Continuamos a falar por mais algum tempo, até que alguém volta a bater à porta.
"Entre. "gritei.
Assim que a porta se abre, eu paraliso por completo. Ele era a última pessoa que eu queria ver neste momento. Como é que ele teve a lata de aparecer aqui depois de tudo o que me fez? Aquele ordinário não me fez já sofrer o suficiente? Aliás, como conseguiu ele obter autorização para entrar aqui? Afinal de contas, as visitas são restritas a familiares.
"O que estás a fazer aqui seu escumalha?! "gritei grosseiramente.
"Calma princesa, não é preciso ficares assim tão irritada! "ele disse, deixando escapar um pequeno sorriso tarado pelo canto da boca. Se eu pudesse já tinha dado cabo dele e daquele seu sorriso estupidamente atraente faz tempo, mas ainda não tive oportunidade para isso...
"Desaparece daqui ou..."
"Ou tu o quê?" ele perguntou indignado, interrompendo Rowan. O seu sorriso rompeu e deu lugar a uma cara terrivelmente assustadora, que só de olhar me deixava cheia de medo. "O que farás, Rowan? O que podes tu fazer contra mim? "ele retorquiu, deixando-me ainda mais assustada.
Rowan manteve-se calada, e pela primeira vez desde à muito tempo, ela parecia estar com medo. Ela parecia assustada, aterrorizada, talvez amedrontada com o que seria aquela figura esbelta capaz de lhe fazer.
O ambiente dentro daquelas quatro paredes tornou-se supulcramente silencioso. Ninguém falava. Ninguém tinha coragem para o fazer.
Ele permanecia ali, imóvel, com a cabeça ligeiramente inclinada para trás e com os seus olhos insondáveis e escurecidos a olharem-me de uma forma extremamente repugnante, provavelmente a pensar naquilo que poderia vir a fazer comigo se não estivesse prestes a matar-me.
Com toda a repulsa e coragem que sentia por aquele ser a que em tempos chamei de namorado, abri a boca e falei bravamente, deixando as palavras falarem em nome dos meus sentimentos.
"Desaparece daqui seu palerma." gritei brutamente. "Eu odeio-te, e quero que tu e a tua espécie escumalha se vá embora da minha vida, me deixe em paz de uma vez por todas e arranje outro alvo para atormentar e massacrar. Agora desaparece da minha vista seu merdoso ignorante."
"Não. Tu deves-me dinheiro e eu não saio daqui sem antes me dares o que me deves. "ele gritou de volta, cerrando os punhos. As veias salientes na sua testa sobressaiam imenso devido à sua indignação, e isso só me deixava ainda mais aterrorizada.
"Eu não te vou dar nem um cêntimo. Agora desaparece cabrão. "tornei a gritar, no entanto escondendo dentro de mim todo o medo que sentia.
Em passos largos e pesados, Conor chegou-se a mim e apertou-me o pescoço, levantando-me no ar e encostando-me contra a parede.
"Houve bem sua puta... ou tu me dás o dinheiro que me deves, ou eu juro que a partir de hoje és uma rapariga morta. "o seu tom de voz gélido e as suas palavras ásperas e arrepiantes deixaram-me imediatamente a tremer. A raiva pulsava nas suas veias com tanta intensidade que era impossível saber a que ponto ele iria chegar se não se acalma-se.
"Eu... eu... eu não tenho o dinheiro . "disse baixinho e gaguejando, com as poucas forças que ainda me restavam.
As suas mãos em volta do meu pescoço estavam demasiado apertadas, e o ar já começava a faltar.
Sentia o bater do meu coração cada vez mais acelerado, e se ele não parasse e me largasse, em breve eu iria desmaiar.
"Esta é a tua última oportunidade Revan. Tu tens seis meses para me arranjares todo o dinheiro , caso contrário vens comigo e passas a trabalhar para mim, como forma de pagamento da tua dívida. "ele disse meio indiferente, largando o meu pescoço e deixando-me cair de rabo no chão frio do quarto de hospital, ficando eu sentada. Assenti com a cabeça afirmativamente, em forma de concordância, e respirando com alguma dificuldade, sussurrei:
"Eu prometo que até essa data te darei todo o dinheiro que te devo."
E dito isto, deixei que o meu corpo caísse totalmente para trás, deixando a minha cabeça bater fortemente contra o chão e ficando agora totalmente deitada.
Estava tão fraca... tão impotente...
Via tudo à minha volta girar e logo fiquei atordoada. Já não tinha forças sequer para manter os olhos abertos, por isso deixei que os meus olhos se fechassem lentamente, desligando-me completamente do que me rodeava.
Nota da autora:
Para compensar o capítulo enfadonho da última publicação, resolvi escrever desta vez um capítulo um pouco mais pequeno e com mais ação.
O que acham que vai acontecer agora?
Quem acham vocês que é o Conor?
Que dívidas serão essas que levaram Conor a ameaçar Beatrice desta forma?
Não se esqueçam de partilhar comigo os vossos pensamentos comentando e votando.
Beijos e até à próxima, Carol.
- Para quem não sabe, eu escrevi Conor com um só n porque essa é a versão irlandesa do nome britânico Connor -
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Never say never...
RandomÀs vezes, as escolhas erradas levam-nos por caminhos errados, e Beatrice não foi exceção. A sua vida é um verdadeiro jogo sem saída, onde as mentiras são a principal realidade e a verdade é estritamente proibida. [Atenção: Antes de começarem a ler q...