Aula prática

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Quando em casa, na sua cama, Vanessa pensava ter sido a primeira mulher de Carlos, sorria sozinha. Se sentiu uma verdadeira professora do sexo, ensinando-o a dar prazer a uma mulher e libertando-o de suas próprias amarras. Era a primeira vez se encaixando na fantasia sexual de alguém. Foi uma professora, não apenas no disfarce, mas também na prática, dando a ele ensinamentos valiosos e conseguiu tirar de dentro daquele rapaz tímido o homem escondido lá dentro.

No dia seguinte ela quis tirar a prova que ter mudado algo de verdade naquele homem ou se seria pontual. Foi até o mercado e procurou por ele. Á distância parecia o mesmo rapaz, desengonçado e sem jeito. Quando se aproximou e os dois cruzaram olhares, Vanessa notou uma diferença. Ele não se constrangia com a presença dela. Pelo contrário, a olhava com desejo, percorrendo os olhos por todo o seu corpo. Era, de fato, o homem que a comeu na noite anterior.

— Você quer assistir mais uma aula hoje?

Sorrisos maliciosas eram inéditos em Carlos até então. Ele foi além, em um gesto rápido ele segurou sua cintura e sussurrou brevemente em seu ouvido.

— Minha professora puta vai me ensinar o que hoje?

— Ainda vou pensar no que te ensinar, você ainda tem muita coisa para aprender.

O desejo de beijar Carlos ali mesmo crescia com aqueles sussurros. Quase o fez, se não fosse a intervenção de outro funcionário do mercado.

— Para de namorar e vai trabalhar, rapaz!

Um rapaz negro, magro, usando o mesmo uniforme de Carlos e parecia ser a mesma idade que ele. Sidney, tinha um jeito brincalhão em sua fala, mesmo assim fez Carlos voltar a parecer um rapaz tímido, quase derrubando os produtos de prateleira pelo repentino nervosismo.

— Você assustou o coitado — Brincou Vanessa.

— Ele é assim mesmo, chega perto de mulher bonita e fica todo nervoso.

— Não parecia nervoso antes de você chegar.

— Você não conhece o Carlinhos. Ele não sabe o que é uma mulher até hoje.

Carlos, até então constrangido, se irritou.

— Cala a boca, cara, me deixa trabalhar.

Sidney ria, com o sucesso de ter perturbado seu colega. Quando mais ele perturbava Carlos, mais Vanessa percebia Carlos voltar àquele rapaz tímido e desajeitado. O colega se divertia em constrangê-lo, de uma maneira até certo ponto cruel.

— Carlos, ele está com inveja, não percebe. Ele queria estar conversando comigo, mas é você quem está.

— Verdade, a mulher mais bonita do mercado está falando comigo e não com você. — disse Carlos, provocando um sorriso em Vanessa

— Não adianta nada se ela for a sua tia.

— Tia? — questionou Vanessa, com uma leve indignação.

— Sim, você é ia, ou parente dele. Por isso está conversando com ele. Quando qualquer garota chega perto, ele gagueja porque acha que ela quer namorar e ele fica com medo.

— Sidney, você não tem trabalho para fazer? — perguntou Carlos, irritado.

— O mesmo que você, mas se você pode conversar com a sua tia, eu também posso.

— Eu não sou tia dele e nem sou nada dele. Sou amiga só. Podia muito bem, estar namorando ele, viu?

Sidney gargalhou.

— É isso, então, Carlos? Foge das gatinhas para pegar coroa?

Vanessa não acreditava no quanto aquele rapaz, que nem a conhecia, era debochado.

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