Amnésia

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P.O.V. David.

Eu voltei para casa se é que pode se chamar assim. No momento em que passei pelas enormes portas da mansão onde eu e minha família moramos era... não sei como descrever. Foi impressionante saber que eu moro aqui, mas esse lugar não me parece ser a minha casa. Sei lá, não há nada familiar sobre este lugar. E mesmo assim posso ver as fotografias em porta-retratos penduradas nas paredes, inclusive fotos minhas. Tinha num porta retrato uma Selfie de mim em frente á Esfinge e eu parecia feliz. Meio metido também. Eu estava usando um blazer azul e o cabelo estava mais curto do que está agora.

 Eu estava usando um blazer azul e o cabelo estava mais curto do que está agora

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-Eu já fui para o Egito?- Perguntei.

-Já. Você já deu a volta ao mundo, foi o seu presente de 22 anos.- Respondeu minha mãe.

Ela é minha mãe, mas ao mesmo tempo é um estranha para mim. Assim que cheguei fui novamente apresentado á minha irmã mais nova Charlotte, isso é tão estranho e incômodo porque... eu posso não me lembrar delas, mas elas se lembram de mim. Esse rapaz nas fotografias sei que ele sou eu, mas ao mesmo tempo não sinto que seja. 

-Estou tão feliz que esteja de volta, achávamos que íamos perder você. Eu achei que você iria morrer Davi.- Disse a garota de cabelos castanho escuros me abraçando. Abracei-a de volta num gesto automático.

-É bom ter uma irmã.- Falei sem saber mais o que dizer.

Estar no "meu" quarto foi uma experiência ainda mais esquisita. A cama King Size com lençóis cinza, o chão de madeira envernizada, o criado mudo sob o qual havia um outro porta retrato e neste eu estava com a minha irmã. Éramos eu, ela e um cavalo marrom, pelas minhas roupas eu sou jóquei. Ou pelo menos, eu era. Caminhei mais um pouco e cheguei ao guarda roupa e lá dentro havia blazers de diversas cores, gravatas, camisas principalmente brancas, mas achei algumas azuis, camisetas polo, calças sociais, calças jeans, coletes, suéteres de cashmere, moletons, tênis, sapatos sociais então tem aos montes. Sapatênis. Camisas xadrez. Parece que eu sou um mauricinho. O guarda roupa é imenso é quase um cômodo separado com um espelho gigante que é mais uma parede do que só um espelho no fim. Gavetas com cuecas boxer da Calvin Klein, meias e gravatas.

Sai e fui até o banheiro o chão é de piso frio, a pia de granito preto com uma torneira muito chique, abri o espelho e vi os produtos de beleza, perfume Azarro, creme e espuma de barbear, o barbeador elétrico preto e algumas lâminas azuis também. Admito que estou meio atordoado com tudo isso, me sinto confuso e perdido. Mas, de repente pensei numa música, ela começou a tocar na minha cabeça e havia algo de reconfortante naquela canção.

-Voa minha ave, voa sem parar, viaja pra longe te encontrarei em algum lugar. Permaneço em ti, como sempre foi mais perfeito e mais fiel, mesmo sozinho sei que estás perto de mim quando triste olho pro céu... Quando eu te vi... o sonho aconteceu. Quando eu te vi... meu mundo amanheceu, mas você partiu sem mim e sei que estás em algum jardim entre as flores... Anjo, meu tão amado anjo bem sei que estás. E eu do brando sono ei de acordar para os teus olhos ver uma vez mais... O verdadeiro amor espera, uma vez mais...- E cantando aquela música eu senti... senti uma enorme emoção, saudade como se aquela música significasse algo que eu não consigo me lembrar o que é.

Meu Mauricinho InsuportávelOnde histórias criam vida. Descubra agora