Capítulo 17

92 4 0
                                    

Despertou ao sentir algo se mexendo ao seu lado. Os seus olhos não acreditaram o que viam: aquele homem – que estava completamente nu – dormindo tranquilamente ao seu lado. Júlia percebeu que não estavam deitados diretamente no chão frio da lavanderia, mas sob um coberto grande que ela havia colocado dentro da máquina para se lembrar de lavá-lo.

Enquanto o promotor sonhava, a faxineira se levantou e pegou o seu vestido de dormir que estava jogado no chão. Se vestiu e resolveu sair já que o sol estava alto e bem luminoso. No céu não haviam nuvens, o silêncio reinava pelo quintal. Lentamente ela abriu a porta da cozinha, e percebendo que também não havia a presença de pessoas, assim como uma agente disfarçada, entrou discretamente na própria casa.

Júlia só não esperava que William estava aos beijos com Mateus em um canto da cozinha que a sua visão não havia alcançando.

_Jesus amado – ela tomou um susto – querem me matar?
_Mulher – os dois haviam pulado ao serem pagos em flagrante – a gente achava que era o promotor – disse o Mateus.
_E por que o promotor entraria pela cozinha da casa de uma mulher comprometida? – Will debochou – trepou com ele, não foi?
_Não – a negação não saiu convincente – como sabem?
_Aaaaaaaa – o ginecologista imitou ela gemendo – isso te diz alguma coisa?
_A sua sorte é que minha filha tem o sono pesado.
_Cadê a Ana? – perguntou ao ouvir o nome dela e não ver rastro de sua presença.
_Saiu com Antony para comprar pão e bolo na padaria – o massagista foi até a pia e pegou o recipiente que normalmente ambos fazem café – se não fosse por minha pessoa, a casa estaria em chamas enquanto você fudia.
_O pau é um mostro! – a informação fez com que ele abandonasse o objeto queimado e ficasse toda a sua atenção nela –  com veias e desse tamanho.

Ela simulou o tamanho ao separar as duas mãos, o casal ficou incrédulo ao saberem disso.

_E coube? – perguntou curioso.
_Mati, ele comeu até o meu cu – disse muito animada – e na minha buceta fez um rombo.

Os três gritaram animados, mas Júlia sabia que enquanto o juiz não desse a decisão final sobre a guarda da Ana nada estava certo. A animação que sentia foi interrompido pela consciência de ser responsável pela a criança, e sabia o quanto a justiça do seu estado era homofóbica.

_O que foi amiga? – perguntou o ginecologista ao perceber que ela havia ficado desanimada de repente.
_Mateus – ficou tenso ao ouvir o seu nome sair da boca dela naquele tom dramático – você vai ter que ir para sua casa.
_Como assim? – ele ficou sem entender.
_Júlia, a gente pode contar tudo para o promotor – Will tentou convencê-la – agora você tem intimidade com ele.
_Mas ele não é o juiz – a resposta deixou todos tristes – vocês sabem o que fazer.

Mateus havia entendido, e ficado com raiva, que só poderia voltar a ser um casal se oficialmente William tivesse aguarda da filha por completo. Até lá, teria que ficar ao lado da Júlia fingindo ser algo que não eram. O ginecologista se dispersou do parceiro com um beijo e saiu pela entrada principal.

_Tem que ser tão difícil... – comentou ele ao ver seu amado que havia voltado para a sua vida a pouco tempo saindo novamente.
_Não deveria ser assim – lembrou que agora seria mais difícil ter alguma coisa com o Daniel, já que tecnicamente ele havia se tornado seu “amante”.

Não haveria como desenvolver algo mais sério. Mas a foda era boa, e pelo menos essas memórias não poderiam ser apagadas.

