P.O.V. Zayn
"Já me posso ir embora?" inquiri de novo, revirando os olhos e cruzando os braços ao peito.
"Sim." respondeu Miss Foster descontente, levantando-se da sua confortável cadeira de couro e vindo na minha direção. "Venha, eu acompanho-o à saída." disse a psicóloga.
Levanto-me então da cadeira e pego na minha mochila, saindo em seguida do consultório.
"Miss Foster?!" chamou a secretária à saída.
"Sim?!"
"Está um menino ali na sala de espera que queria falar consigo."
"É claro. Obrigada Mrs Winston." agradeceu a psicóloga "Bem, Zayn, sendo assim vemo-nos amanhã à mesma hora."
"Claro!" respondi. "Também não tenho outro remédio, não é mesmo?!" pigarreei, virando costas e continuando o meu caminho até ao corredor da secretaria.
Estava já a chegar à saída quando algo me chama à atenção.
"Olá Jackson! Em que posso ser-lhe útil?" questionou amavelmente Miss Foster.
Viro-me imediatamente para trás e observo o cenário à minha frente. Não podia acreditar. O Jackson, um dos rapazes mais populares aqui da escola, estava neste momento frente a frente com a psicóloga, a falar com ela.
Olho freneticamente de um lado para o outro, procurando um sítio para me esconder. Agora estava curioso para saber o porquê dele estar ali.
Ainda que não fosse propriamente o melhor esconderijo, corro até um dos pequenos sofás da sala de espera e agacho-me, ficando escondido lá atrás a ouvir o resto da conversa.
"Lembra-se desta manhã eu lhe ter dito que queria que desse uma palavrinha à minha prima?"
"Sim, claro!"
"Bem... não me pergunte como, mas eu consegui traze-la aqui." ele respondeu.
"Ainda bem, mas... onde está ela?" perguntou Miss Foster, passando mais uma vez o seu olhar pela sala de espera deserta.
"Ali." ele disse, apontado para a cafeteira. Mas que raio? "Beatrice, sai daí. Está na tua vez." Ele disse. Espera. Para tudo. Ele disse Beatrice?
Do nada, uma rapariga de cabelos ruivos levanta-se e saí detrás da cafeteira. A rapariga agacha-se novamente e pega na sua mochila, colocando-a posteriormente aos ombros. Enquanto caminhava até à psicóloga, Beatrice ia limpando as lágrimas que teimavam em cair pelos seus olhos, esfregando simultaneamente os olhos vermelhos.
Mas ela esteve a chorar?
O que raio faz ela aqui?
"Lembra-te daquilo que eu te disse Bea, sê forte." Jackson diz, retirando-se em seguida da sala.
Agacho-me um pouco mais, para que Jackson não me consiga ver ao sair, e só depois dele se retirar da sala volto a espreitar por entre as almofadas do sofá.
Vejo Beatrice afastar-se acompanhada pela psicóloga, seguindo o caminho até ao seu consultório, e assim que a porta é fechada, levanto-me do chão e continuo o meu caminho até à saída da escola, ainda confuso com tudo aquilo que tinha acabado de ver.
***
"Então meu? Onde estiveste?" inquiriu Louis assim que me viu sair pelo portão.
"Estamos aqui à tua espera há que séculos!" argumentou Liam, dando mais uma tragada no seu cigarro.
"Eu sei rapazes, mas quando eu vos contar as novidades vocês vão-se passar." garanti.
"Então? O que aconteceu?" inquiriu Harry.
"Estão a ver a ruivinha, a miúda nova da nossa turma?"
"Sim." respondeu Niall apressadamente.
"Bem, pelo que parece, ela e o Jackson Whittemore são primos!" digo presunçosamente.
"E agora as novidades." pediu Louis .
"Estas são as novidades." respondi, agora num tom um pouco mais sério.
"Não são não!" Louis disse. "A Beatrice já me tinha contado isso esta manhã quando fui falar com ela."
"Então e porque não contaste tu primeiro?" perguntei.
"Sei lá! Esqueci-me. Mas de qualquer das formas como é que tu descobriste?"
"Simples." respondi, colocando um cigarro entre os meus lábios e acendendo-o com o isqueiro.
Volto a guardar o isqueiro e o maço dentro do bolso traseiro das minhas skinny jeans pretas, e dou uma tragada bem funda. Era mesmo disto que eu estava a precisar.
"Hoje, depois de sair da psicóloga, vi o Jackson na sala de espera e fiquei curioso, por isso escondi-me e fiquei a ouvir a conversa. O Jackson disse que tinha convencido a prima a ir falar consigo, o que eu achei estranho, visto que não estava mais ninguém na sala de espera. Mas depois ele chamou por ela e a ruivinha saiu detrás da máquina de café. Acho que ela estava lá atrás a chorar." respondi, dando de novo uma tragada no cigarro.
"Porque dizes isso?" inquiriu Liam.
Retirei o cigarro da boca e deixei o fumo sair pelo nariz, queimando as narinas à sua passagem.
"Porque ela vinha a limpar as lágrimas que tinha nacara e estava com os olhos muito vermelhos. Duas uma: ou estava a chorar ouestava drogada!" respondi, sorrindo maliciosamente com as minhas própriaspalavras, voltando a dirigir em seguida a minha atenção para o cigarro à minha frente.
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Never say never...
RandomÀs vezes, as escolhas erradas levam-nos por caminhos errados, e Beatrice não foi exceção. A sua vida é um verdadeiro jogo sem saída, onde as mentiras são a principal realidade e a verdade é estritamente proibida. [Atenção: Antes de começarem a ler q...