Capítulo 9

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A respiração era ofegante como se tivesse corrido uma maratona ou roubado um banco e agora estivesse fugindo. Ela tentou racionalizar o que tinha acabado de ter feito, o peito subia e descia rapidamente.

"Será que por pouco não trepou com o seu vizinho” se fazia essa pergunta.

Tentou justificar seus atos dizendo que tudo deveria ter sido coisa da sua mente, mas ao ir ao banheiro e ver a calcinha encharcada fez com que toda a sua teoria virasse pó. O fogo ainda percorria em suas veias, então ela resolveu tomar banho, e assim fez.

Após mais de uma hora no banheiro, Júlia conseguiu se acalmar e voltar ao estado normal. Fazia tempo que ela não sentia essa queimação no corpo. Ainda de toalha começou a andar pela casa, ao entrar no quarto para finalmente vestir uma roupa tomou um susto ao ver um homem de preto sentado na sua casa.

_Jesus Cristo – gritou.
_AVE MARIA – Antony também se assustou – mulher de Deus.

A faxineira se apoiou nas paredes tentando recuperar as forças após o susto, já o seu amigo passava a mão no peitoral , por cima da camisa branca do terno, e respirava lentamente sugando o ar.

_Criatura faz isso não – bateu no ombro dele – ligar teria sido menos emocionante.
_Se você conhecesse a palavra celular né? – mostrou a tela do celular com diversas ligações feitas por ele e que ela não havia atendido – o celular tá no cu?
_Estava tomando banho – tentou justificar.
_Sei disso – disse ironicamente – já faz mais de uma hora que você se socou lá dentro.

Ela tentou ignorar o comentário do amigo, tirou a toalha e jogou na cara dele. Sentindo nojo, Antony pegou na toalha com as pontas do dedo e jogou no chão. Júlia riu.

_Credo, buceta.
_Até parece que não comeu dessa buceta.
_Tirei o lacre – observava ela nua procurando uma roupa vestir – pelo menos não era usada como agora.
_Me respeite, viado.
_E é mentira? – ambos caíram na risada.

A faxineira pegou um short jeans azul,  um cropped e uma calcinha vovozona. Antony achou muito estranho, porém espero pelo o momento certo de perguntar.

_Sentiu minha falta?
_Você sabe que sim – terminou de se vestir – até que chegou mais cedo.
_Resolvi uns documentos da nova loja  - comentou – parece que ficou muito ocupada esses dias.
_Meu empresário favorito – novamente desconversava.

O amigo a conhecia bem, existia um odor sexual muito evidente, e ele iria descobrir. Assim ele a deixou agir normalmente, mentalmente preparava todo o ambiente, e como iria ficar o resto do dia na casa com ela iria descobrir a fim da força.

_Vamos fazer brigadeiro? – chamou.

Não foi preciso muito para que ela desse os sinais que o Antony conhecia bem. Quando a Júlia desejava ou fazia sexo com alguém que ela gostasse muito acabava dando sinais até que sutis que a mente do amigo eram marcantes, são os seguintes: vontade por doce, energia para uma faxina dentro da sua casa, conversava muitas besteiras. A pior de todas para Antony era a amiga tem atitudes “taradas” perto dele.

_Júlia, por favor – a empurrou – estou cansada de você me tocar tanto.
_Tem medo do que? – comiam o chocolate que havia em sua colher – seu pau nem vai subir porque estou me esfregando em seu corpinho esculpido pelos deuses.

Finalmente ele se estressou com toda a situação. Primeiro que a amiga não queria conversar nada sério, segundo o empresário sentia que tinha acontecido muita coisa e ela estaria maquiando todos os fatos.

_Me escuta aqui sua vadia – de repente partiu para cima dela, a pegou pelo pescoço e a pressionou na parede – me conta o que aconteceu.
_Olha só ele – adorava essas pegadas agressivas do amigo – parece até que vai me comer.

Aos poucos o empresário a foi soltando, sentiu que havia passado do limite. Sem perder tempo e sendo uma atitude inesperada, Júlia pegou o dedo apontador dele e o chupou de forma sexy. Foi assim que a fica do amigo caiu no chão.

_Você transou com os vizinhos, não foi? – puxou sua mão rapidamente.
_Quase – a vergonha voltou para o corpo a fazer se sentir mal – Will chegou no carro aí eu fugi.
_Você ia transar com o Mateus? – bateu as palmas animado – ele tem um pauzão. 

Por uns segundos ela ficou incrédula, e não era pelo o fato do amigo se animar com o sexo com o vizinho casado, mas pela informação que ele tinha sobre o tamanho do órgão sexual do conhecido.

_Como sabe disso?
_Sai uma vez para beber com o Will – recordou dos bons tempos – foi uns anos atrás, ele ficou muito bêbado ai pediu para eu chamar um táxi.
_E aí?
_Will fez a senha do celular, chamei o taxi e resolvi da uma olhada nas fotos né? – cruzou as pernas confortável em contar a história – entrei na galeria e vi uma pasta cheia de fotos de um único pau.
_E com você sabe que era do Mateus?
_Peguei o celular – simulou a cena – mostrei a foto do pau para o Will e ele disse “é o pau do meu marido”.
_Quero o número – exigiu curiosa.
_Pra cima de 20, certeza – repensou nas últimas informações dadas por ela – então você não fez?
_Não – ficou chateada e preocupada – saiu da casa com uma buceta molhada e sem sentar num pau duro.
_Perai – se engasgou – o homem tava de pau duro quando você saiu fugida?
_Tava.
_Will deve ter pedido ótimas explicações – começou a rir.

A noite foi chegando como alguém que não quer nada, um pouco animada e aliviada, Ju resolveu fazer um jantar caprichado: teria bolo, doces, sanduíches, refrigerantes e gargalhadas.

Houveram batidas na porta por volta das oito horas, Antony foi animado abrir a porta.

_E aí vagaba – Erica o cumprimentou com um abraço – aqui duas garrafas de vinho.
_Te amo cachorra – a abraçou forte.

A faxineira pulou de felicidades ao ver a amiga em sua frente. Ambos sentiam muita falta de uma noite de amigos, fofocando e comendo besteira. A sala foi arrumada para a maratona de filmes: com dois colchões de solteiro, cobertas e travesseiros.

Após saber dos detalhes do quase sexo com o vizinho, Erica ficou incrédula por não ter terminado com os dois gozando.

_Como assim? Deveriam ter terminado – o seu lado amiga gritava alto – ela gemendo igual uma égua.
_Né isso – ela e Antony zombavam da amiga – conheço bem.

As gargalhadas eram altas e prazerosas fazendo até a Júlia a rir com toda a situação.

_E se eu dizer pra Erica que você me pegou com força aqui na cozinha? – Júlia deixou a amiga mais eufórica.
_E ela chupou o meu dedo – a acusou como se ela tivesse cometido um crime.
_Daqui a pouco vocês trepam de novo – todos riram ainda mais alto.

Fazia tempo que Júlia não sentia essa sensação de acolhimento e risadas, era como se todos os seus problemas tivessem se reduzido a nada. Entre risadas, baixarias e muito filme de romance o grupo de amigos passaram todas a noite em um dos melhores encontros que poderiam ter.

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