━ 𝐕𝐈𝐈 ━

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Respiro fundo, cansada, depois de ter acordado de mais um pesadelo sobre os experimentos que eu passei

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Respiro fundo, cansada, depois de ter acordado de mais um pesadelo sobre os experimentos que eu passei.

Já era de noite e eu me encontrava sem conseguir dormir e já era cerca de duas da manhã.

Não é como se eu não fosse acostumada a ficar acordada de madrugada. A maioria de minhas missões e trabalhos sempre foram de madrugada, então estava acostumada a ficar com o cérebro ativo esse horário. 

Mas eu não conseguia dormir. E isso, para alguém como eu que simplesmente encosta a cabeça no travesseiro e consegue dormir igual um bebê, era preocupante.

Depois que eu falei com os Mauricinhos sobre o meu passado, acabou que se passam memórias por minha mente que eu pensei que tivessem ido ao inferno. Agora elas estão me atormentando, não me deixando pregar os olhos por mais de cinco minutos.

Fecho os olhos ao lembranças com Leslie passarem por minha mente, novamente.

Para esquecer tudo aquilo, decido levantar e andar pela Torre. Esse lugar é grande que só a porra, preciso me acostumar urgentemente já que irei morar aqui por um tempo. 

Acabei chegando na cozinha - que é o lugar que eu mais frequentei -, e me assusto ao ver Jenna com um prato de biscoitos e um copo de leite, sentada na bancada com vários livros ao seu redor. Aparentemente estava super concentrada, estudando biologia.

Fico a admirando e memorizando os detalhes de seu rosto tão bem desenhado e que parecia esculpido por anjos. Decido chamar sua atenção, falando: - Eita, aranhinha - ela se assusta e me prende na parede com suas teias, com um reflexo invejável. Sorrio gostando da sensação de ser presa novamente por ela. - Uh, isso me lembra do dia que nós nos conhecemos. Tão carinhosa desde sempre... - falo nostálgica.

- Me desculpe, pensei que era sei lá, algum ladrão - ela fala, franzindo as sobrancelhas.

- Acho que a Torre é bem segura - eu falo, pra provoca-la. - Se bem que eu a invadi facilmente - me gabo e ela revira os olhos, negando com a cabeça e sorrindo. 

Ai, meu Jesus Cristinho! Ela tem covinhas!

- Já estávamos te esperando - fala e eu faço biquinho.

- Deixa eu me iludir, poxa - falo e ela assente, mas suas expressões mudam para uma de preocupação ao olhar para o relógio.

- Está tarde, o que faz acordada essas horas? - pergunta parecendo ligeiramente preocupada, se levantando e me desprendendo de suas teias. Estralo o pescoço e alongo os dedos, agradecendo com um aceno de cabeça e ela murmura um "desculpa" e eu falo que não era nada.

- Perdi o sono - digo simples. - Aí vim comer um pouquinho, né? Ser gostosa gasta muita energia - falo, procurando algo para comer, tentando esconder o meu nervosismo.

Eu ficava nervosa perto de gente bonita! Principalmente de mulheres assim, como Jenna. 

Ela ri, voltando a se sentar, mas fica me olhando. 

Viro de costas e levanto minha máscara. 

- Você dorme de máscara? - pergunta curiosa.

- Gosta de perguntas, hein? - retruco, e pelo reflexo do pote de vidro que ali havia, eu a vejo corar, desviando o olhar. Quando ela ia se levantar para ir embora, eu suspiro, sorrindo. - Às vezes eu durmo de máscara. Quer dizer, na minha antiga casinha eu não dormia de máscara, não. Mas como vocês podem acabar entrando no meu quartinho... - volto a comer o biscoito, procurando mais alguma coisa para que eu possa comer, vendo alguns pedaços de pizza que haviam sobrado, e as como fria mesmo. 

- Me desculpe pelas perguntas, mas não posso evitar de fazê-las - diz envergonhada. Eu apenas balanço as mãos, indicando que não era nada.

- Fique tranquila, foi apenas uma brincadeira - eu digo, continuando de costas a ela. Mas eu conseguia ver seu rosto pelo pote de vidro que estava em minha frente.  - Aliás, peço para que não leve as coisas que eu digo à sério, senão teremos grandes problemas - constato. 

- Por quê?

- Quer ser cientista, certo? - mudo o rumo da conversa, e ela assente. 

- Como sabe? 

- Pelo o que está estudando, na verdade - eu falo simples, com a boca cheia. - E cientistas gostam de fazer perguntas - eu falo. 

Aquilo era verdade. Meu ex-Chefe era cientista, e o que ele mais fazia era perguntas. Amava testar coisas novas também...

Fecho os olhos, os forçando e apertando as mãos em punhos, não gostando das lembranças voltando à minha mente.

- Aconteceu alguma coisa? - pergunta Jenna. Estava tão distraída que mal havia a visto se aproximar de mim. Rapidamente eu abaixo minha máscara e me viro até ela.

- Não. Apenas lembranças... desagradáveis - falo desconfortável. Era impressionante a forma como ela fazia eu me abrir facilmente. Já havia percebido que ela me deixava vulnerável e, aquilo me assustava de uma maneira gigantesca.

- Entendo... - ela volta para o balcão, parecendo estudar novamente, nos deixando entre um silêncio confortável.

Depois de comer quase todos os alimentos que estavam disponíveis da geladeira, eu abaixo minha máscara novamente e me viro, vendo Jenna me encarar.

- Vai dormir? - ela parecia chateada.

- Tentarei... já está bem tarde - eu falo, e me aproximo da mesma. - Você deveria fazer o mesmo.

- Amanhã eu tenho prova de biologia... - fala e eu entendo finalmente o porquê dela estar estudando tão tarde. 

- Saiba que deveria dormir agora mesmo, para durante a prova estar com o cérebro descansado. Não vai conseguir pensar direito se estiver com sono - falo e ela suspira. - Aliás, qual a sua idade? - pergunto me aproximando mais dela, fechando seus livros de estudo. 

- Por que quer saber? - ela pergunta, me desafiando. 

Rio arrastado, virando meu rosto. Estávamos com o rosto muito perto.

Me aproximo de sua orelha, como se fosse contar um segredo, sussurrando: - Para que eu não me sinta tão culpada por ter alguns pensamentos com você.

Entrego para ela os livros, me virando e saindo. Meu coração estava acelerado e eu conseguia sentir a adrenalina passando pelo meu sangue, me deixando mais energizada ainda.

Se antes eu não conseguia dormir, agora que não conseguiria mesmo!

- Tenho dezoito anos. Estou no meu último ano - ela fala alto o suficiente para que eu consiga ouvir. - Você deve ser uma velhinha idosa, já - me provoca e eu rio alto, não me importando se os outros ouviriam, já que os quartos ficavam consideravelmente longe de onde estávamos.

- Eu tenho apenas vinte anos se quer saber - eu falo, voltando a andar. 

Ai, ai, ai, ai, ai! Essa Jenna me deixava louquinha! 

Ai, ai, ai, ai, ai! Essa Jenna me deixava louquinha! 

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𝐀𝐍𝐓𝚰 𝐇𝐄𝐑𝐎, ᴶᵉⁿⁿᵃ ᴼʳᵗᵉᵍᵃOnde histórias criam vida. Descubra agora