A Rosa de Sangue

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Poucos se aventuravam a pisar no deserto de Jaya, mas o desespero e a esperança de viver em um lugar longe das garras do reinado Klaus levou dezenas de pessoas a erguerem uma cidade no meio das dunas.

Apesar de ter um ar úmido, o calor da cidade de WetSand era intenso o suficiente para causar distorções na paisagem ao longe e evaporar a pouca água do solo rapidamente. Elementais de água e de ar eram muito valorizados naquela região, sendo eles extremamente necessários para a sobrevivência no local.

Aquela seria a última expedição da Rosa de Sangue em busca de novos membros, uma chance de ganhar a confiança de Elise e fazê-la trabalhar com a Ordem. Tudo precisava ser perfeito e Lukas sabia bem disso.

Eles decidiram que iriam em um grupo seleto de pessoas aquele dia, a ideia era não chamar a atenção de guardas ou de cidadãos mal informados que acreditassem em notícias sensacionalistas. E se a ideia era se misturar a primeira coisa a se fazer era...

— COMPRAS! — Lucy corria pelas ruas do comércio local provando roupas e acessórios típicos da cidade.

Os moradores gostavam de ostentar joias e acessórios dourados junto a roupas de tecidos leves para amenizar o calor. Lucy logo se apossou de roupas brancas delicadas com pingentes metálicos balançando junto a pulseiras e brincos pelos quais ela havia se encantado.

— Onde você arranjou dinheiro pra isso? — Alycia surgiu como um espectro atrás da Elementalista, sussurrando em tom ameaçador. A garota se espantou, pôs a mão sobre o peito e pediu um minuto de silêncio.

— Pelos deuses você quer me matar?! — Lucy sussurrava com raiva, gesticulando bastante. Ela suspirou e logo um sorriso maligno se abriu em seu rosto. — Digamos que o Akira tem umas "cartas" na manga. — Ela fez as aspas com os dedos.

— Você quis dizer que ele fez o dinheiro com magia. — Lucy contraiu os lábios e paralisou, derrotada.

Naquele momento um homem em vestes brancas e cheio de acessórios assim como Lucy se aproximou, Akira esbanjava um sorriso digno do maior vigarista do século, que foi se apagando conforme chegava mais perto de uma Lucy que sinalizava sutilmente para ele que a chapa havia esquentado.

— A gente tá ferrado né? — Indagou Akira, olhando para sua amiga de cabelos violetas que apenas assentiu com a cabeça.

— Eu não vou fazer nada com vocês. — Retrucou Alycia. — Eles vão. — Ela apontou para um bando de comerciantes furiosos que corria em direção à dupla de salafrários golpistas que logo começaram a fugir e gritar pela ajuda de Lukas.

O ruivo de aproximou de sua irmã e perguntou sem tirar os olhos da cena cómica da dupla implacável com os comerciantes revoltados:

— Dinheiro falso?

Ela assentiu com a cabeça, desejando muito que pudesse sorrir naquele momento.

Depois que todo o grupo estava devidamente trajado com as roupas da região Lukas decidiu que enfim era hora de dar início ao recrutamento. Para garantir que o objetivo principal - conseguir a confiança de Elise - fosse concluído ele a levou junto com ele como sua dupla. Mary não estava com o grupo naquele dia pois ainda tinha seus combates de nivelamento na base da Ordem. O resto dos membros ali presentes também se dividiram e se espalharam pela cidade desértica afim de encontrar novos aliados.

Lukas e Elise entraram em uma taverna parecida com as da capital de Jaya, mas com decorações típicas da região como tapetes finos, adereços dourados e bandejas metálicas ao invés das de madeira habituais. Pelo visto o povo dali gostava muito de coisas brilhantes; O local não estava muito cheio, mas era o suficiente para conversas paralelas preencherem o som ambiente e evitar que eles dois fossem notados.