Capítulo 22

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nossa viagem para nova Zelândia superava as minhas maiores expectativas, era tudo tão novo, tão lindo e apaixonante e era bom afastar Michael dá rotina do trabalho, quer dizer, até certo ponto eu consegui, mas sempre escutava seus famosos gritos e ele fazia questão de me mostrar alguns passos no seu quarto, passos que não havia visto antes, ele estava esbanjando criatividade e eu estava orgulhosa em vê-lo focado no que ama, Bad era a promessa de Michael de emplacar nas paradas como nunca, e é claro, sair da premiação com vários grammys, nenhum outro artista recebeu tantos prêmios como ele, então eu poderia dizer que Michael estava com fogo, e era o que lhe aquecia em meio a esse frio. eu estava o importunando todos os dias para sair e conhecer mais da cidade, mas não desta vez, eu passaria pelo seu quarto e o deixaria trabalhando e iria por conta própria, só que nesse dia Michael não fechou a porta como ele costuma fazer todo dia e como uma abelhuda decidi espiar por detrás da porta, eu não sabia da ligação com Michael a medicamentos, eu estava ciente do acidente com a Pepsi, o mundo inteiro na verdade, onde Michael sofreu queimaduras graves no coro cabeludo e em seu rosto, eu sabia também que sua recuperação havia sido dolorida, mas o que eu vi não foi Michael tomando um comprido só, era 5 de uma só vez, e na sua estante já tinham cartelas vazias e alguns frascos, e me perguntei a quanto tempo ele estava tomando tudo isso, como um impulso de querer salvar meu amigo abri a porta, applehead odiava que entrassem antes de bater e eu estava odiando saber que ele era dependente de remédio.

- Ayla? - ele virou para mim assustado - porque não bateu antes? - podia ter batido antes.

- você que deixou a porta aberta, mas pode me explicar que merda é essa?

ele me parecia indiferente e calmo, abrindo uma garrafa de água e a tomando logo em seguida.

- você não pode se zangar comigo, você que entrou sem ser convidada.

- eu sou sua melhor amiga, não preciso de permissão, mas eu quero saber o que você está fazendo consigo mesmo.

- por Deus! se acalme!

- eu sei o que vi, e sei que é suicídio tomar tantos medicamentos de uma vez só - andei até as cartelas vazias e as peguei colocando em frente a Michael - eu quero que você pare e bem rápido com isso, tantas pessoas famosas morrem de overdose por ai, não quero que você seja mais um, talvez morrer dançando fazendo uma passo ícone, mas não por intoxicação, lembra de Elvis? tadinho e ainda deixou uma filha pequena.

- calma meu bem, eu nem tenho filhos!

- MAS E QUANTO A MIM? - eu gritei, sentindo uma angustia muito grande no peito, ver aqueles medicamentos me fazia lembrar da minha mãe que estava sempre enfiando comprimidos por goela a baixo e por muito anos acreditei que foi isso que a matou, eu não podia imaginar o mesmo com Michael, eu não suportaria perde-lo.

- hey, Ayla. - ele pegou minha mão e a beijou - nada vai acontecer comigo, não se preocupe tanto.

- não morra applehead, eu não vou aguentar viver sem você. me aproximei do seu peito que não estava muito longe de mim e me aconcheguei enquanto seu braços ficavam em volta da minha cintura.


MICHAEL


Ayla se aproximava de mim de um modo que não sei como não percebi esse sentimento que me efloresceu, olhei para os medicamentos que ela jogou na cama, e pensei que esse modo de vida poderia afeta-la, eu não podia mais fazer por mim, mas precisava pensar nela antes de qualquer coisa, ela era meu ponto principal e minha maior fraqueza.

