capitulo 3

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MICHAEL

era uma moça comum, nao muito diferente das que se encontra na rua, seus olhos brilhantes indicavam ser mais uma fa, é... nada demais nela.

- oh meu Deus! é uma honra conhece-lo. ela estendeu a mao de cumprimento para mim, nao gritou, nao quis pular no meu colo, nem ao menos estava chorando, ela só parecia estar admirada, estranho... mas decidi jogar seu jogo e cumprimenta-la também.

- qual seu nome? pergunto.

- Ayla, é com certeza um privilegio conhecer voce, sua musica inspira muita gente, graças a voce a musica negra finalmente ganhou o destaque que merece, sou apaixonada desde Gene Kelly a Fred Astaire, mas sao todos brancos, e finalmente um dançarino negro pra se admirar.

- tem James Brown, ele é fantastico. eu digo, afinal ele é o melhor e meu grande idolo.

- sim de fato, mas ele nao é uma figura jovem como voce o que seria ainda melhor se fosse mulher. fico em silencio, ela parecia apreciar minhas danças mais que nunca, e somente a dança. 

- perdao Michael, pela minha sobrinha, ela se empolga muito e tem um sonho de um dia cantar e dançar. Lionel disse, e sim essa Ayla era diferente, é estranho conhecer alguem diferente em uma terra onde tem pessoas querendo ser iguais, ela parecia trilhar seu proprio caminho.

- procuramos uma ultima voz de timbre aveludado para um trecho da musica, seu tio indicou que voce é a pessoa certa, confesso que preferia alguem conhecido, porque todos os convidados desse album sao o melhor dos melhores, será que voce da conta desse fardo?

- nao vou decepcionar voces! ela disse ainda empolgada, olhei para Quincy e ele acenou com a cabeça, oportunidades devem ser dada para todos, mesmo que eu nao esteja muito confiante nessa menina, peguei o papel com a letra da musica com a parte dela já marcada.

- eu vou cantar essa parte e logo depois voce canta, depois vou te dar uns minutos pra ensaiar para podermos gravar. ela chegou perto de mim e deitei o papel para ela poder ler junto, eu estava nevoso, normalmente as pessoas nao chegam muito perto de mim.

- ' oh! there's a choice we're making we're saving our own lives '. ela levou algum tempo, pareceu se aquecer e memorizar o timbre da musica, entao começou a cantar, e Lionel tinha razao, era a voz aveludada que precisavamos.

- fiz certo? ela perguntou.

- sua voz é linda - eu disse e entreguei o papel - daqui a pouco te chamo pra gravar ensaie um pouco.

- obrigado senhor Jackson. ela pegou o papel e sentou longe, ela analisava a letra e o refrao pois ela tambem faria parte quando todo mundo cantar. ela estava focada e eu estava um pouco incomodado com ela.

- Mike! escutei me chamarem.

- o que houve?perguntei voltando meu olhar para frente.

- estamos falando mas voce parece distante, se sente bem? Quincy perguntou.

- sim, só estou com a cabeça cheia, com essa musica ajudariamos milhoes de crianças que passam fome na Africa, espero que nada de errado.

- Ayla vai se sair bem, ela tem potencial eu juro. Lionel disse.

- então voce é mesmo o tio dela? perguntei.

- não sou de sangue, mas a mae dela era muito minha amiga eu a ajudei com Ayla e o seu irmão desde pequenos depois que o pai morreu, e depois de alguns anos a mae tambem morreu de cancer, o irmao mais velho trabalha duro pra pagar a faculdade enquanto eu ajudo com as contas da casa.

- eles nao tiveram uma vida muito facil. comento.

- nao mesmo. Lionel conclui.

- vou chama-la para começarmos a gravar. ajeitei minha roupa e meu cabelo e fui até ela que nao tinha me escutado chegar.

- Ayla? - cutuquei seu ombro e ela deu um leve susto colocando a mão no peito - já está pronta ?

- espero que sim, por favor seja gentil, é a primeira vez que faço isso. assenti com a cabeça enquanto arrumavam o microfone e davam os detalhes finais para gravar resolvi me sentar ao seu lado.

- vai dar certo, talvez nao logo de cara, mas tenho certeza que voce vai conseguir. ela deu um sorriso fraco, estava preocupada e eu nao tinha intençao de prejudica-la, mas se ela nao se sair bem na gravaçao eu nao terei outra escolha a nao ser subtitui-la. o sinal é dado, ela se levanta, entregam o fone para ela, com papel na mao ela ajeita o microfone, fecha os olhos e respira fundo.

- oooh! there's a choice we're making we're saving our own liiiiives'. Quincy a interrompe.

- voce está muito perto, está dando interferencia, tenta se afastar um pouco e levanta mais o pescoço, de cabeça baixa só vai fazer voce perder o timbre ok?

- sim. ela respondeu.

- está pronta pra recomeçar? ela assentiu.

- oh! there's a choice we're making we're saving our own lives.  ela cantou tao perfeitamente que Quincy Jones aplaudiu, Lionel aplaudiu, todo mundo aplaudiu e eu fiquei encantado com a voz  dela.

- Otimo, todos os cantores para o estudio, vamos finalizar esse clipe. Quincy anunciou.

- por favor onde fica o banheiro? ela perguntou.

- no corredor a direita. ela deixou o a papel na mesa e saiu correndo para o banheiro, enquanto todos voltavam para o estudio eu estava preocupado com ela e decidi conferir se ela estava bem, mas chegando na porta do banheiro escutei barulhos fortes como se fosse vomitos, e constatei que era exatamente isso quando abri a porta, ela estava inclinada na privada e nao parava de vomitar, me abaixei, peguei um pano que ficava na dispensa do banheiro.

- Hey, calma! ergui sua cabeça, ela olhou para mim um pouco confusa e disse.

- Jordan...

- nao, sou Michael.

- oh, perdoe senhor Jackson.

- nao precisa me chamar de senhor temos quase a mesma idade. coloquei sua cabeça em meu ombro e ela suava muito.

- me perdoe, nao queria que me visse assim. ela disse com a voz fraca.

- voce consegue cantar?

- sim, é que eu estou muito nervosa sempre imaginei esse sonho e nao tem ninguem da minha familia aqui comigo. ela se levantou e deu descarga e lavou o rosto entreguei o pano para que ela pudesse se secar.

- obrigada por se importar. pedi para ela sair primeiro enquanto eu esperaria uns minutos para ir logo em seguida e nao dar motivos de comentarios maldosos.

no estudio todo mundo já estava pronto, encontro minha maravilhosa Diana e fico ao seu lado, Ayla escolheu ficar ao lado de Lionel e esperamos o sinal de Quincy Jones para começar o refrão de we are the world e era uma boa hora para a diversão e descontração antes de Quincy der o sinal.

Michael & meOnde histórias criam vida. Descubra agora