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Estava acordada a quase uma hora, mas não queria me levantar. Problemas da vida. Quando não é a abstinência, é o maldito desanimo que suga toda minha energia. Consequências da abstinência de qualquer forma.
Hoje estava um frio descomunal. O que eu espero que não seja consequência do meu desânimo, já que em certos momentos o tempo está relativo ao meu humor.
Batidas fracas soam na porta e sinto o cheiro de Melissa. Sussurro um entre e me encolho nas cobertas.
– Você está horrível – ela diz com certa sinceridade.
– Me sinto horrível. Então é de se esperar que eu esteja como me sinto, mãe.
Ainda era muito estranho chamar ela assim. Mas eu estava tentando, precisava tentar.
Encaro ela e um estalo soa em minha mente terrivelmente silenciosa. Ela é médica, eu soube por alto que sacrifícios estavam acontecendo na cidade, soube que um druida negro está levando curandeiros, filósofos e algo a mais.
Me levanto apressada e procuro uma roupa quente para o dia de hoje. Preciso resolver coisas, muitas coisas.
– Aconteceu algo?
– Não. Só lembrei de uma coisa urgente.
– Falando em urgente, preciso ir. Terei plantão hoje, então toma cuidado, está previsto uma grande tempestade para hoje.
– Vou anotar. Até mais mãe – beijo sua cabeça e vou tomar um banho, saindo apressada de casa.
Acelero a moto com tudo até o apartamento do Derek, precisava conversar com ele, antes de ir até onde Deucalion estava. Mesmo puta com ele, por ter matado uma adolescente, ele era esperto e no momento, eu preciso dessa esperteza.
Estaciono a moto e subo as escadas do loft o mais rápido que posso. Na metade do caminho sinto um cheiro estranho, abro a porta com tudo e me deparo com uma mulher vestindo a roupa o mais rápido que ela conseguia, ou que pelo menos achava que conseguia.
Não acredito que essa vaca, vai usar esse lobo descarado.
Derek aparece em seguida, sem camisa e com um curativo na barriga. Fico um pouco tonta e apoio na parede para me equilibrar.
– Ayla – Derek diz vindo até mim, mas um raio o faz parar.
Ele me olha assustado, mas não tanto quanto a vagabunda da Jennifer que continuava parada ali, ela parecia ansiosa para pular nos braços de Derek, de tanto medo – medo fingido.
– Juro por tudo que me é sagrado, Hale. Se der mais um passo, você morre.
– Acho melhor eu ir – encaro ela sorrindo e fico ereta.
– Se eu te encontrar novamente, eu vou matar você. E não estou brincando.
– Ayla.
Derek me chama, mas o ignoro. Encaro a mulher sair dali correndo, enquanto isso ele tira o curativo de sua barriga e me olha.
– Eu não trai você. Amor, eu juro que não trai você.
– Te dou muitos benefícios da dúvida, Hale. Mas a situação dizia extremamente o oposto.
Ele não diz mais nada pois Cora aparece e em seguida a porta do loft é aberta novamente.
A alcatéia de Deucalion entra no loft e vejo Derek se aproximar mais de mim.
Kali vai para um lado e Enis para outro. Eles iam atacar.
– O que está fazendo aqui? – Derek rosna, mas eles mal se movem.
– Você sabe. Vim convencer você, sorte a minha encontrar duas mulheres tão belas junto de você.
– Não vou entrar na sua alcatéia e nem elas.
Cora ataca Deucalion, mas Enis a segura, apertando seu pescoço, Derek vai para trás de repente e vejo Kali erguer uma barra de ferro.
Meu corpo ataca o seu por instinto. A barra que era para estar em Derek, estava sendo cravada em mim. Minha respiração falha por um momento e meu corpo trava com a dor.
Por um segundo, Deucalion deixa sua pose de lado e da um passo para a frente, mas logo para. Ele coloca as garras para fora e empurra Derek no chão, segurando-o com elas.
Eles começaram a falar algumas coisas que mal chegavam em meus ouvidos. Só conseguia me concentrar em meu sangue escorrendo pelo ferro em meu peito, uma pequena poça estava abaixo de mim.
Meus olhos estavam se fechando e eu podia sentir o gosto metálico em minha boca. Solto um grito quando Kali puxa o ferro bruscamente.
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Me ergo buscando por ar. Ainda sentia um incomodo no peito, mas estava quase curado. Caminho até a porta, mas Cora para em minha frente.
– Não pode sair assim.
– Posso e vou, sai da minha frente – digo um pouco fraca.
– Derek – ela grita e logo ouço passos.
Família chata. Eu mereço.
Empurro a garota e uso o dobro de força para abrir a porta, ignoro os chamados e saio. Ainda precisava conversar com Deucalion.
Assim que chego na rua, havia um carro em minha frente. A porta se abre e Deucalion me chama, ao mesmo tempo, Derek aparece atrás de mim.
Ignoro e entro no carro, assim que apoio minha cabeça, Deucalion segura minha mão e tira a dor que eu estava sentindo, me fazendo desmaiar novamente.
