Inconsequente

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P.O.V. Allison.

Me levantei cedo vim trabalhar de garçonete no bar pela manhã e então já mais á tarde fui até o endereço da casa que a madame queria que eu limpasse, é uma casa de praia. Usei o molho de chave que a senhora Grayson me deu para abrir a porta e o lugar está fechado á muito tempo, há panos que já foram brancos um dia encima dos móveis. Rapidamente abri as portas, as janelas para entrar ar e localizei o armário de produtos de limpeza. Amarrei meu cabelo num coque bagunçado e comecei a trabalhar.

Quando removi os panos levantou poeira e eu comecei a tossir, espirrar, mas nada intolerável. Afastei os móveis, achei uma torneira onde conectei a mangueira e joguei água no chão. Á água saiu PRETA. Depois de tirar a primeira e mais grossa de pó, joguei sabão em pó no chão e comecei a esfregar. Eu limpei tudo cômodo, por cômodo, lavei o chão, os vidros, a louça que graças á deus deu para colocar na máquina de lavar louça o que adiantou bastante o serviço. Lavei os banheiros com detergente e desinfetante. Foi um trabalho pesado, mas fiz tudo direitinho. Estava me preparando para sair quando ouvi alguém entrar pela porta, ouvi as risadas e vozes masculinas.

-Então a garota da festa era garçonete?!- Perguntou um.

-Era. Mas... eu nunca pensaria que ela seria garçonete. Fala sério, ela era gata demais para ser... uma garçonete pobretona.- Comentou o David, reconheci a voz dele.

Os mauricinhos continuaram conversando e falando de mim. Eu os ouvi me chamarem de vadia, caça-fortunas, dizerem que quando eu soubesse que David era filho de Christian Grayson um dos maiores empresários dos Estados Unidos eu iria cair aos pés dele rapidinho. Preciso sair daqui o quanto antes. Eu tentei ser furtiva e silenciosa, infelizmente sou tudo menos isso. Naquele escuro que estava tropecei no degrauzinho do banheiro e cai que nem um saco de batatas.

Não sei o que aconteceu tudo depois daquilo é confuso. Só me lembro de ouvir as sirenes e da polícia aparecer. O policial meteu a lanterna na minha cara.

-A senhorita está ciente de que esta é uma propriedade particular?- Indagou o policial.

-Sim, senhor.- Respondi.

-Então vai ter que me acompanhar.- Disse o policial.

-Espere, eu não invadi. É um engano.- Falei.

-É, explique-se na delegacia.- Falou o oficial me algemando.

-Parece que o David arrumou uma perseguidora.- Disse um dos moleques.

-Cala a boca moleque.- Retruquei.

O policial me enfiou no banco de trás da viatura e vim parar na delegacia. Felizmente eu não tenho passagem pela polícia e quem não deve não teme, por isso expliquei a situação. Falei que tinha sido contratada para limpar a casa pela proprietária a Senhora Verônica Grayson, mostrei o molho de chaves, a minha conversa de WhatsApp com a mulher que me autorizava á estar lá. O oficial também perguntou sobre a acusação feita pelo loiro com sotaque britânico. Sobre eu estar perseguindo o David Grayson.

-Não! Eu o vi pela primeira e única vez ontem num coquetel onde eu era garçonete e de acordo com a senhora Grayson a casa devia estar vazia. Não era para ter ninguém lá, se eu fosse uma perseguidora então... eu saberia onde ele está a cada minuto de cada dia o que não é o caso. Diabos, eu nem sabia que ele era filho da dona da casa. Tenho mais o que fazer do que stalkear um mauricinho.- Afirmei.

Felizmente o policial me liberou, infelizmente depois da confusão a Senhora Grayson me dispensou. Eu perdi o emprego. Porra! Admito estou puta da vida, eu precisava daquele emprego. Então, tomada de fúria eu fui atrás do riquinho e imagine só eles estavam numa festa da fogueira na praia. Deus me perdoe, mas vou dar um couro nesse mauricinho britânico.

Meu Mauricinho InsuportávelOnde histórias criam vida. Descubra agora