Linhagem Familiar | Pedri Gonzáles

022

Barcelona,Espanha

MALU SE SENTIA EXTREMAMENTE BEM, era estranho, mas ela tinha gostado de ter se reconciliado com Pedri, ela sentia como se um peso tivesse sido retirado de suas costas, porque ela sabia, sabia que tinha sido a maior causa do sofrimento de Pedri nesse último ano, ela admitia que o deixou principalmente na época da copa, e ela estava disposta, disposta a resolver o dano causado, disposta a tentar.

— Como foi com o Pedri? Lyvia perguntou assim que a Brasileira adentrou ao carro preto. — Tá bom, eu tenho que te agradecer. Admitiu, fazendo a loira se gabar.

— Eu sou a melhor! Mas então, tá afim de sair mais tarde? Como nos velhos tempos? Perguntou ansiosa.

— A gente nunca teve velhos tempos. A Brasileira relembrou. — Verdade. você só me mandava mensagem para saber como o Pedri estava. A loira olhou de relance.

Acontece que Malu nunca esqueceu Pedri, durante tanto tempo ela fez Lyvia jurar, jurar que nunca contaria a Pedri sobre isso, era um segredo que conectava ambas, então por meio disso, ambas se aproximaram, elas conversavam por horas, conversavam como se fossem amigas durante anos.

— que horas? — As 19:00.

— Preciso te contar uma coisa.

Foi a última coisa que a Brasileira ouviu após sair do carro, ela adentrou a faculdade e se controlou, sabia que os rumores a cerca dela não cessaram, sabia que ainda seria olhada com repusa por machucar o queridinho de Barcelona, e ela podia apostar, que era uma das poucas coisas que ela odiava por ter que conviver com Pedri, a pressão, os haters e até mesmo o fãs...

Malu então agarrou firmemente a sua bolsa e se preparou para encarar tudo ao seu redor, o que a mesma odiava, Malu sempre estava em seu mundinho, ela odiava sair de sua zona de conforto, e quando o fazia, ficava extremamente ansiosa, então o mísero fato dessa situação não estar em seu controle, e metade da faculdade te odiar, a fazia estremecer.

Mas assim que uma voz familiar a tirou de seu maldito pesadelo, ela suspirou aliviada, não só pelo fato de reecontrar Blanca após muito tempo.

— Malu! Eu te odeio por me largar! A Brasileira mal teve tempo de se explicar, mas quando viu já estava sendo sufocada por uma garota ruiva.

— Desculpa, também senti a sua falta.

— O que aconteceu? A mesma a olhou preocupada. — Longa história, te conto depois? A Brasileira perguntou sendo recebida com um aceno de cabeça receptivo.

— sabe, fiquei sabendo da situação com o Pedri. — Já tá tudo resolvido, juro. A Brasileira adiantou-se, seguindo pelo jogador junto a amiga.

— Eu sei, mas sinto muito pela faculdade inteira estar contra você.

Malu sentia, sentia a imensa saudade de Blanca, sentia falta de momentos como aqueles, sentia falta das conversas banais, dos surtos dela, do cabelo ruivo, do cheiro de seu perfume de framboesa, Malu gravou Blanca até nos mínimos detalhes, e ela se sentia feliz, feliz por não se sentir mais solitária naquela enorme cidade que era Barcelona, mesmo que ela sentia que podia contar com Lyvia, não era o suficiente, ela precisava de Blanca, e agora, ela a tinha.

⚽️🇧🇷

Malu sentiu-se confusa ao notar o novo carro de Gavi a postos, ele havia tirado a carteira a alguns meses, o que era motivo de grande preocupação para a mesma, mas a confusão se dava pelo fato dele estar a buscando na faculdade, completamente sozinho, geralmente ele não fazia, porque odiava ficar cercada de garotas implorando por sua atenção, o que estava acontecendo no momento.

A garota Brasileira relutou, mas assim que Gavi dispensou as pessoas ao redor de seu carro, Malu adentrou ao mesmo, o lançando um olhar preocupado, e totalmente inesperado.

— Tá afim de sorvete?

Antes que a mesma pudesse se quer responde, o mesmo deu partida em seu novo carro, o conversível era extremamente bonito, e poderia alcançar grande velocidade, o que deixava Malu ainda mais nervosa, principalmente pela quietude de Gavi, que se contetava em apenas se manter concentrado no trânsito das três horas da tarde.

— O que tá rolando? Tá muito quieto. Sem resposta.

E assim que ambos pararam em uma sorveteria aleatória, Malu se deu cada vez mais confusa, e embora a menina tenha repudiado o fato de Gavi pagar pelo seu sorvete, o mesmo insistiu, e insistiu para que ambos dessem uma volta por aí, deixando o seu carro em um estacionamento.

— Que bom que se reconciliou com Pedri. Gavi quebrou o silêncio, Malu apenas balançou com a cabeça e lambeu um pouco de seu sorvete.

— Você tá muito estranho. Falou limpando a boca. — Não estou não. Negou. — Você sabe que está.

O mesmo apenas continuou a andar, sendo seguido pela Brasileira, com o passar da caminhada, as coisas foram melhorando, Gavi retornou ao humor normal, mas algo ainda parecia estranho, pelo menos para Malu, que o sentia tenso, como se algo estivesse errado.

— Eu terminei com a Lyvia.

Malu arregalou os olhos, ela não sabia o que fazer, o que dizer, o que pensar, não naquele momento, Lyvia também estava dotada de uma estranheza sobrenatural, e esse motivo não era um dos favoritos, não para Malu.

— O que? Por que?

— A gente não dá certo, é simples, somos muito diferentes, ela não me entende e eu não entendo ela.

— Sério muito clichê se eu dissesse que os opostos se atraem. até porque é uma maneira ridícula de se pensar, eu acho que as diferenças é que se completam, então, não adianta você tentar se encaixar só por causa dela, e também não adianta ela mudar só pra te agradar, a verdade é que vocês tem que conversar e simplesmente aceitarem a suas diferenças. — E eu sei disso porque o Pedri e eu somos pessoas totalmente diferentes!

— Já falei que você é a minha melhor amiga? O Espanhol perguntou, fazendo a mesma dar um sorriso sincero.

— Já! Agora me leva pra casa. — Tá meio tarde mesmo...

Diferentemente de Pedri, Gavi não abria a porta pra ela entrar, e ela amava isso, isso era uma coisa de Pedri, era algo que o tornava único, especial, algo que Malu amava, algo que destacava Pedri de Gavi.