Capítulo 7

139 8 0
                                    

_Não acredito – disse Mateus – você inventou.

Disse o ginecologista enquanto limpava a mesa. William já estava furioso pelo o fato do marido não ter acreditado na sua palavra.

_Ela fez isso ontem? – questionou ainda sem acreditar.
_Amor, - chamou – não é mentira.
Mateus desistiu de fazer a sua limpeza matinal, jogou o pano de prato em cima da mesa e colocou as mãos na cintura.
_Então quer dizer que ela se esfregou em você? – Will concordava  ao balançar na cabeça – e disse que havia trepado com três caras? E que sugeriu fazer sexo com você?
_E você – apontou para o parceiro.
_Sei que quer me animar – sentou no colo dele – mas não precisa forçar que gostou dela.
_Me escuta – Will iniciou uma massagem em seus ombros – ela te disse como conseguiu a aquela coisa na vagina?
_Não – ele ficou surpreso pelo o fato dele ainda lembrar desse detalhe – ela te disse?
_Trepando com três.

A resposta o deixou assustado, o seu lado médico ficou em alerta diante da nova informação, se preocupou porque se Júlia havia conseguido a dispareunia através de relações sexuais certamente não havia transado só com três, mas sim, com muitos ao mesmo tempo.

_Isso me preocupa – levantou do colo do marido quebrando o “clima” que ele havia criado.
_Como assim?
_A nossa vizinha tem uma vida sexual bem desenvolvida.

Mateus retornou a limpeza da cozinha enquanto William refletia sobre o que ele havia comentado. Certamente aquela vizinha tinha algo de especial ou seria atração de confusão?

A semana era reiniciada, agora recuperada fisicamente poderia descontar seus infortúnios no trabalho. Limpava como se cada gota dependesse daquilo para sobreviver. Inconscientemente lembrava da noite de sexo que poderia ter tido com os vizinhos se não fosse a dor na buceta – essa que ainda ardia, porém não incomodava com tanta frequência.

No final do dia, após chegar mais cedo da faxina, encontrou um carro na cor prata e um dos seus vizinhos na frente de sua casa.

_Oi Mati – cumprimentou – deseja alguma coisa?
_Podemos conversar lá dentro? – ele usava uma camisa branca com uma calça cinza, Júlia pensou que ele tivesse vindo direto do trabalho.

Ela abriu a porta, ambos entraram. A faxineira jogou a sua bolsa em cima do sofá e correu para a cozinha, já que sua garganta implorava por água. Mateus entrou com uma bolsa preta: haviam luvas, medicamentos e uns produtos ainda nas caixas.

_Então o que você quer? – perguntou segurando a garrafa que havia recém bebido água.
_Quantos por noite? – perguntou imaginando que ela entendesse do que estava falando.
_Não entendendo – ela sabia do que se tratava, mas não queria conversar sobre aquele assunto no estado que estava: suada, roupa suja e cansada.
_Se você não procurar um médico vai passar a vida sentido dores – comentou – só quero lhe ajudar.
_Ou quer ver minha buceta assim de graça? – a resposta saiu ríspido o atingido em cheio.

Mateus fechou a bolsa, colocou a alça no ombro e se preparou para sair. Havia se sentido ofendido sendo que ele só queria ajudar. Júlia não queria dizer exatamente aquilo, mas a sua boca como sempre mais atrevida que o próprio bom senso.

_Três, quatro – falou alto e rapidamente – duplas penetrações por noite na frente e a trás.
_Quando isso começou? – foi a primeira pergunta que veio em mente assim poderia estipular o nível da situação.
_A virgindade demorou, mas depois eu me perdi – deu uma pausa reflexiva.

Quando realmente tudo aquilo começou? Ela se fez essa pergunta. Lembrou das últimas semanas, recordou brevemente da dor que sentia sobre se sentir um lixo e não pode compartilhar... porque a vergonha era tanta que recusava a acreditar que estava beira de um surto.

A Faxineira Onde histórias criam vida. Descubra agora