- prometa que vai jogar todos fora. ela disse no meio do abraço, e eu podia escutar sua voz de choro e o nariz escorrendo, mas será que eu era tão forte a esse ponto? eu jogaria os que estavam comigo na viagem, mas não podia desfazer dos que estão em neverland, Ayla não era capaz de entender essa maldita dor que eu sentia, eu sou incapaz de pensar de agir, apenas rezando para que alguns comprimidos tornem a dor mais suportável, mas do mesmo jeito eu era capaz de fazer tudo por ela.

colocamos todas as cartelas e frascos em uma sacola e colocamos no lixo, seu olhar era de alivio, eu não poderia engana-la, mas eu precisava reconhecer que eu estava passando por um problema e Ayla ficaria extremamente magoada se algo me acontecesse. durante os dias que se passaram aproveitei toda a inspiração envolvente e melancólica de nova zelandia para dar voz as minhas musicas e comecei a compor para Bad, pensei em instrumentos e vocais, na harmonização das letras e nela, em especifico para uma canção que seria minha declaração sigilosa, um modo de explicar que eu estava amando, mas com receio de falar por quem. Ayla me viu compor em um certo dia na praça enquanto eu esperava pelo por do sol, ela se sentou ao meu lado para uma de nossas conversas diarias.

- meu irmão está preparando o jantar, voce não vem?. - ela perguntou enquanto os raios do sol beijavam a cor dos seus olhos realçando o castanho escuro.

- quero aproveitar os ultimos dias aqui, depois que voltar para Los Angeles a vida vai voltar a ser um grande turbilhão. - escutei sua risada sincera e maravilhosa.

- é verdade, mas o que voce faz com papel e uma caneta?

- é uma música para meu novo album, nova zelandia me deu ideias para escrever.

- e eu posso ler? - entreguei o papel a ela com a musica já formada e observei seus olhos brilharem aos poucos, será que ela imagina pelo menos um pouco que a canção é para ela?

- é como se fosse o seu desejo mais intimo escrito em conexão onde tudo se encaixa, isso está perfeito!

- eu escrevi ontem no meu quarto, eu não consigo dormir no meio de um processo criativo, mas dormi como um bebe depois de escrever a letra. - era algo pessoal mas pensei em convidar cantoras para fazerem dupla comigo, mas a única que merecia fazer parte era ela, eu precisava estufar o peito e ter toda a coragem - canta comigo? - perguntei temendo sua resposta.

- voce quer cantar comigo? - ela perguntou erguendo uma das sobrancelhas.

- ninguém será capaz de fazer como voce, e imagina só, do estudio para o palco nós dois em turne cantando juntos. - eu estava realmente empolgado com essa ideia, Ayla e eu nos palcos viajando em turne, poderia ser nossa chance, mas seu sorriso se desfez e seu olhar foi guiado para baixo até voltar para mim.

- eu aceito cantar com voce no estudio, mas não quero te seguir em cada show, eu já fui sombra do meu tio por muito tempo, e eu vou amar fazer parte da gravação, mas talvez voce devesse chamar outra moça para a turne. eu quero seguir meus passos Michael, eu sei que voce é capaz de entender o que estou pedindo. - não era exatamente a resposta que eu esperava, mas aceitei, não concordei, mas eu sabia que Ayla detestava ter sua imagem comparada a Lionel ou a mim, ela estava na sua razão e eu tinha que ser o amigo que ela sempre teve e que concorda com suas escolhas. ela me entregou o papel e com um sorriso meigo pedindo que eu cantasse, eu estava nervoso, ela me deixava envergonhado, mas eu não podia negar aqueles belos olhos que me fitavam.


- eu só quero deitar ao seu lado por um tempo

voce está tão linda esta noite - ela estava realmente maravilhosa

seus olhos são tão amáveis - encarei seus olhos.

sua boca é tão doce - encarei sua boca

muitas pessoas me entendem mal, isso porque elas não me conhecem totalmente

eu só quero tocar em voce - eu amava sentir sua pele junto a minha

e abraçar voce - eu amo o seu abraço.

eu preciso de voce - eu preciso mesmo dela.

por Deus, eu preciso de voce - desesperadamente

eu te amo muito - eu te amo Ayla.




gente, até eu xonei por essa declaração do Michael, mesmo que ela não tenha sido dita foi pensada e agr tanto a gente quanto ele mesmo sabe do amor pela Ayla.

Michael & meOnde histórias criam vida. Descubra agora