capitulo 19

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Luffy on

Não me deixavam ver a Hina, disseram para deixá-la processar o que havíamos contado a ela. Nami mandou Usopp, Brook, Franky, Zoro e Sabo irem até o hotel pagar a conta e pegar nossas coisas, ela achou melhor ficarmos todos no navio e partirmos no dia seguinte, já que não era bom permanecermos muito tempo em uma ilha ainda mais com Ace e Sabo com a gente.

Passei mais uma vez pela porta do quarto da Hina na esperança de Nami, Robin e Koala não estarem lá para me impedir de ver ela. A porta estava entreaberta, me encostei na parede e fiquei ouvindo elas conversarem.

-Você não sente nada estando aqui? Não se lembrou de nada?- Koala pergunta.

-Não consigo lembrar nada, mas sinto algo bom estando aqui, como se eu estivesse em casa, é como agora que estou falando com vocês, eu sinto que posso confiar, que posso me abrir. Mas eu não lembro de nenhuma de vocês, é estranho e assustador.- senti um aperto no peito.

-E quanto ao Luffy? Ele quer falar com você, está a horas tentando te ver e você se nega, não acha que seria bom falar com ele?- ouço a voz tranquila de Robin.

-Eu não sei se estou pronta, a forma que vocês falaram sobre minha relação com ele… E se eu for falar com ele e ele tentar algo comigo? Eu me sentiria na obrigação de corresponder.

-Como assim obrigação?- Nami pergunta o que eu mesmo estava me perguntando.

-Eu me lembro um pouco dele, de quando nos conhecemos, Luffy é impulsivo, faz o que tem vontade sem pensar nas consequências. E se eu for falar com ele e ele tentar me beijar? Me tocar? Eu me lembraria do que vocês me contaram e me sentiria na obrigação de corresponder por que mesmo eu não me lembrando nós temos um compromisso.- senti meu peito murchar, era isso? Ela não queria me ver porque estava com medo que eu tentasse algo contra a vontade dela? Saí dali, e fui até o meu local especial, as palavras dela martelando na minha cabeça.

-Que foi Luffy por que essa cara?- Zoro pergunta se encostando na amurada com uma garrafa de sake na mão.

-Eu fui tentar ver a Hina e descobri que ela não quer me ver, e que está com medo de ficar perto de mim e eu forçar alguma coisa com ela- contei triste- Ela disse que se eu me aproximasse dela ela ia se sentir obrigada a me corresponder.

-Conhecendo ela, faz sentindo- me viro para o espadachim o olhando de lado confuso.- Tsc. Qual é Luffy, até parece que não conhece a Hinata, ela é doce e gentil, nunca se nega a fazer nada pelos outros, ela sabe que você gosta muito dela e que até ontem ela sentia o mesmo, você praticamente a pediu para casar com você, acha mesmo que se a Hinata te visse com essa cara de cachorro sem dono e tentasse beijar ela, ela se afastaria? Lógico que não, ela não ia querer te deixar mais triste.- pensei no que ele havia dito, era tudo verdade, Hina realmente faria aquilo.

-Mas então o que eu faço? Não quero ficar longe dela..

-Não precisa ficar longe, é só respeitar o espaço dela, nada de beijos, abraços, você já a fez se apaixonar uma vez por você, é só fazer de novo.- olhei para o mar, eu conseguiria fazer aquilo, manter distância, controlar minha vontade de abraçar e beijar ela, eu precisava fazer isso se não eu a perderia.

-Valeu Zoro, vou seguir o seu conselho.- ele sai e vai em direção ao ninho do corvo. 

Durante o resto do dia não tentei ver a Hina, mesmo que minha vontade fosse invadir seu quarto eu me controlei e tentei me distrair com meus irmãos.

Fui tomar um banho antes do jantar, entrei no meu quarto sem me lembrar a última vez que havia dormido nele. Me vesti depressa e saí correndo gritando por Sanji, estava morrendo de fome, quando abri a porta da cozinha paralisei ao ver Hinata sentada na mesa sorrindo enquanto conversava com os outros, sentia tanta falta dela, me segurei para não correr abraçá-la, seus olhos encontraram os meus, e prendi a respiração. Me sentei no meu lugar e comi em silêncio, às vezes eu olhava para ela, era estranho ter a pessoa que a gente ama tão perto mas ao mesmo tempo tão longe. Depois de comer sai da cozinha e fui até a proa, me deitei no chão e fiquei olhando as estrelas me sentindo tão vazio.

-Posso fazer companhia?- olhei para o lado ao ouvir sua voz baixa e doce, ela estava com as bochechas vermelhas e brincava com os dedos, concordei e a vi se deitar no chão, distante demais para o meu gosto, fiquei a olhando por um bom tempo sem falar nada.- Me desculpe, sei que não deve estar sendo fácil para você também, eu devia ter conversado com você mas eu…

-Eu sei, eu ouvi vocês conversando no quarto- ela me olha parecendo culpada- Tá tudo bem.- falei antes que ela dissesse alguma coisa. Suspirei e voltei a olhar o céu- Eu não vou tocar em você, não quero que se sinta obrigada a me amar de novo.

-Luffy, eu realmente sinto muito, não quis dizer que você me obrigaria a algo, eu só… eu só…- me virei de frente para ela e vi as lágrimas que caíam de seus olhos. Estendi a mão para secá-las mas a puxei de volta.

-Não foi culpa sua, foi minha, se eu não tivesse começado a brigar com aquele loiro metido a besta você não teria corrido e caído do penhasco e nós dois ainda estaríamos felizes juntos.- me perdi nos seus olhos de lua.

-Você realmente me ama não é?

-Sim, nunca senti como me sinto agora, nem sei como vou conseguir viver sem vocês.- me sentei segurando a vontade de chorar. Hinata se senta de frente para mim e aperta minha mão, sinto um arrepio na espinha.

-Você não precisa viver sem mim, ainda estaremos no mesmo navio, talvez minhas lembranças voltem logo e podemos retomar de onde paramos. Ou talvez eu… talvez eu possa me apaixonar por você de novo. Talvez se me tratar da mesma forma que me tratava antes de ficarmos juntos.- olhei em seus olhos.

-Tem certeza? Não quero te obrigar a me amar.

-Eu não sei explicar mas eu me sinto estranha quando estou perto de você, quando peguei sua mão senti um arrepio pelo meu corpo e meu coração disparou, é como se mesmo sem minha memória meu coração e meu corpo reagisse a você. Se estiver disposto a começarmos do zero, eu também estou disposta.- lhe dei um sorriso e apertei sua mão.

-É claro que estou disposto, eu nunca desistiria de você, de nós.- trocamos um olhar intenso até que vi suas bochechas ficarem coradas de novo.

-Eu vou para cama, foi um dia e tanto.- ela se levanta e vai para o quarto. Me jogo no chão com um grande sorriso estampado no rosto, ainda havia uma esperança.

TsukoyumiOnde histórias criam vida. Descubra agora