"BEATRICE!" ouvi uma voz gritar.
Abri os olhos num sobressalto e a minha cabeça levantou-se impulsivamente. Olhei ao meu redor até encontrar a fonte daquela voz masculina que me fizera acordar, e quando a minha vista se adaptou finalmente à claridade, vislumbrei a maior aberração à face da terra, Jackson Whittemore, o primo da minha melhor amiga e filho dos melhores amigos dos meus tios.
"Jackson?" questionei espantada.
Eu e o Jackson não nos víamos fazem já alguns meses. Apesar dos meus tios quase terem cortado relações comigo e com a minha prima nos últimos anos, eu e Jackson conhecemo-nos muito bem, visto que ele é primo da Erin.
"Quem mais poderia ser?" ele perguntou retoricamente.
Fiz-lhe o dedo do meio e deitei-lhe a língua de fora, fazendo-o rir com a minha atitude.
"Mas que infantil, Beatrice." ele gozou.
"Prefiro ser infantil a ser uma otária como tu. Agora diz-me, o que estás aqui a fazer?!" exigi.
"Cuidado! Olha que a fera hoje está irritada!" ele gozou.
"Responde à minha pergunta caralho!" ordenei.
"Tem lá calma princesa." ele gozou. "O meu pai veio cá dar-vos as boas vindas, mas quando chegamos, encontramos a tua prima e os teus tios a levarem as coisas para cima sozinhos. No princípio até pensei que os tivesses convencido a ficar por Dublin, mas depois o teu tio disse que estavas a dormir no carro e eu resolvi vir acordar-te, a pedido da tua prima, é claro."
"Só podia, a minha prima hoje quer mesmo ver se me põe de mau humor. Primeiro a história de me acordar a berrar e a fazer uma barulheira ensurdecedora com a porra das panelas, e depois manda esta aberração peluda vir acordar-me durante o meu segundo sono. Mas será que ela não tem pena de mim?" reclamei baixinho comigo mesma.
Jackson começa-se a rir da minha triste figura enquanto falava comigo própria, e não evito dar-lhe uma belinha em desagrado à sua atitude imatura e gozona.
Saio do carro e estico as costas, estalo o pescoço e de seguida dou um enorme bocejo. De seguida recomponho a minha roupa, que estava toda amarrotada, e só então olho ao meu redor, vendo então o belíssimo bairro onde, ao que parece, moram os meus tios.
"Então? Gostas do bairro?" ele perguntou.
"Se gosto?" perguntei, dando um enorme sorriso. "Eu adoro!" disse, começando em seguida a saltitar e a guinchar de felicidade. Mais uma vez, Jackson são conteu o riso e começou a gargalhar em alto e bom som.
"Ainda bem que gostas, mas espera só até veres a casa!" ele disse.
"Porquê? A casa é assim tão bonita quanto o bairro?" questionei.
"Acho melhor veres com os teus próprios olhos." e com isto, Jackson dirigiu-se até à porta de um enorme prédio e entrou.
Após subirmos quatro andares de escadas, chegamos finalmente ao andar dos meus tios. Jackson dirigiu-se até à porta e tocou à campainha. Não muito tempo depois, a porta foi aberta e surgiu à estrada uma magra e esbelta figura feminina.
"Vejo que sempre conseguiste acorda-la!" Rowan disse, rindo imenso.
"Pois, pelo que parece..." eu reclamei.
Rowan lá se desviou da entrada e nós lá entramos finalmente na casa dos meus tios.
Assim que entrei, fiquei imediatamente pasmada a olhar para tudo aquilo que via. A casa era tão bonita...
"Então? Gostas do apartamento?" Rowan perguntou.
"Se gosto..." murmurei, percorrendo mais uma vez com o olhar todo o hall de entrada.
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Never say never...
De TodoÀs vezes, as escolhas erradas levam-nos por caminhos errados, e Beatrice não foi exceção. A sua vida é um verdadeiro jogo sem saída, onde as mentiras são a principal realidade e a verdade é estritamente proibida. [Atenção: Antes de começarem a ler q...