9 Crimes

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P.O.V. Michael.

Eu estava numa importante reunião de negócios quando minha secretária entra na sala sem bater, conheço e trabalho com Zelda á anos ela não é de fazer isso. Por isso fiquei surpreso e mais ainda com a cara dela.

-Senhor... o senhor recebeu uma ligação.- Disse Zelda.

-Sabe que não recebo ligações enquanto estou...

-É do Hospital Geral senhor. De acordo com o que me disse a funcionária, sua filha foi admitida ainda agora.- Falou minha secretária com certo receio.

-O que?! Lamento, lamento cavalheiros, mas teremos que remarcar.- Eu disse saindo á toda a pressa da sala de reuniões.

Pedi a Zelda por mais informações e ela deu sem hesitar, então entrei no carro e mandei meu motorista ir até o Hospital Geral dos Hamptons o mais depressa possível e quando cheguei vi sentado lá na sala de espera ninguém mais ninguém menos do que David Grayson. Ele parecia agoniado.

-David? O que está fazendo aqui menino?- Perguntei.

-Eu estava lá. Foi minha culpa. Acabaram de levar a Allison lá pra dentro.- Disse o garoto chorando e apontando para o centro cirúrgico. 

Fui até a mesa onde estava a recepcionista e pedi informações sobre o estado de Allison, disse que era o pai dela e a moça me informou que ela chegou á emergência á mais ou menos dez minutos e já chegou inconsciente devido a um trauma na cabeça, por isso os médicos a levaram para o centro cirúrgico ás pressas. Perguntei o que havia acontecido, mas ela não soube responder.

P.O.V. Allison.

Posso ouvir as vozes ao meu redor.

-Ela está pronta?- Perguntou alguém.

-Dormindo como um bebê. Passe o bisturi.- Disse a outra voz.

Bisturi? Estou ouvindo os médicos dizerem que sou uma menininha mimada que se meteu numa briga de bar. E de repente, as coisas, as lembranças começaram a voltar na minha cabeça e foi como... não foi como dizem que é, eu não vi nenhuma luz branca nem nada assim. Eu só me vi num corredor, um longo e enorme corredor branco onde havia uma única porta. Não posso ver, nem sentir o que está acontecendo, mas posso ouvir. Olhei para mim mesma e não estava usando a mesma roupa de antes, estou de vestido. Um vestido branco sem mangas com o corpete cheio de flores brancas bordadas á mão, saia longa branca de seda e cetim. Estão operando a minha cabeça, eu sei posso ouvir o que estão dizendo. Hemorragia Cerebral.

Será que isso é a morte? Estou morrendo? Sem ter mais o que fazer me sentei e chorei.

P.O.V. Michael.

Perguntei á David se ele sabia o que tinha acontecido, como Allison havia sido hospitalizada e porque. E ele acabou contando tudo. Sobre a briga no bar.

-Luke estava bêbado, foi encher o saco dela, começou a falar um monte de merda, ele agarrou o braço dela. Ela pediu para ele soltar, mas ele não soltava então dei um murro na cara dele, começamos a brigar, apesar de ter ouvido ela pedir, implorar para que parássemos não dei ouvidos. Ai, na tentativa de apartar a briga ela... se meteu... na frente e tomou um empurrão violento, caiu no chão bateu a cabeça. Ai tinha sangue e os paramédicos vieram e estamos aqui.

Não. Meu Deus não.

-E quem a empurrou?!- Perguntei irritado.

-Não sei, pode até ter sido eu. Estávamos os dois... com o sangue fervendo.- Disse David chorando, passando as mãos pelos cabelos num claro sinal de nervosismo.

Meu Deus! Passaram se várias horas até que o médico finalmente saiu da sala de cirurgia.

-E então Doutor?- Perguntei.

-Vocês são os familiares da senhorita Clark?- Perguntou o médico.

-Sim. Sou o pai dela.- Eu falei.

-Bom, então...- Pela cara do médico, pela enrolação eu soube que vinha chumbo.

-O que aconteceu com a minha filha? Ela morreu?!- Indaguei apavorado.

-Não. A cirurgia foi um sucesso, entretanto... o quadro dela era mais grave do que esperávamos. Sua filha bateu a cabeça com força e como chegou inconsciente não houve tempo para fazermos tomografia. Achávamos que estávamos lidando com uma concussão, mas infelizmente os ferimentos dela eram piores. Não era uma concussão, era hemorragia cerebral. Sangramento no cérebro.- Disse o médico.

Ai Meu Deus! Pensei em choque, me sentando na cadeira para não cair.

-E?- Questionei.

-Para dar tempo e chance do tecido se curar tivemos que induzir um coma. Sinto muito. Ela já está no quarto se quiser vê-la.- Falou o Doutor.

Fiz que sim com a cabeça e entrei para ver a minha filha toda entubada, deitada num leito de hospital com a cabeça raspada e enfaixada. E aquilo me doeu mais do que qualquer coisa. Eu deveria ter passado mais tempo com ela. Me vejo de volta onde comecei. Quantos dias, noites, semanas e meses eu não passei neste mesmo hospital, nesta U.T.I. ao lado de Victória enquanto ela lutava contra o Câncer que acabou levando-a. Porque meu Deus? O que o Senhor quer me ensinar? Perguntei pegando na mão da minha filhinha.

Os dias se arrastaram, viraram semanas, que viraram meses. Ela não acordava e os sinais vitais diminuíam. Até que ouvi o médico dizer que Allison estava clinicamente morta e que os equipamentos eram a única coisa mantendo ela viva e era minha decisão se desligava ou não.

P.O.V. Allison.

Clinicamente morta? Eu não estou morta! Estou aqui! Estou aqui! Eu não morri. Preciso que eles me ouçam, mas ninguém me ouve, ninguém me vê. De repente fui... transportada para o banheiro masculino. Vi David lavando as mãos na pia.

-Estou aqui! David! David!- Eu gritava.

Mas, ele não me ouve. E isso me deixou muito brava.

P.O.V. David.

De repente, as torneiras do banheiro, todas as torneiras se ligaram sozinhas. Começou a sair água fervendo de lá, os espelhos ficaram embaçados e a água jorrava. E eu vi apavorado a frase ser escrita, se escrever sozinha no espelho do banheiro.

AINDA ESTOU AQUI.

Meu susto foi tamanho que eu cai no chão e assim que eu cai vi uma garotinha

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Meu susto foi tamanho que eu cai no chão e assim que eu cai vi uma garotinha. De cabelos pretos, pele branca, olhos castanhos que usava um vestidinho branco com fita vermelha no cabelo.  Fiquei tão apavorado que sai correndo e quando cheguei no quarto de Allison olhei para a garota deitada no leito de hospital e pensei... Meu Deus, será que era ela? E se era... está perdida porque o senhor Clark decidiu assinar os papéis para desligarem as máquinas.

Meu Mauricinho InsuportávelOnde histórias criam vida. Descubra agora