Os seus pensamentos foram interrompidos quando ela percebeu alguém batendo na porta da cozinha, e ao se lembrar que o promotor estava na parte de trás da residência completamente nu, e para manter a história real, primeiramente teve que empurrar Will para o banheiro e lhe disse:

_Fica aí e espere o meu sinal – confuso e sem entender, Will observou aquela mulher seminua fechar a porta e lhe deixar tecnicamente “preso” no banheiro.

Ela passou as mãos pelo vestido como objetivo de arruma-lo minimamente... estava ansiosa e aflita, pensou “como devo que reagir nesses momentos ?”

_Promotor – abriu a porta e se deparou com um homem com o abdômen definido segurando uma coberta na cintura impedindo que ela visse as suas partes baixas – entre logo – ficou decepcionada ao não poder vê-lo nu.

_Licença – entrou envergonhado e consigo trazia as suas peças de roupa.

Sabendo que ele certamente pediria para usar o banheiro, Júlia logo ofereceu o quarto para que pudesse se vestir. E assim ele vez: foi até o quarto se vestir.

Nem parece que o vi nu e complemente duro” sorriu por dentro.

Ao voltar para a cozinha, já com todo um plano organizado em sua cabeça, e uma mente apaixonado, Daniel se preparou para fazer uma declaração.

E sim, o nosso amado promotor iria perdi para ela desistir daquele relacionamento, que escolhesse ficar ao seu lado e que poderiam ter noites e noites como aquela. A esperança, meus amigos, certamente é a última que morre.

_Júlia – ele terminava de abotoar a camisa social – sobre ontem.
_O que tem? – bebia sua água calmamente.
_Foi muito bom – sorria feliz ao lembrar de cada detalhe – podemos ter isso toda a noite.
_Só foi uma noite – deixou a garrafa de água de lado e se preparou para partir um coração – e alguns orgasmos.

O rosto que estava com uma expectativa gigante, um coração cheio de amor para dar e um brilho novo nos olhos – isso nem ele mais sabia qual tinha sido o último dia que havia sentido isso – foi se desmanchando ali mesmo naquela cozinha de classe média.

_Pra você só foi isso? – perguntou esperando que tivesse interpretado de outra maneira.
_Já tive muito homens – mas ela sabia que nenhum tinha sido como ele, a facilidade que nos primeiros toques teve para levá-la a loucura – e você foi muito bom.

O promotor sentiu o ego masculino sendo ferido, novamente. A raiva subiu ao seu sangue, mas o pior foi a decepção: não esperava ser magoado daquela maneira.

_Está me tratando como uma prostituta – a raiva e a decepção era evidente nos seus olhos.
_Acho melhor que volte para a sua vida perfeita – teve que conter as lágrimas para não chorar ali mesmo – tenho namorado e agora uma criança para cuidar.

Júlia não queria que ele saísse dali com raiva de si, mas era melhor assim. Terminar algo antes que desenvolvesse algum sentimento é uma decisão arriscada – para não dizer precoce. Daniel foi em sua direção, calmante – por mais que sentisse raiva – foi até o seu ouvido e sussurrou:

_Você pode fingir que nada aconteceu, mas quando estiver distraída e for lavar a sua roupa vai lembrar que fudemos apoiados na parede da lavanderia – passou as mãos no cabelo bagunçado dela – e sentir saudades da pica que lhe fez gozar.

Ela ficou excitada e horrizada com aquelas palavras, e a voz sexy daquele homem a lhe fez repensar se estava fazendo o certo. Será que era somente sexo mesmo?

O promotor se afastou, olhou profundamente em seus olhos e saiu pela porta principal. E ali permaneceu uma mulher que ficou na dúvida se estava fazendo o certo, ou se era melhor tê-lo prendido na sua cama e o feito de seu escravo sexual.

Respirou fundo, contou até dez e foi até o banheiro permitindo que seu vizinho saísse do banheiro.

_Até eu fiquei triste – foi a primeira cosia que disse ao vê-la após ouvir toda a conversa – e curiosamente excitado.

A Faxineira Onde histórias criam vida. Descubra agora