Estou neste momento no cimo de um prédio, a pensar. As lágrimas correm pela minha face enquanto penso na vida miserável que tenho, e a vontade de cravar de novo uma lâmina no meu pulso e acabar de vez com a minha vida torna-se cada vez mais tentadora.
Olho para baixo e contemplo a vista diante de mim... e se eu saltasse? Será que alguém sentiria a minha falta?
Apoio de novo os meus punhos no parapeito do edifício e inclino-me um pouco mais para a frente. Olho freneticamente para baixo e inclino-me ainda mais. É agora. Estou a meros milímetros de abandonar aquele muro e saltar.
As minhas mãos abandonam por fim o muro onde estava sentada e ponho-me de pé há beira do resguardo do parapeito do prédio. Fecho os olhos e respiro fundo uma última vez antes de saltar, mas a coragem falta-me.
Arrasto o meu olhar pelas ruas movimentadas da cidade, e as más recordações que nela vivi voltam há minha cabeça. Pequenos flashbacks de quando o meu pai me agredia e de quando fui violada num beco escuro vêm à minha memória, e a coragem regressa.
"Apenas os anjos conseguem voar" digo para mim mesma, deixando cair uma última lágrima.
As minhas pernas começam a fraquejar e o meu corpo torna-se leve. Fecho os meus olhos com força e sustenho a respiração, e só então me deixo cair para a frente, no vácuo. O ar gélido embate na minha face durante a queda, e sei que dentro de poucos segundos será o meu fim.
Adeus...
Nota da autora:
Espero que tenham gostado deste primeiro capítulo da história!
Eu sei que ficou pequenino, mas prometi a mim mesma que o publicaria hoje, e com os testes e tudo mais acabei por não ter propriamente muito tempo para escrever.
Esta semana não vou ter tempo nenhum para escrever novamente, por isso apenas publicarei o próximo capítulo depois do fim-de-semana, mas de qualquer das maneiras, depois disso, vou tentar publicar regularmente!
Se tiverem alguma dúvida ou questão em relação à história podem perguntar que eu respondo, e não se esqueçam de dar as vossas opiniões comentando e votando! :*
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Never say never...
RandomÀs vezes, as escolhas erradas levam-nos por caminhos errados, e Beatrice não foi exceção. A sua vida é um verdadeiro jogo sem saída, onde as mentiras são a principal realidade e a verdade é estritamente proibida. [Atenção: Antes de começarem a ler q...