𝐀𝐍𝐓𝚰 𝐇𝐄𝐑𝐎, ᴶᵉⁿⁿᵃ ᴼʳᵗᵉᵍᵃ

━ 𝐗𝐗 ━

Encaro sem expressão alguma o prédio abandonado a minha frente. 

Conseguia sentir o cheiro de sangue do local, tão forte que conseguiu me deixar atordoada.

Lembranças de tudo que passei no local me atingem, fazendo eu estremecer e por um segundo baixar a guarda.

- Apareça, Viktor! Eu sei muito bem que você está aqui - digo apurando meus sentidos, conseguindo ouvir finalmente algo, me deixando atenta. Então, ele aparece, fazendo meu queixo tremer de ódio. 

- Ora, ora, se não é Allysson Winston Wilson... - diz sarcástico parecendo aqueles cosplay de vilão mal feito.

- Não, não... é a Zendaya, cara! - digo irônica, ainda segurando minhas katanas. - Aliás, pode parar com esse tom de voz, tá parecendo um projeto de vilão extremamente mal feito.

- Essa ironia... vejo que ganhou senso de humor de uns anos para cá - diz parecendo se lembrar, e dando um sorriso sádico, que há um tempo me daria medo, mas agora me fazia sorrir de volta, ansiosa em cortar sua cabeça.

- Ganhei muitas coisas com os anos, Viktorzinho - sorrio sádica e seu sorriso morre quando eu vou para cima dele, porém correntes me seguram, fazendo eu olhar para trás, vendo a moça bonita que me prendera na missão da fuga da prisão. 

Bufo, olhando para seu rosto com tédio, esperando ele fazer o discurso dele. 

- Sabe vir sozinho, não? É tão fraco que precisa da gatinha pra te proteger? Você já foi mais forte! - exclamo irônica.

Ele aperta o maxilar e me dá um soco, e eu sinto o gosto do sangue na boca, mas sorrio sabendo que eu ia me curar. 

- Sua dívida... ainda não foi paga.

- Eu não devo nada a você. Na verdade, você é que me deve, já que estragou minha vida - falo me soltando das correntes facilmente, balançando os ombros. 

- Estraguei sua vida? Veja, você está viva! Você queria uma chance para viver e, definitivamente ganhou isso - diz e eu reviro os olhos.

- Você é um psicopata do tipo que come um cu sem passar lubrificante! - fico meio confusa com minha comparação, não parando quieta. - Enfim, mas você me sequestrou, estragou meu rosto completamente e ainda quer  que eu te pague uma dívida que você tirou do seu cu?

- Você tem habilidades especiais - diz ele, e eu rio. 

- Ora, grandes coisas! Quer palmas para isso? - pergunto com ironia, rindo sem humor. - Você matou Leslie! 

- Eu não, foi ele - aponta para trás e vejo um cara calvo com duas pistolas no bolso e uma katana nas costas. 

Viro-me completamente e em um movimento de velocidade sobre-humana, eu atiro no meio da sua testa, matando-o. 

Viktor gargalha, batendo palmas. 

- Excepcional! 

Eu me aproximo e, sem ter como ele fazer alguma coisa, arranco seu coração com o braço mesmo, sujando meu uniforme. 

A garota que parecia em um transe mental acorda, me abraçando e dizendo que não queria fazer a quilo. Até mesmo me pediu um autógrafo e uma foto, na qual eu tirei após colocar meu terno novamente.

*****

Volto para a festa, me sentindo renovada.

- Meu amor! O que aconteceu? Você tá bem? Se machucou? Aconteceu algo muito grave? Isso no seu terno é sangue?

- Olá, princesa... acalme-se por favor, responderei suas perguntas, porém preciso de um beijo antes! - digo levantando a máscara e dando-lhe um selinho. - Nada de mais.... eu o matei. Eu estou ótima, renovada! Só com ele que acho que não está bem já que não possui mais um coração em seu próprio corpo. Sim, é sangue, porém não é meu! - exclamo feliz e ela me dá um tapa, brava. 

- Nunca mais me preocupe desse jeito! - faz biquinho.

- Ownt, fofa - aperto suas bochechas - Me concede essa dança? - pergunto ao ouvir uma música lenta e melódica ao fundo, estendendo minha mão para que ela a pegue. 

Ela aceita, confirmando com a cabeça e agarrando minha mão. 

A puxo, aproximando-a mais, olhando profundamente em seus olhos castanhos. 

Retiro minha máscara já que estava escuro e Jenna só conseguiria me ver graças a pouca luz do local.

Começamos a dançar lentamente, nossos corpos se movendo em perfeita harmonia. Eu conduzia a dança com gentileza, enquanto Jenna seguia meus passos com confiança. 

Envolvidas no abraço apertado, nós giramos lentamente pela pista, nossos pés deslizando suavemente, como se estivessem flutuando. Em cada movimento era possível encontrar ternura, e seu olhar apaixonado me falavam mais do que palavras poderiam me expressar naquele momento. 

À medida que a música desenrolava, nós duas parecíamos estar em nosso próprio mundo, um mundo onde apenas o amor e a dança importavam. Cada toque, cada movimento era repleto de carinho e paixão, criando uma dança romântica que era como um sonho tornado realidade. 

À medida que a música chegava ao seu auge, nos aproximávamos ainda mais, nossos lábios se encontrando em um beijo doce se apaixonado, selando nossa dança no meio da pista. Era uma cena de amor e dança que ficaria em minha memória para sempre.