Capítulo 13

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O sol surgiu na sua obrigação matinal, alto e forte. Júlia havia terminado de se vestir  para mais uma faxina, já se passava das oito da manhã e para a sua sorte o apartamento que iria limpar ficava perto do seu bairro. Antes de sair de casa havia escutado vozes altas vindas de fora, mas optou por ignorá-las. Ao sair de casa se deu conta que as tais vozes vinham da direção da casa dos seus vizinhos.

_FILHO DA PUTA! – Mateus jogava vasos pequenos de flores enquanto corria atrás do marido – EU VOU TE MATAR.
_Amor, por favor – implorava Will enquanto fugia da fúria do companheiro após saber da existência da criança.

Júlia cruzou os braços, andou lentamente até a grama do vizinho e encontrou Antony sentado no chão com o rosto inchado tentando entender toda a aquela situação. Se fosse um programa de estúdio com a temática entre tapas e beijos seria até interessante rir um pouco de toda a situação – mas era a realidade bem nua e crua.

A longe a faxineira presenciou o Will sendo esfolado vivo, Mateus gritando e xingando. Havia ali se perdido de vez tudo que haviam conquistado naquele casamento? O ruivo jogou o último vaso que tinha em mãos no chão, olhou para o céu pedindo ajuda e retornou para a sua casa. Já o Will chorava como uma criança que tem acabado de perde algo que mais gostava.

_O que tá acontecendo? – o amigo perguntou enquanto se erguia.
_O Will traiu e agora tem uma filha – o amigo fico ainda mais confuso – te explico os detalhes depois.

Julia não queria se meter por enquanto naquela situação, havia sim ficado triste pelo o casal e como aquilo havia abalado a relação deles, porém também sabia que não poderia se meter naquele assunto.

De repente o celular vibrou, rapidamente a faxineira atendeu e para a sua surpresa era a sua cliente daquela manhã – infelizmente por motivos pessoais os serviços dela foram dispensados naquele dia. Mas Júlia convenceu a mulher a marcar na mesma semana.

_Vai ficar em casa hoje? – Antony havia escutado toda a conversa.
_Vou sim – após ver como Mateus havia entrado dentro de sua casa a mesma achou melhor convidar o amigo para melhorar da ressaca na sua residência – vamos tem remédio no meu quarto.

Lentamente seu amigo se levantou, colocou as mãos no bolso e se dirigiu com ela para o outro gramado. Antes de entrassem e continuassem a ver William jogado no chão chorando perceberam a presença de um carro preto chique parando na frente da casa da faxineira.

Desceu desse veículo um homem branco de quase dois metros de altura, usava terno alinhado na cor preta, os cabelos castanhos mel estavam com o corte em dia, a barba alinhada evidenciando o maxilar marcante e o pescoço apresentava algumas veias.

Ele ajeitou o terno, encarou a todos. Por fim, tirou o óculos escuros. Os seus olhos eram castanhos claros, e dava para ver que havia usado corretivos nas olheiras.

_Bom dia – seus rosto tinha uma expressão séria – sou o promotor Daniel Siqueira e procuro pelo o massagista William Tavares da Costa.

Antony e Júlia estavam em choque. O empresário principalmente porque não sabia dos detalhes de nada e a faxineira porque não esperava que o promotor fosse tão gostoso.

_Sou eu – o silêncio constrangedor foi interrompido pela voz do William.

O massagista havia se levantado quando percebeu o carro virar a esquina, o seu sexto sentido havia gritado. Mesmo abalado emocionalmente deveria mostrar ao promotor que estava em perfeitas condições – por mais que estivesse com um camisa aberta e o cabelo bagunçado.

_Will – Júlia chamou baixo por ele – espere – ela foi até ele, ajeitou o seu cabelo e abotoou a camisa.

_Obrigado – só depois dela ter o ajeitado visualmente para aquele encontro que o mesmo havia percebido o seu estado.

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