia Qing, quiçá ainda pior?).

45 – Discussões com outros usuários: a propósito, depois de umas discussões que tive com a Ghxstin na fanfic "Para todas as pessoas que já machuquei" e depois de ler a carta da Âmbar endereçada ao Alfredo, cheguei à conclusão de que a história da Lili e da Sharon na verdade é bem parecida com a do Syd e do Bud. E a única diferença substancial entre eles é o fato de que enquanto que o Bud foi abandonado por seu pai no meio de uma floresta, a Sharon foi abandonada por seu pai dentro do conforto do próprio lar. O que torna o caso da Sharon ainda pior e mais medonho que o do Bud ou o da Sol.

E depois de ler a história dela acabei tendo umas ideias bem bacanas. E uma delas é justamente a parte dos familiares mais distantes das irmãs Bilder. Que eu achei uma ideia bem interessante. E juntando com o histórico familiar um tanto problemático entre a minha mãe e a minha tia e o fato de que ela se dava melhor com uma das primas que com a irmã, resolvi colocar umas paradas desse tipo nessa história.

46 – Sobre a outra história: uma breve palavra sobre a história que aqui postei em 2017, "a patinadora sombria", em que a turma do Roller vai à Paris e a Luna é akumatizada pelo nosso querido e ilustre Hawk Moth. As duas histórias não se passam no mesmo universo, e dessa forma não tem relação uma com a outra em termos de continuidade. É uma história à parte da outra, em outras palavras.

47 – Palavras finais: Como disse no início, eu adorei escrever essa história. E um dos motivos pelos quais eu adorei escrevê-la é o fato de que criei uma história baseada em uma trama de um desenho que vi em minha juventude, ainda nos longínquos anos 1990. É verdade que em 2017 eu escrevi "O vingador saami e o retorno do dragão" baseado em Teito Monogatari, mas nesse caso é bem diferente. Pois uma coisa é você escrever uma história baseada em uma produção que você conheceu faz pouco tempo (eu só fui saber da existência de Teito Monogatari há quatro anos, lendo sobre as origens do Bison) e que é muito pouco conhecida fora do Japão (tanto que o Bison se tornou muito mais popular e icônico que o Kato), e outra bem diferente é escrever baseada em uma produção que você viu na TV quando jovem e foi testemunha do imenso sucesso que ela fez aqui no Brasil. Faz toda a diferença.

Enfim, valeu muito a pena, passar várias horas escrevendo os capítulos da história, fazendo pesquisas para fazer alguns deles (como por exemplo, pesquisas sobre os locais de Buenos Aires) e postando-os um a cada dois dias e a escrevendo por vários meses. Foi uma loucura, é verdade, mas daquelas que valem a pena, já que essa é a primeira vez que escrevo uma história tão longa em minha vida. E nisso agradeço a todos que leram a história, a favoritaram e até postaram comentários nela.

Bom, e é isso pessoal. Depois de passar dois terços de um ano escrevendo essa história, vou dar um tempo, descansar e então me dedicar a outros projetos. Tenho planos para mais adiante escrever uma continuação dessa história, mais focada na Âmbar e na Sharon (falando na senhora Benson, eu nunca vi por aqui uma história focada nela. O que é uma pena, diga-se de passagem) e trabalhar em uma cima de uma das pontas soltas que a novela deixou para trás, a relação entre a Sharon e a Silvana e como que o monstro chamado Sharon Benson surgiu (ou seja, será uma história mais ou menos na linha do filme do Coringa). E já vou antecipando que na sequência dessa história a VV será uma personagem importante.