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Depois que eu deixei Stiles em casa e me certifiquei de que ele comeu, tomou banho e dormiu. Sai dali e voltei a procurar alguma forma de mandar o nogitsune embora.
Pelo visto, Stiles não o deixou entrar ainda, e acredito que isso não é nada bom, ele deve estar sofrendo uma tortura psicológica além do imaginável.
Abraço meu corpo quando um frio me atinge e saio de casa, olho em volta e acendo um cigarro, fecho meus olhos e solto a fumaça, assim que meu corpo relaxa, eu vejo eles ao longe. Não é real.
Ainda.
Por um momento eu simplesmente, não sei o que pensar, pra onde ir ou até mesmo qual meu próximo passo. Ajudar Stiles está no topo da lista, mas, minha cabeça está no meu verdadeiro motivo de estar aqui e ainda tem o Derek, minha família, meu descontrole.
– Que saco.
– O que houve agora?
Me assusto com a aproximação e acabo me queimando. Resmungo alguns xingamentos e deixo pra lá.
– É acônito?
– Não – suspiro irritada – tinha um pouco, mas nada demais. Tá fazendo o que aqui?
– Queria ver se estava bem.
– Já viu.
– E você não me parece bem.
– Imagino que como alfa, sua vida aqui não seja muito fácil – mudo de assunto.
– Não é – ele diz dando um mínimo sorriso.
– Eu vou embora depois – digo vagamente sem detalhes de quando será o depois – não me importa o que Rafael irá pensar ou o que vocês esperam de mim. Eu só estou em Beacon Hills com um propósito.
– Você não precisa ir.
Encaro meu irmão e paro para realmente vê-lo. Ele é apenas um adolescente em meio a um caos que pode mata-lo a qualquer hora e momento. São tantos perigos e tantos inimigos ao longo do caminho, a maioria apenas a fim de roubar seu poder genuíno.
– Não sabia porque estava sendo submissa a Rafael, até eu chegar aqui e descobrir meu propósito. Um propósito claro, que eu não escolhi, mas que eu tenho que fazer.
– Eu posso te ajudar, minha alcatéia pode ajudar você.
– Eu jamais conseguiria carregar a morte de algum de vocês nas minhas mãos. Saber que aquilo aconteceu por minha causa. Não tô dizendo que vai acontecer, são suposições.
– Eu quero ajudar você, me deixa ajudar. Você é minha irmã, Ayla.
– Você é um pirralho teimoso.
– E você é uma velha teimosa.
Puxo ele para um abraço e suspiro frustrada.
– Não vai me ajudar em porra nenhuma. Vai para a escola como um pirralho normal. Agora entra, tá ficando tarde.
Ele me encara nervoso, mas faz o que eu disse.
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Acordo assustada com uma sensação estranha e vejo alguém parado na janela do meu quarto. Me levanto apressada e vejo que era Stiles.
– Você entrou – sussurro me afastando até a porta.
Ele continua apenas me encarando, estava mais pálido e parecia prestes a me matar a qualquer momento.
Abro a porta bruscamente e avanço para a saída. Ele puxa meu cabelo, me arrastando de volta para dentro e bate a porta.
– Scott – grito antes de minha cabeça ser batida contra a porta e meu corpo ser prensado na mesma.
– Chamar o irmãozinho não vai evitar sua morte.
– Mas vai evitar a sua – piso no seu pé e o chuto para longe.
De repente fico tonta e uma dor de cabeça me atinge.
– Você é fraca – ele se ajoelha a minha frente e sussurra em meu ouvido.
Escuto Scott bater na porta e tentar entrar, mas ela estava emperrada.
– Você é fraca e incompetente. Você foi a causa da morte daquela criança, você é a ruína das pessoas.
– Stiles, para.
– Stiles – ele sussurra sorrindo – ele foi um bom garoto quando cedeu para os amigos não morrerem. Mas você é exceção, não é?
– Ayla – me assusto com as batidas na porta – Me deixa entrar, o que aconteceu?
– Eles não ligam. Você é covarde demais para contar toda a verdade para eles, você é fraca demais.
– Me deixa em paz. Você é só um espírito podre que não vai conseguir o que quer.
Ele se afasta e me puxa para cima com ele. Recebo um soco no rosto e atinjo o chão novamente. Solto um grito quando algo atinge minha mão e vejo um líquido roxo ser injetado ali, minha visão fica turva e ele se levanta.
Solto outro grito no momento em que escuto ossos estalando e uma dor subir por meu braço. Scott passa pela porta na mesma hora e vejo que o nogitsune desapareceu.
