Puta

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Enquanto Otávio vestia suas roupas, Vanessa engatinhava até sua bolsa e pegou seu telefone. Usando-o como espelho, passou o dedo onde a porra estava em seu rosto e o lambeu. — Não disse que você era puta? — Provocou Otávio, ao vê-la nua lambendo a porra do próprio rosto. Vanessa sorriu, maliciosa. Não conseguia fazer outra expressão após ser comida daquela forma. Com o rosto menos sujo, foi procurar a calcinha, mas não a encontrou.

— Vou levar comigo de recordação. Você não precisa dela.

Mordendo os lábios, ela apenas vestiu o vestido, que assim como ela ficou ainda mais sujo de poeira. Já não importava.

Os dois se despediram na frente da obra, com Otávio beijando Vanessa mais uma vez. A engenheira foi pressionada contra seu carro e teve seu vestido mais uma vez suspenso, agora sem calcinha. Um beijo cheio de desejo e dois tapas na bunda foram suficientes. Só depois dele que Vanessa se preocupou se havia alguém olhando. O jeito daquele homem com ela a deixava louca. Descobriu o prazer em ser submissa, se entregando totalmente a ele. Isso não pararia ali.

"Puta". Já havia se acostumado a essa palavra nos comentários das suas fotos. Inicialmente se assustava com o desrespeito de quem se declarava seu fã, mas depois passou a ignorar. Com o tempo, se divertia enquanto entendia que aqueles perfis anônimos expressavam seu desejo. O fato de o fazerem inadequadamente dizia mais sobre eles do que sobre ela. Eram carentes e desesperados por prazer e extravasavam se aproveitando do anonimato. Aquilo com Otávio foi diferente. Ela o provocou até o limite e ele não se conteve. Descarregou todo seu desejo, não só a chamando de puta como a fodendo com uma pegada bruta.

Vanessa voltou para casa, rindo do fato de mais uma vez voltar sem calcinha. Antes de tomar banho, se olhou no espelho. Viu seu vestido e corpo sujos de poeira e cimento, a face ainda um pouco melada da porra de Otávio e se lembrou da foda na obra. Ele não apenas a chamou de puta, a tratou como tal. Os tapas na bunda, as indecências sussurradas ao pé do ouvido e a gozada na cara não saiam de seus pensamentos. Relembrar aquele momento a excitava e se masturbou durante o banho. Passou o dia relembrando aqueles momentos, imaginando uma possível próxima vez. Pensava em mandar uma mensagem provocante para ele, mas se segurava ao se lembrar de o cliente ser casado.

Apesar de seu desejo, já sabia onde aquilo acabaria. Provavelmente Otávio não insistiria em mais encontros para preservar seu casamento, no máximo procurando por encontros eventuais. Vanessa sabia de tudo isso, mas não resistiu quando ele a procurou.

Foi uma troca de mensagens breve, mas bastou para reacender nela o desejo de se entregar àquele homem mais uma vez. "Me fala das fotos que você vende na internet". Vanessa mordeu os lábios ao ler o pedido. Se lembrava das recomendações de Gabriela de não as mostrar para ninguém fora da plataforma, mas o desejo em se exibir foi mais forte. Primeiro mandou algumas de suas fotos, mas ele queria mais. Enviou a ele então o link de sua página e minutos depois recebeu a foto do pênis dele. A troca de provocações levou Vanessa a tirar e enviar as fotos, segundo pedidos dele.

Vanessa estava entregue. Obedecer àquele homem a excitava, principalmente quando ele falava de maneira chula com ela. Durante a semana, Otávio a surpreendeu algumas vezes, visitando a obra. O cliente passava o tempo todo ao seu lado, com a mão em sua cintura. Havia um constrangimento em mostrar certa intimidade com o cliente na frente dos trabalhadores, mas ao mesmo tempo aquele braço em volta do seu corpo a fazia sentir ele como seu dono. Os sentimentos em sua mente se confundiam entre permitir aquele pequeno gesto de dominação ou manter as aparências no ambiente de trabalho. Quando não havia trabalhadores por perto e a mão descia até a sua bunda, a dúvida desaparecia.

O jeito safado com o qual a abordava a excitava, assim como seu jeito bruto de tratá-la. Deixava ele fazer qualquer coisa com ela. Otávio aparecia em sua casa com frequência e a comia em qualquer cômodo. Certa noite, ele chegou em sua casa, mas não quis entrar.

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