Tentei mexer o meu corpo, mas não consegui. Algo me impedia de o fazer. Era como se alguém me estivesse a segurar , mas não sentia ninguém agarrar-me.
Quando mais me esforçava mais em pânico ficava. Eu fazia toda a força que podia para me mexer, mas não conseguia.
Comecei a ficar apavorada.
Tentei gritar , tentei levantar-me, tentei mexer-me, tentei mover nem que fosse um só dedo, mas não conseguia.
Num ato de pânico e persistência consegui por fim abrir os olhos. Assim que o fiz, a minha boca abriu-se involuntariamente e inspirou todo o ar que podia, e após poucos segundos, os meus dedos mexeram-se por fim.
"Ela acordou" Ouvi uma voz gritar.
É então que começo a sentir alguma dificuldade em respirar e um leve aperto no coração, onde por impulso levo imediatamente a mão.
O meu peito descia e subia de forma acelerada, e eu não sabia o que se estava a passar. Logo a seguir começo a ficar com falta de ar, e rapidamente se instala uma dor intensa e constante no meu peito.
"Ahhhhhhhhhhhhhhhhhhh" gritei com todo o ar que tinha nos pulmões, em sinal de sofrimento.
Arqueie as costas e respirei fundo, embora soubesse que não conseguiria aguentar aquela dor por muito mais tempo, uma vez que esta se tornava cada vez mais intensa e sufocante.
Agarrei os lençóis que estavam debaixo de mim com toda a força que tinha e tornei a gritar , mas desta vez ainda mais alto e desesperadamente.
"Ahhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhh"
"Erin, chama um médico, rápido." Gritou outra voz.
De repente vejo invadirem o quarto várias enfermeiras e um médico, que numa questão de segundos, rodearam a minha cama de hospital e começaram a pressionar o meu peito.
Tudo à minha volta começou a ficar enevoado. Parecia um filme de terror. Sentia pontadas cada vez mais fortes no meu peito, e aquela dor asfixiante e agoniante parecia nunca mais querer parar.
A minha visão acabou por ficar completamente preta, e eu acabo então por apagar.
P.O.V Enfermeira
Enquanto alguns enfermeiros tentavam levar os familiares da paciente para fora da divisão, eu e os meus restantes colegas colocamo-nos em redor da cama e começamos a pressionar o peito da jovem, dando assim início à manobra de reanimação cardiopulmonar.
"piiiiiiiiiiiiiiiiiii" a máquina cardíaca começou a apitar, denunciando assim que a jovem tinha entrado em paragem cardíaca.
"Estamos a perdê-la. Vamos ter de recorrer aos choques elétricos." Informou o médico.
Uma das minhas colegas pega então no desfibrilador e põe-lhe um pouco de gel. Abrimos a bata da paciente e colocamo-nos nos nossos lugares.
"Agora" o médico ordenou.
A minha colega coloca o aparelho em contacto com a pele da jovem, aplicando no tórax uma descarga elétrica para restabelecer os movimentos cardíacos normais.
1,2,3... primeira descarga elétrica concluída, mas sem nenhuma reação por parte da paciente.
Voltámos a tentar de novo. 1,2,3... segunda descarga elétrica concluída, mas sem nenhuma reação por parte da paciente.
Temos de continuar a tentar. 1,2,3... terceira descarga elétrica concluída, mas sem nenhuma reação por parte da paciente.
Nós não a podemos deixar ir assim tão facilmente, temos de continuar a tentar. 1,2,3... voltámos a tentar, mais uma vez não obtivemos resposta por parte da paciente.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Never say never...
RandomÀs vezes, as escolhas erradas levam-nos por caminhos errados, e Beatrice não foi exceção. A sua vida é um verdadeiro jogo sem saída, onde as mentiras são a principal realidade e a verdade é estritamente proibida. [Atenção: Antes de começarem a ler q...