Recomeço

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P.O.V. David.

Felizmente ela aceitou conversar comigo, viemos para uma sala privada, um lounge na área V.I.P.  Me sentei numa das poltronas e ela ficou um bom tempo andando e olhando em volta.

-Inacreditável! Mesmo nesse lugar, super exclusivo cheio até a tampa de ricos mimados tragicamente privilegiados que se acham melhor que todo mundo ainda acham um jeito de criar uma área V.I.P. Até parece que quando todos morrerem não vão virar comida de verme do mesmo jeito. - A garota disse absolutamente indignada. Já deu para ver que ela tem um gênio difícil.

Mas, finalmente ela se sentou numa cadeira á minha frente e olhando para ela vejo que não é como as demais garotas de jeito nenhum. Até no jeito de se vestir, a roupa que está usando é incrível e demasiadamente simples não parece uma roupa de marca, é um vestido com estampa floral, camisa jeans e botas. O cabelo está arrumado, escovado, mas solto e parece meio... bagunçado, ela quase não usa maquiagem.

-Me contaram que você é minha namorada, isso é verdade?- Perguntei.

-Nós éramos, agora eu não sei. Se quiser... terminar eu vou entender. Não precisa se sentir mal, nada do que aconteceu foi sua culpa ou minha. Simplesmente aconteceu.- Afirmou Allison com resignação.

De repente, ela começou a chorar. Um choro emocional.

-Eu estou tão feliz que esteja vivo. Você nem imagina o quanto estou feliz por você estar vivo, o que eu senti quando... quando aquele tiro te acertou... tinha tanto sangue para tudo quanto era lado, pensei que você ia morrer David. E enquanto esteve internado... vê-lo naquele estado nem vivo, nem morto, entrevado naquela cama dia a dia. Eu fui te visitar todo o dia, todo o santo dia enquanto esteve internado, mas os médicos não davam esperança. Diziam que devido á gravidade dos ferimentos você nunca acordaria, que precisaria de um transplante de coração e isso só fez aumentar a minha culpa.- Disse a garota chorando uma catarata.

-Sua culpa? Espera, eu levei um tiro?- Questionei.

Ela fez que sim com a cabeça.

-Eu nunca vou esquecer aquele dia, foi o melhor e o pior dia da minha vida. Nós passamos o dia juntos você foi á minha casa me acordou com beijos, nós fizemos amor e ai você me trouxe aqui. Andamos á cavalo, eu montei no cavalo ao contrário e ai estávamos no estacionamento era noite... estávamos frente a frente com o carro o seu Maserati quando um homem encapuzado saiu do nada ele apontou a arma para nós, exigiu sua carteira, minha bolsa. Nós demos, ele fez menção de partir, mas voltou e disparou. O que tinha na cabeça David? O que você tinha na cabeça para pular na frente de uma bala?- Ela questionou entre lágrimas.

Ein?

-Certo. Desculpe, você não se lembra, de qualquer forma... aquela bala, aquela... maldita bala era para mim. Não para você, aquele tiro era para mim. Eu era o alvo. Você caiu no chão, tinha sangue para tudo quanto era lado, o assaltante fugiu. Felizmente consegui chamar o socorro, mas ainda assim... eu me lembro de te ver naquele estado nem vivo, nem morto e foi horrível. Por isso, eu te deixei ir e de certa forma, você foi.- Disse Allison.

Quando perguntei o que ela queria dizer com aquilo, ela me disse que não suportava me ver preso entre a vida e a morte, sofrendo, em agonia então falou comigo enquanto eu estava em coma numa tentativa de me libertar.

-Eu não queria prender você aqui. Porque eu te amo demais para vê-lo sofrer, com isso em mente eu pedi... pedi para você voltar e que se não pudesse, se não tivesse forças ou condições te libertei. Preferia que partisse, que fosse em paz para um lugar melhor do que que ficasse aqui preso daquele jeito. E você foi. Eu ouvi o seu coração parar, os médicos me tiraram de lá e eu fui embora. Achei que estava morto, que tinha partido.- Confessou a garota.

Meu Mauricinho InsuportávelOnde histórias criam vida. Descubra agora