P.O.V. Beatrice
Uma leve comichão insuportável fez-se sentir no meu nariz, fazendo-me assim contorcer toda com a comichão. Levo a mão à cara por impulso, tentando acabar de vez com aquela coceira insuportável, mas assim que o faço, uma pasta pegajosa espalha-se imediatamente por toda a minha face. Desperto imediatamente e abro os olhos num sobressalto, e a primeira coisa que vejo à minha frente é o meu tio e a minha prima a rirem-se feitos loucos.
Olho-os nos olhos e mando-lhes um olhar matador e reprovador, o que só os faz rir ainda mais.
"MAS PARA QUE É QUE FOI ISSO?" inquiro revoltada, gritando.
"Para te acordar!" responde o meu tio, como se fosse óbvio.
"E NÃO ME PODIAM ACORDAR COMO PESSOAS NORMAIS?"
"Mas qual era a piada disso?" questiona Rowan. "Porque te haveríamos de acordar normalmente se o podemos fazer através das doces e velhas partidas?"
"TALVEZ PORQUE ASSIM NÃO IRRITAVAM AS PESSOAS LOGO PELA MANHÃ!" respondi furiosa, retirando os cobertores de cima do meu corpo num ápice e calçando as minhas amorosas pantufas em forma de cachorrinhos, saindo da cama num abrir e fechar de olhos.
Dirigi-me até à casa de banho e fechei a porta com toda a força que tinha, numa tentativa falhada de me tentar acalmar um pouco, causando assim um enorme ruído com o estrondo da porta a bater.
Ainda um pouco alterada com a situação, tranco a porta da casa de banho e olho-me ao espelho, observando cautelosamente o meu reflexo. Vejo no espelho uma rapariga ruiva e pálida com uns peculiares olhos azuis safira cintilantes, com um ar tenso e stressado e umas olheiras enormes, devido às constantes insónias e pesadelos das últimas noites passadas, que tem agora a sua cara coberta de chantili.
Dirijo-me até ao lavatório e abro a torneira. Coloco as mãos em forma de conchinha, e com a água morna, levo as mãos à minha cara e molho-a, retirando todo o excesso de chantili que tinha no meu rosto. De seguida fecho a torneira do lavatório e dispo o meu pijama, colocando-o dentro do cesto da roupa suja.
Já despida, ligo o chuveiro e entro calmamente na banheira. Assim que a água quente entra em contacto com a minha pele, sinto os meus músculos relaxarem de imediato. Espero um pouco encostada à parede de azulejos da banheira enquanto sentia a água cair sobre a minha cabeça e escorrer calmamente pelo meu corpo, e só então pego no champô, começando a espalha-lo calmamente pelo meu longo cabelo ruivo. Em seguida coloco o gel de banho no meu corpo e volto para de baixo de água.
Quando saio do banho, pego na minha toalha e enrolo-a ao meu corpo, saindo em seguida da casa de banho em direção ao meu quarto. Encaminho-me até ao roupeiro e escolho uma roupa simples para o dia de hoje. Depois vou até ao meu espelho e começo a tratar do meu cabelo, penteando-o e colocando alguns produtos fundamentais.
Pouco mais de vinte minutos depois, estava finalmente despachada. Olho-me uma última vez ao espelho, e depois de observar novamente o meu outfit para hoje, retiro-me do quarto.
Vou até à cozinha e preparo uma tigela de cereais. De seguida vou até a um armário e retiro de lá de dentro uma caneca, onde acabo por colocar leite morno com chocolate. Levo a comida até à bancada central e sento-me lá, bebendo o leite e paparicando os cereais. Chamem-me estranha se quiserem, mas eu não gosto de cereais com leite. Odeio a sensação dos cereais húmidos e moles na minha boca, por isso como uma coisa de cada vez.
"O que estás a fazer?" pergunta Rowan, entrando na cozinha.
"A comer!" respondo-lhe, levantando-me da mesa e levando a loiça suja até ao lavatório.
"Hum, ok! Já vais indo?" ela questiona.
"Sim! Agora que já sei o caminho vou sozinha, e até à escola o caminho ainda é longo."
"Está bem. Sendo assim até logo." ela disse, despedindo-se.
"Até logo!" e com isto, peguei na minha mala e no meu casaco e saí de casa.
Assim que chego ao portão da escola, todos os olhares se vidraram imediatamente em mim. Sinceramente, não sei porque todos insistem em olhar para mim daquela forma tão estranha, mas isto já me começa a irritar. Ontem foi exatamente a mesma treta, e apesar de só estar aqui nesta escola há dois dias, já me cansei daqueles olhares indiscretos por parte de quase todos, até mesmo de alguns professores mais intrometidos e bisbilhoteiros.
Fingindo não me dar conta do que se passava, continuei a andar até ao edifício. Assim que entrei, mais uma vez, voltei a ser o alvo de todas as atenções.
Fui andando calmamente pelos corredores até ao meu cacifo, e durante o caminho ia ouvindo despercebidamente os comentários das outras pessoas em relação à minha pessoa.
Quando finalmente chego ao corredor do meu cacifo, viro costas há multidão de pessoas que me olhavam fixamente, como se eu fosse uma espécie estranha alienista, e aproximo-me daquela coisa velha e ferrugenta. Coloco a combinação e abro o cacifo, onde acabo por colocar alguns livros. De seguida fecho-o e continuo a caminhar calmamente pelos corredores.
Passado algum tempo, o enorme aglomerado de estudantes assoberbados pelo comum entusiasmo de qualquer adolescente, começam a tornar a passagem pelos corredores da escola quase inacessível. A muito custo e dificuldade, lá acabo por conseguir chegar finalmente à sala onde teria aula em seguida, onde acabei por entrar pouco depois, para evitar mais aglomerados.
Nota da autora:
Ok, eu odiei escrever este capítulo. Não sei se vocês gostaram de o ler ou não, mas eu odiei escreve-lo. Passei quase três dias a tentar melhora-lo, e nada. Simplesmente fiquei sem ideias.
Lamento imenso que esta publicação não tenha ficado ao nível dos outros capítulos, mas eu prometo que vou fazer os possíveis e os impossíveis para vos compensar na próxima publicação.
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Never say never...
RastgeleÀs vezes, as escolhas erradas levam-nos por caminhos errados, e Beatrice não foi exceção. A sua vida é um verdadeiro jogo sem saída, onde as mentiras são a principal realidade e a verdade é estritamente proibida. [Atenção: Antes de começarem a ler q...