Ser amante, o que isso causaria em sua vida? Além das mentiras precoces, do envolvimento emocional e ausência sexual com os novos amigos, uma menor de idade envolvida e boletos vencidos. Ser amante não mudaria muita coisa, mas ela tinha experiência suficiente para deduzir que mais na frente a escolha de ficar com o promotor custaria muito caro – e no final Júlia teria que aceitar as consequências.
“Decisão é decisão” sua mente tentava a acalmá-la.
Após a criação de um cronograma de estudos, psicólogo e dias no parque para brincar – criado pelo o pai para que finalmente pudessem fazer a menina gastar um pouco daquela energia –, Júlia pode organizar novamente seus dias de faxinas duplas: onde por incrível que pareça a faxineira conseguia faxinar duas casas.
A semana passou voando, ela conseguiu pagar dois boletos vencidos e comprar requeijão – era o mínimo. O sábado foi escolhido para fazer a própria faxina e lavar roupa. E essa última parte foi a mais cruel para ela, pois se lembrou do quanto havia gostado de fuder ali mesmo. O sexo dele era diferente. E muito bom.
_Ju? – a pequena Ana a chamava parada na porta da cozinha a vendo estender as roupas no varal – JU!
Ela colocou a última peça de roupa limpa no varal, e olhou para os fundos da sua casa e percebeu que a criança lhe chamava. A faxineira colocou as mãos na cintura e foi em direção a quem lhe chamava – durante o pequeno percurso recordou que não havia planejado nada para o almoço e o jeito seria perder uma quentinha.
_O que é meu amor? – pegou em sua mão e ambas entraram na residência.
_Tô com fome.
_Eu também – pegou o celular e fez o pedido de duas quentinhos preenchidas de frango, arroz, feijão, batata e verduras – pronto, daqui a quinze minutos chega.
_Tá bom – a menina parecia impaciente como se quisesse lhe contar alguma coisa – eu gostei de ontem.
_Como foi da uma volta com a Amanda? – perguntou para continuar o assunto se lembrando do fato que Ana havia saído para passear com a assistente social.
_FOI LEGAL! TEVE TUDO – a menina começou a contar muito feliz tudo que havia visto e provado – até o Daniel foi.
_O promotor? – por segundo ela parou de mexer o suco que tinha acabado de fazer.
_Sim – a criança não pensou duas vezes – ele até beijou a Amanda.
_Ah, sério? – ela simplesmente não acreditou – foi um beijo na bochecha né?
_Foi um beijão de novela e ela ficou até vermelha.
“Se ele quer guerra, vai ser guerra que vai ter. Só que em dobro.” Pensou com o sangue quente.
_Ate falou que vinha me ver – comentou rapidamente – disse que ia me trazer uma boneca.
_Que bom, meu amor – tentou disfarçar o incômodo diante da nova informação.O almoço chegou: quente e delicioso. Ambas ficaram com a barriga cheia. Após a ótima refeição, Ana ajudou a faxineira a arrumar a cozinha e recolher os pratos. Mas a informação que Daniel havia beijado a Amanda não havia descido, não mesmo.
A garganta havia ficado seca e a raiva era sua principal combustão, e certamente, iria fazer algo para devolver o troco.
“Se ele se sente no direito, eu também.” Seu ego havia sido ferido.
E por mais que negasse, Júlia sabia que aquele homem havia mexido com uma parte dela. Aquele sonho de ter uma vida normal, um relacionamento com sentimentos e o nome limpo ainda vivia na sua mente. Ainda não se sentia no direito de tê-la para si.
No final do dia, em um começo de noite gradual, o carro de características comuns estacionou na entrada da residência da faxineira. Um pouco confiante, o promotor desceu do veículo e ajeitou a camisa branca. Passou as mãos no cabelo molhado e respirou fundo: ele só queria sentir o prazer de ter provocado a faxineira.
Foram necessário apenas duas batidas na porta, a pequena Aninha abriu a porta e o recepcionou com um enorme abraço:
_Dani – o beijou no rosto.
_Minha linda – a segurou nos braços – hoje você é uma rosa.Daniel percebeu que alguém se aproximava, porém não esperava pela aquela pessoa.
_Aninha – Antony a chamou e apareceu na sala percebendo a presença do promotor – o senhor aqui? – disse surpreso.
_Vim entregar essa boneca a uma princesa – e como um mágico ele tirou uma boneca de longos cabelos escuros detrás das suas costas largas.
_Linda – a pequena segurou a boneca como se aquilo dependesse da sua vida.
_Como é que diz? – o empresário incentivou que ela fosse grata.
_Brigada – novamente o abraçou e saiu em direção do quarto para iniciar uma nova brincadeira.Anthony convidou o promotor para que entrasse, a sala estava revirada com brinquedos por todos os lados. Daniel olhou tudo e a ausência daquela mulher a incomodava.
_E a Júlia? – logo perguntou.
_Saiu – o amigo havia sido convocado para cuidar da criança por algumas horas – mas logo volta.
_Claro – assentiu.O empresário recém babá tirou os brinquedos de cima do sofá para que Daniel pudesse sentar. E assim ele permaneceu por mais de uma hora: sentado esperando por alguém. As horas corriam lentamente, e a sua ansiedade o destruíam por dentro. Cruzou as pernas enquanto observava o jogo de futebol passar na TV. Olhava discretamente o relógio em seu pulso, e por mais que a paciência fosse grande, o mesmo tinha que se retirar – já que no dia seguinte teria que levantar cedo para ir em outro estado resolver umas questões judiciais.
Ele se despediu de Anthony e saiu em direção ao seu carro, e a rua como sempre vazia, a noite sem lua dificultava a visão. Antes que entrasse em seu veículo, percebeu que na casa vizinha havia risos e luzes coloridas, ele poderia ter visto aquilo e ignorado, mas reconheceu a risada. Uma gargalhada tão familiar.
Enfurecido foi até esta residência, estava preparado para dizer verdades na casa dela e se fosse possível quebrar aquela porta caso tivesse fechada. Mas ele não precisou muito: empurrou a porta e já estava dentro da cada do vizinho da faxineira.
O promotor seguir as risadas que vinha do coração da casa, lentamente dava os seus passos dentro do cômodo alheio. Ao chegar na sala de jantar, ele esperava tudo menos aquela cena: Júlia estava com os peitos para fora enquanto um ruivo os chupava, e o seu suposto namorado jogado em uma cadeira batia uma punhenta.
_Mama com vontade – ela revirava os olhos enquanto Mateus a chupava.
Já o promotor havia ficado confuso: não sabia se sentia ainda mais raiva dela ou se pedia para participar.
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A Faxineira
Chick-LitJúlia é uma faxineira que trabalha de segunda a sábado, dedicada e MUITO ENDIVIDADA por causa do ex namorado. Morando longe de todos que conhece por vergonha do seu trabalho extra (ela faz favores sexuais em troca de dinheiro). Sobrecarregada e exa...