Michael & me

Capítulo 15

era ótimo finalmente me reencontrar com Michael depois de tantos meses, e nossa amizade não morreu, e ele continuava lá comigo, como sempre deveria ser mas já estava quase na hora de irmos e applehead não poderia ir com a gente, infelizmente as pessoas acham que ele é um Deus invés de um ser humano em carne e osso, mas pelo menos suas palavras de conforto e o fato de me restaurar a confiança de encontrar Jordan eram minha calma. no carro a caminho da faculdade eu ensaiava meu discurso mesmo admitindo para mim mesma que eu era pessima nisso, e sim, o conselho de classe me nomeou para ser a oradora da turma e por incrivel que pareça todo mundo da sala aprovou a ideia eu só não sabia se eles apenas queriam que eu passasse vergonha e muita humilhação ou se eles realmente estavam me respeitando e viam algo de valor em mim.

- e Lionel Chris? ele não apareceu lá em casa pra me acompanhar, nem atendeu minhas ligações.

- assim como Michael, tio Lionel não queria estragar seu grande momento e roubas os holofotes. e eu concordo com ele, não seria legal voce ser lembrada por ser sobrinha de Lionel Richie e amiga de Michael Jackson, eles fazem bem em não participar.

- queria que eles me vissem pegar o diploma, mas pelo menos vou ter voce. baguncei o cabelo de Chris enquanto ele tentata ter atenção ao volante e tambem me dar uns cascudos, eu amava ver meu irmão sorrir ele parecia com a mamae, com seu modo destemido e protetor, capaz de fazer tudo pela familia.

ao chegar na faculdade Scarlet vinha correndo euforica segurando o capelo pra não voar.

- Ayla onde voce estava? fiquei te esperando no ginasio e voce não apareceu, só tem mais 10 minutos já ensaiou suas falas?

- estão todas aqui! eu disse mostrando um papel enrolado com fita, e Scarlet por um minuto ficou em silencio até começar a lacrimejar os olhos.

- oh minha amiga, que orgulho eu tenho da gente, vamos nos formar e isso tá realmente acontecendo.

ela me puxou para um abraço e demos pulinhos de felicidade pela mudança em nossas vidas a partir daqule dia. o ginasio estava repleto de alunos e dos pais de alunos e confesso que ver essa cena me deu um pouco de tristeza, mas respirei fundo e me sentei ao lado de Scarlet, que pegou minha mão nervosa e eu a ajudei a se acalmar até o diretor subir no palco e arrumar o microfone para falar.

- queridos pais e alunos, hoje seus filhos irão tomar um rumo que definira suas vidas { ...} e agora gostaria de chamar os alunos para subirem e pegarem seus diplomas... Alice...

e um por um o diretor chamava para subir e pegar os diplomas, todos entusiasmado e felizes, haviamos perdidos alguns colegas de sala ao longo do semestre que tinham largado o curso, e era doloroso ver que Emma não estava ao meu lado, mas eu estava madura o suficiente pra entender que o jogo precisa continuar.

- Ayla Murph. o diretor me chamou e eu subi para pegar o papel que lutei por tantos anos para conseguir, acenei para Chris que mandou um beijo e voltei para o lado de Scarlet, muito o diretor falou depois e cada vez que ele falava mais apreensiva eu ficava por estar chegando minha vez, e finalmente eu fui chamada. eu podia ser caçoada novamente e comecei a me questionar porque aceitei ser a oradora, mas já estava tarde, eu ia discursar e por mais inacreditavel que possa ser, fui aplaudida e ninguém pareceu esconder nenhum riso ou esperando o momento certo pra zombarem, eu estava de frente para o microfone com tantas pessoas me encarando. é isso Ayla, não seja motivo de chacota dessa vez.

- olá, eu sei que muitos me conhecem como a sem talento, ou privilegiada, ou simplesmente sobrinha de um cara famoso, mas hoje, nesse momento quero apresentar a todos quem eu sou. me chamo Ayla Murph, filha de Elena Murph e Benjamin Murph, meu pai morreu quando eu ainda era um bebe, e minha mãe morreu alguns anos mais tarde de cancer, eu sei que para muito de voces eu sou a privilegiada, mas devo dizer que o privilegio é todo de voces que estão com os pais presentes para ve-los se formando e enquanto a mim restou apenas um pequeno mundo que é meu unico irmão - olhei para Chris nesse momento - eu passei por muita coisa, mas posso dizer que não foi facil, eram horas ensaiando e estudando pra um dia eu ser um dos grandes, e minha vida estava em um completo abismo em que eu sentia que ia me jogar a qualquer momento mas, a musica me salvou. voces não foram muito gentis, pegaram bem pesado nesses 4 anos e eu agradeço, acho que... quando passamos por algo traumatizante isso nos deixa mais forte e vamos encontrar centenas de abismos na nossa frente, podemos nos jogar ou criar asas. o futuro pra gente é muito incerto mas senhoras e senhores tem canetas e papeis para decidirei o que queremos e o que somos, todos os alunos não devem ter mais de 25 anos e estamos loucos com o que a gente quer, então tenha calmo pessoal, esse é o momento pra gente se descobrir, e acredite, vou sentir falta de cada um, eu amo voces!