Depois de longos minutos em silêncio, curtindo apenas o carinho e o aconchego dos braços uma da outra, Freen é a primeira a se afastar e se levantar do chão.
- Vem - Estende os braços para a jovem que imediatamente aceita - Como se sente? - Pergunta assim que seus rostos ficam próximos ao outro.
- Melhor! - Responde com um meio sorriso.
- Tem certeza? - Questiona - Não sente incômodo nenhum?
Ela nega.
- Okay - Suspira - Será que agora podemos conversar? - A olha seria - Sem omitir mais nada Becky - Fala - Quero saber de tudo!
Rebecca assente concordando.
Sabia que agora tinha chegado a hora que mais temia, não podia mais levar com a barriga e fingir que não tinha nada de grave acontecendo. A realidade estava batendo em sua sua cara, tinha que encará-la, mesmo não querendo!
- O que você quer saber? - Se senta na cama e encara a namorada que estava em pé em sua frente.
Freen respira fundo, pedia forças pra poder iniciar essa conversa.
- A quanto tempo descobriu que estava doente?
Armstrong passou a mão pelo rosto um pouco inquieta, estava nervosa.
- A pouco mais de quatro meses - Diz.
Sarocha suspira.
- Okay ... então decidiu vir depois que descobriu - Foi mais uma afirmação do que uma pergunta, mas Becky balançou a cabeça em confirmação - Só voltou por conta disso? - Freen estava com essa pergunta martelando desde a conversa com P'Nam, precisava saber.
Becky engoliu em seco.
Não havia parado pra pensar sobre isso, no fundo não sabia se teria voltado se a situação não fosse a atual. Sabia que estava entrando em campo minado, corria risco de iniciar uma nova discussão com Freen, mas tinha que ser sincera e não queria mais omitir nada.
- A doença foi o empurrão que eu precisava!
A tailandesa mordeu os lábios e gesticulou confirmando.
- Então se não tivesse adoecido, não teria voltado?
- Eu não sei! - Fala sincera - Eu não posso te dizer com certeza, Freen! Talvez sim, talvez não ... - A mais velha a interrompe.
- Não ache que eu vou agradecer você ter ficado doente pra eu te ter de volta - Altera o tom de voz.
Becky se levanta e segura em suas mãos.
- Não precisa fazer isso, amor - Sua voz estava calma - O importante é que eu estou aqui agora.
- Mas só voltou porque acha que vai ... vai ... - Suspira, não conseguia ao menos completar a frase. A palavra "morte" era doída demais, relacionar ela a mulher que amava era impossível e a desesperava.
- Voltei porque eu amo você - Toca em seu rosto - E ponto - Enfatiza - Selinho.
Freen estava com olhos marejados, sentia um nó na garganta. Não queria chorar novamente, mas era difícil toda aquela situação.
- Como descobriu? - Continua.
- Foi por acaso - Fala - Tive mais uma discussão com meu pai e acabei passando mal - Explica.
- E o que sentiu? - Freen queria saber de tudo, não queria deixar mais nada pra trás.
- Uma dor de cabeça muito forte - Diz - Igual a que tive hoje - Abaixa a cabeça pra não encarar os olhos preocupados de sua namorada - Tão forte que perdi a consciência.
A mais velha sente o coração pulsar forte no peito, em nervosismo. Engole em seco a informação, mas continua em busca de informações.
- O que o médico te disse?
- Que eu tenho um tumor no cérebro, não é tao grande mais que provavelmente vai crescer com o tempo, se não tiver aumentado da última consulta pra cá e ...
- Você fala como se fosse a coisa mais normal do mundo - Novamente Freen se altera - Eu estou odiando essa calma sua.
- Eu já surtei o suficiente, Freen - Continua no mesmo tom de voz calma - Não posso fazer nada pra mudar, então...
- Pode começar a lutar por sua vida - Fala - Não entregar os pontos como quer fazer.
- Se for pra morrer Freen, não quero que as últimas lembranças que você tenha minha seja numa cama de hospital - A Tailandesa balança a cabeça em negação.
- Você ao menos procurou saber que tratamento faria, quais as chances e ...
- O tratamento é o de sempre, radio, quimio e cirurgia - Diz - E essas medicações só vão me debilitar ainda mais, não quero isso.
- E a doença? Ela não vai debilitar também?
- Sim! Mas não da forma que essas drogas fariam
Freen balança a cabeça em negação
- Eu não posso aceitar isso - Diz - Não vou deixar você se entregar assim - Voz embargada - Não posso permitir isso, Becky - Seu olhar era puro desespero - Por favor, vamos ouvir a opinião de um outro médico - Pede - Vamos ver as melhores opções, mas por favor não se entregue - Suplicava.
Rebecca sente seu coração se partir em pequenos pedaços, Freen estava praticamente ajoelhada aos seus pés, implorando pra lutar por elas, pra tentar. Armstrong ficava completamente sem saída, não queria se apegar a uma possível possibilidade de cura e nem queria fazer Freen se agarrar a isso. Mas também não queria ver a sua namorada da forma que estava. Se não cedesse, Freen acharia que estava desistindo delas mais uma vez e isso era a última coisa que queria novamente.
- Eu ... - Freen agarra suas mãos e a olha, aquele olhar quebrava Rebecca.
- Por favor, amor - Pede - Eu vou está contigo a todo momento - Promete - Não irei abandonar você - Afirma - Só quero que por favor, lute por a gente! - Alisa suas mãos - Qualquer 1% de chance é válida, minha princesa!
Armstrong se via sem saída e as palavras de Freen a fizeram repensar.
- Por favor - repete - Por nós, por nosso amor - Pede.
Depois de longos segundos, Rebecca assente em confirmação. Freen solta um suspiro de alívio e a puxa para seus braços.
- Obrigada, meu amor - Sussurra - Obrigada! - Se afasta para encarar seus olhos - Eu te amo - Sussurra - E se insisto nisso é porque tenho fé que tudo vai dar certo - Fala - A gente ainda tem muito o que viver e isso é só um obstáculo a mais que teremos que passar.
Becky balança a cabeça concordando. Não conseguia ter a certeza que a sua namorada estava tendo, mas tentaria por ela.
- É - Suspira.
Por ela valia a pena passar por cada obstáculo. Por ela valia a luta!
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Até a próxima ❤️
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Por toda la eternidade - Freenbecky
Fanfikce"Não importa quanto tempo eu tenha, eu vou te amar por toda a vida. Além dela se possível!" - Rebecca Armstrong