Hinata on
Eu olhava ao redor, vendo os rostos conhecidos e desconhecidos, todos exaustos e muitos feridos, mas todos felizes pela guerra ter finalmente acabado. Corpos jaziam sem vida por todos os lados, os ninjas médicos tratavam aqueles que estavam em estado mais crítico. Naruto e o restante do time sete estavam reunidos um pouco distantes uns dos outros, mas pareciam conversar animadamente. Ouvi um choro e me virei, vi meus amigos todos juntos em volta do corpo sem vida do meu primo. Eu olhava em volta, procurando um sinal, um indício de que estava sonhando, mas não havia nada. Era o contrário, eu tinha acabado de acordar.
— Hina — me virei para o som da voz conhecida, mas que a muito tempo eu não escutava, ou assim eu pensava. Um grande vulto branco me atingiu me derrubando no chão e lambendo meu rosto. — Akamaru sai de cima dela. — o cão obedeceu e Kiba me ajudou a me sentar novamente, Shino estava a alguns passos de distância, olhei desolada para meus companheiros e senti as lágrimas rolarem por meu rosto — Ei, o que foi? Não precisa chorar, já acabou, nós vencemos. — Kiba me abraçou tentando me confortar.
— Foi um sonho, nada daquilo foi real. — meu corpo foi tomado por soluços, Shino se ajoelhou ao nosso lado.
— Sim Hina, foi apenas um sonho, nós estávamos presos no Tsukuyomi, Naruto, Sasuke, Sakura e Kakashi derrotaram Madara e nos libertaram do genjutsu, acabou, agora podemos ir para casa. — chorei ainda mais, como eu poderia explicar a meus melhores amigos que o que eu mais queria era voltar para o meu sonho? Voltar para Luffy?
[.......]
Já se passou um ano desde a guerra e eu tentava superar o fato de que tudo que vivi, foi apenas um sonho. Ele nunca existiu, nada do que vivemos foi real, todos os beijos, todos os toques, todas as vezes que fizemos amor, as declarações, as promessas, exatamente tudo foi uma mentira. Nós não ficamos sentados na cabeça do Sunny olhando as estrelas ou o pôr do sol, não dancemos naquele baile, não dormimos agarrados depois de fazermos amor, não acordei com seus braços ao redor de mim, não vi seu sorriso todas as manhãs, eu não o ouvi dizer que me amava, ele não me roubou beijos na frente de todos, não me chamou de sua rainha, ele simplesmente não existiu.
Eu sentia falta de tudo, de todos. Sentia saudade do esqueleto pervertido que vivia pedindo para ver as calcinhas de qualquer mulher que encontrava, do ciborgue que fazia as coisas mais incríveis com alguns pedaços de madeira, da comida maravilhosa de Sanji, das mentiras de Usopp, do humor sinistro de Robin, da fofurice de Chopper, de encontrar Zoro dormindo em todo canto, da navegadora que batia em todos, mas principalmente, eu sentia a falta dele, do meu capitão. Aquele que iluminava meus dias com um simples sorriso, aquele que lutava por seus amigos, por sua liberdade, que defendia seus ideais sem pestanejar. Aquele que eu amava.
Nunca contei a ninguém sob o meu sonho, era algo que eu queria guardar somente para mim. Eu tentava voltar ao normal, ser a mesma kunoichi que era antes do tsukuyomi, mas não havia como negar que algo havia mudado em mim. Eu ia em todas as reuniões e jantares do grupo, e até me divertia com eles, mas às vezes eu me pegava imaginando como seria se não fosse eles ali, mas sim os meus nakamas.
Conforme o tempo foi passando, eu fui deixando para lá, resolvi me concentrar na minha vida de verdade e não me prender a alguém inventado. Acabei aceitando um dos vários convites de Naruto para sair e assim começamos a namorar. O sentimento que eu tinha por ele não era o mesmo que senti a vida inteira, mas ainda assim eu o amava o suficiente para aceitar me casar com ele depois de um ano de namoro. Naruto era um bom homem e me fazia feliz, mas nas noites solitárias, quando ele saia em missões diplomáticas ou ficava até tarde na torre do hokage, onde ele estava sendo treinado para assumir o posto dali alguns anos, eu me pegava sonhando com o moreno do chapéu de palha.
Minha vida com Naruto era tranquila, tínhamos uma boa casa e nos dávamos muito bem. A pedido dele, eu já não saia em missões, ficava em casa cuidando de tudo, apenas limpando e cozinhando, esperando ela retornar, ele não achava certo que uma mulher casada saísse por aí, correndo riscos à toa e sem ter um dia certo para voltar. Não discuti, apenas acatei a seu pedido, mas não sem deixar de pensar que se fosse Luffy, ele não me pediria aquilo, ele não me faria abrir mão de me "aventurar" por aí contanto que eu voltasse sã e salva para seus braços. Pensar nisso foi um dos motivos para ter acatado o pedido de Naruto sem retrucar, eu precisava me lembrar que Luffy não era real.
[....]
Cinco anos…
Fiz força mais uma vez e pude ouvir o choro de minha filha, Naruto tinha um enorme sorriso no rosto, tocou de leve seus lábios em minha testa e se afastou para que Sakura pudesse me entregar um pequeno embrulho. Olhei para o rosto de minha filha, Himawari, seus cabelos pretos como os meus e as marcas nas bochechas iguais às do pai.
— Obrigado Hina. — Naruto falou emocionado, tocando de leve o rosto de nossa filha. — Eu vou buscar o Boruto, ele deve estar louco de vontade de conhecê-la.
— Esperem no quarto, daqui a pouco levamos as duas para lá. — Sakura falou enquanto o loiro saia.
Naruto havia saído a poucos segundos atrás, iria levar Boruto para o clã Hyuuga e depois voltaria. Agora sozinha nesse quarto, apenas com Himawari em meus braços, eu me permiti mais uma vez, sonhar. Sonhar com Luffy ao meu lado, com a nossa filha em meus braços, podia ver com tanta perfeição essa cena que até parecia real. Deitei de lado, colocando o pequeno pedaço de gente ao meu lado, abraçando seu corpo minúsculo de leve, fechei os olhos sentindo seu cheirinho.
Pude ouvir o som de uma porta se abrindo, e uma verdadeira algazarra do lado de fora, alguns sons de passos se aproximando.
— Mamãe, mamãe, mamãe — alguém me chacoalhava, era uma mão pequena, e a voz não parecia a de Boruto, abri os olhos devagar — Mamãe papai roubou toda a minha comida de novo. — um pequeno garotinho, de olhos e cabelos negros, com um chapéu de palha, arregalei os olhos de leve, ele parecia demais com o Lu…
— Oxi, eu não tenho culpa, eu tava com fome e você ficou brincando invés de comer. — foi só então que notei a figura ao seu lado, meu coração disparou ao ver aquele lindo sorriso. — Bom dia minha Rainha.
Foi só então que eu percebi. Nada daquilo havia sido um sonho, tudo fora real, tudo que vivemos, foi real. Olhei para do rosto de meu marido para o do meu filho e senti uma lagrima rolar por meu rosto.
— O que foi Hina? — Luffy pergunta preocupado.
— Porque tá chorando mamãe? — Rikki perguntou secando minhas lágrimas.
— Nada não meu amor, foi apenas um pesadelo.
Fim...
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Tsukoyumi
FanfictionDurante a guerra Madara ativa o tsukuyomi e Hinata se vê não em um sonho mas em outra dimensão. Sem saber se tudo era real ou se era sonho ela se ve livre para ser aquilo que sempre foi e que nunca enchergaram Ela o salvou e ele a convidou para entr...