Eu estava sendo puxada pela SpiderGirl, mas meu plano de fuga não tinha ela cobrindo meu corpo inteiro com aquelas teias dela, então precisava que me soltasse. Só não sabia como.
Talvez se eu fazer um pouquinho de drama...
- Ei, gatinha! - chamo a SpiderGirl que me ignora, continuando a me puxar pelas teias. - Eu sei andar, vocês sabiam disso? - reclamo olhando para o carinha de armadura. Hunter Doohan é o nome dele. Ele é o dono da empresa Doohan e tem uma armadura muito foda. Poderes? Não tem, o cara só tem dinheiro pra caralho. Um mauricinho, eu diria.
- Não confiamos em você - ouço o carinha que eu descobri ser o Capitão América, falar, em um tom óbvio. O nome dele é Percy White Rogers, inclusive. Também não tem poder nem dom nenhum, o cara só ficou congelado por um tempão e sobreviveu a isso já que também é resultado de um experimento, então tinha uma grande resistência. Ele também tinha habilidades em luta corporal e usava um escudo.
E a Emma Myers Odinson, a loirinha que eu tentei matar há alguns minutinhos atrás, já havia colocado sua armadura e estava rodando o martelinho dela entre as mãos, muito maneiro. Ela me olhava como se quisesse me pulverizar, os olhos claros soltando raios. Acho que ela levou pro coração o meu trabalho. Poxa, eu faço com tanto amor, carinho e honestidade. Tratei ela tão bem...
Talvez ela não tenha gostado quando eu a joguei no chão. Pode ter sido isso.
- Ah, muita gente não confia, mas realmente tá doendo - eu minto com o tom de voz manhoso, fazendo biquinho por debaixo da máscara. Claro que eu já havia me acostumado com a dor, mas eu precisava fugir. Não tava afim de ficar presa e ter que dar explicações.
A SpiderGirl olha para o Homem de Ferro, como se pedisse permissão para ele.
Ele apenas assente, e ela se aproxima de mim e consigo sentir o cheiro dela já que ela estava pertinho.
Era doce, uma delícia. Eu poderia passar horas sentindo esse cheiro.
- Você é homem ou mulher? - pergunta a SpiderGirl, parecendo estar curiosa sobre mim, agora me soltando, deixando apenas minhas mãozinhas presas.
- Eu sou o que você quiser, gatinha - pisco o olho e percebo que ela não veria que eu pisquei o olho. - Eu pisquei o olho... - falo, colocando os meus braços que estavam presos para trás da cabeça, em um ato nervoso. Escuto o som da risada dela e eu posso jurar que me apaixonei só por aquele som. - Brincadeiras à parte, mas eu sou mulher. Sei que meus peitinhos são pequenos, mas não são invisíveis, poxa - falo em um falso tom de chateação.
Ela ri alto e nega com a cabeça.
Ela me coloca em uma espécie de porta malas e vai embora, me deixando com o Capitão Picolé dirigindo e ao seu lado o Hunter, que já estava com seu terno.
Tiro uma faca do meu bolso escondido - já que eles haviam tirado toda e qualquer arma de mim aparente -, e tento cortar a teia.
- Coisa dura do caralho - reclamo, vendo que não conseguiria cortar a teia com aquela faca. - Pensa, Allyson, pensa... - balanço minhas pernas. Eu não conseguia ficar parada por muito tempo. - Ah não, isso vai doer - vejo que só havia um jeito de me livrar. - Vai ter que ser assim mesmo - dou de ombros e começo a passar a faca pela minha mão, arrancando ela, vendo o sangue escorrendo e arder o local que eu havia acabado de arrancar um membro. Em pouco tempo aquilo cresceria, então nem me importo.
Apenas espero o carro passar por uma ponte, então eu arrombo o porta malas e saio de lá, me jogando com os braços abertos, acenando com meu cotoquinho de mão para Hunter, que olhava aterrorizado pela janela, como se eu tivesse matado a mãe dele.
Sorrio sentindo o impacto no lago.
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- Mentira! - a velha cega gargalhava da minha situação um tanto quanto trágica.
- Aqueles mauricinhos estão me dando nos nervos! - eu reclamo, bebendo a vodka que havia na garrafa. - Estão com meus armamentos favoritos! Aquela pistola com peitos desenhados é a melhor! - faço biquinho, guardando a vodka na geladeira e eu abaixo minha máscara. - Mas aposto que aquela SpiderGirl é uma gatinha por debaixo da máscara - constato ao lembrar da voz dela. - Bom, velha, obrigado por me ouvir de novo...
- Não há de quê, minha filha - ela fala e eu sorrio, vendo que no fundo eu amava aquela velha cega. Entro no meu quarto vendo o quanto ele estava próximo de virar um lixão.
Eu nunca tive um senso de organização bom, mas eu sabia que precisava limpar antes que aparecessem vários Mickey's no local.
Vou em direção ao meu guarda roupa, pegando uma cueca preta, uma samba canção do Bob esponja e um top, indo para o banheiro.
Retiro meu uniforme e cubro o espelho, para que eu não pudesse olhar para minha cara. Não gostava de olhar para meu rosto; fazer isso me faz ter calafrios e lembranças dos experimentos que fizeram comigo.
Entro debaixo do chuveiro após retirar minha máscara e passo a mão pelo meu rosto - que continha várias texturas graças ao experimento -, pensando em como eu pegaria minhas armas de volta.
O único jeito era invadir a torre dos mauricinhos.
Missão suicida, eu sei disso; mas eu não posso morrer. Não de um jeito que os humanos sabem, até então, né? Então eu invadir era o de menos. A não ser que eles conseguissem me pegar e decidissem me prender, aí eu teria um problemão. Duvido que eles sejam sonsos ao ponto de deixar eu escapar de novo. Eles são burros, mas burrice tem limite, né?
Após eu lavar meu corpinho e desligar o chuveiro, me seco por completo e coloco a roupa que havia trago comigo e saio do banheiro, me jogando em minha cama.
- Como senti sua falta, minha caminha linda!! - eu exclamo, me esfregando nela e a "abraçando". - Hora da bronha, porra! - falo animada, tirando meu short e cueca.
Penso na SpiderGirl e em como seria se ela tivesse lá comigo. Nunca vi o rosto dela, mas aquele corpo foi o suficiente para me deixar louca! Nunca me senti tão atraída por alguém; aquele jeito de certinha me deixava toda coisada.
Aleluia, arrepiei! Amo mulher assim!
Pouco tempo depois eu gozo pensando na SpiderGirl. Eu nem sei quem ela é, mas aquele jeito dela de fazer tudo certinho combinaria muito com o meu jeito considerado "errado" de fazer as coisas.
Me limpo com o lenço umedecido que tinha ao meu lado e subo minhas calças.
Durmo tranquilamente, pensando em como eu invadiria a torre dos mauricinhos riquinhos.
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𝐀𝐍𝐓𝚰 𝐇𝐄𝐑𝐎, ᴶᵉⁿⁿᵃ ᴼʳᵗᵉᵍᵃ
FanfictionAnti-heroína é um termo que descreve a personagem Allyson Winston Wilson, uma assassina mercenária canadense conhecida por seu senso distorcido de justiça. Ela mata por prazer e encontra satisfação em suas ações, tratando-as como um hobby. Jenna Or...