Estava voltando para a Torre andando, sozinha. Precisava desse momento, para conseguir colocar minha mente no lugar. Eu cantarolava uma música qualquer enquanto rodava a minha pistola entre meus dedos; uma mania minha, devo admitir.
Sinto que alguém estava me observando e decido fingir que não tinha percebido, indo em direção a um beco mais afastado, para saber quem era. Quem quer que fosse, parou atrás de mim. Continuo andando para disfarçar, me fingindo de sonsa e então eu me viro rapidamente, apontando minha pistola para a parte íntima da pessoa.
Vejo que era a SpiderGirl e eu abaixo a arma, revirando os olhos.
Poxa! Pensei que teria alguma emoçãozinha!
- Belos reflexos - ela aponta e eu nego com a cabeça, rindo anasalado.
- Sim, eu fui treinada para isso, minha querida. Pensei que seria um bandido querendo me matar. Teria mais emoção, minha vida na Torre tá muito parada - falo convencida. - Aliás, eu poderia ter atirado em você e poderia ter te machucado - falo preocupada e ela ri, balançando os braços.
- Poderia atirar, mas não me machucaria - fala e eu fico confusa. Ela se curava sob qualquer ferimento também? Isso sim seria algo muito interessante.
- E por que não te machucaria? - pergunto curiosa.
- Sentido aranha, certo? Você poderia atirar, mas eu desviaria; logo, nenhum arranhão sequer seria feito - ela fala em um tom de voz convencido e me estende sua mão. Olho confusa para a mão esticada em minha frente. - Vem, vou te levar para a Torre... Hunter que me pediu. Você estava demorando de mais e já está ficando tarde; para falar a verdade, já é de noite.
- Não é como se ele se importasse - eu falo e ela nega com a cabeça.
- Mas é claro que ele se preocupa com você - fala e eu agarro sua mão. - Hunter é um líder nato e, você faz parte dos Vingadores agora.
SpiderGirl me pega em seu colo com um braço, e com o outro usava para fazer as teias e passar pelos prédios.
Aproveito a sensação boa que era estar em seus braços me aproximando mais ainda dela.
- Eaí, novinha - eu falo, puxando assunto. Ela não responde, mas consigo ouvir um riso nasal. - E aquele beijinho que você me prometeu, hein?
- Eu não prometi nada - ela fala, continuando a passar pelos prédios.
- Ah, pois prometeu, sim! - eu digo, emburrada.
- Não, eu disse: "quem sabe" - ela diz e eu reviro os olhos. - Não é uma promessa.
- Tanto faz - falo brava. - E se saíssemos nesse sábado? Acho que não teremos alguma outra missão tão cedo - sugiro e ela parece pensar, me deixando em meu quarto pela janela que eu havia esquecido aberta.
- Pode ser - diz. - Às 07:00 p.m., não se atrase - ela diz e eu assinto rapidamente, feliz como uma criança que havia ganhado seu presente de natal.
- UHU! - eu grito comemorando com uma dancinha após SpiderGirl se distanciar. - Se eu pegar essa, vou estar ganhando na loteria!
Saio do meu quarto indo em direção ao laboratório de Hunter, dançando uma música que se passava em minha cabeça.
Assim que abro a porta do laboratório com a senha que Hunter havia me passado, eu fico passada, chocada, revirada na polly pocket!
Isso mesmo, acabei encontrando ele e Percy bem... próximos, se é que me entendem. Os dois estavam no maior clima, quase que estavam se beijando.
Sabia que esse Percy no final queimava a rosca! Sempre que passava eu sentia esse cheiro de queimado. Sabia que era a rosca dele queimando! Hunter sempre foi bem óbvio, mas o picolé sabe esconder bem.
- Foi mal atrapalhar a foda de vocês dois, mas, Hunter, eu preciso de sua ajuda. Então, picolé, licença - falo com um falso tom meigo fazendo um coração com as mãos e Percy revira os olhos, dando uma última olhada para Hunter, e saindo do laboratório.
- Nós não iríamos "foder" - diz Hunter, revirando os olhos.
- Claro! Como eu poderia ser tão tola? Obviamente estavam brincando de casinha próximos daquele jeito! - respondo irônica. - Tudo bem ser gay, cara. Eu mesma sou gay para caralho! - eu afirmo e ele revira os olhos, mandando eu me sentar, e assim eu faço.
- Como foi a missão? - pergunta, querendo mudar de assunto.
- Não viu os jornais? - retruco, curiosa.
- Claro que vi, mas quero que você me diga como foi - ele diz, como se fosse óbvio.
- Foi normal - eu digo. - Mas não teve como evitar, todos os que matei foi porque não tive opção - digo, com um falso lamento.
- Tudo bem - ele fala. - Agora diga: no que precisa de ajuda?
- Pelo que eu observei, os presos podem ser resultados dos mesmos experimentos que eu - falo e ele pondera, se recostando na mesa.
- E por que acha isso? - pergunta desconfiado.
- Observei a garota que me prendeu, e ela tem a mesma tatuagem que eu tenho na barriga - falo e abro meu uniforme, mostrando o símbolo que fizeram em mim assim que os experimentos começaram.
- Vou investigar mais sobre o assunto... - diz Hunter, encarando o símbolo, perplexo. - Posso tirar uma foto? Para que eu possa pesquisar se é de algum lugar específico...
- Claro - digo e ele pega o celular, tirando a foto. - Também queria decorar meu quarto, já que morarei aqui na Torre, né?
- Sim! Bom, só me falar como quer, dinheiro não é um problema - ele se gaba e eu rio, maléfica.
- Quero um quarto igual aqueles de motel! Bem de puteiro! - falo animada e Hunter ri.
- Óbvio que seria assim, não sei nem porquê eu perguntei - fala e eu abro a boca, indignada.
- E naquela outra porta, pode ser uma sala de treinamento, para eu colocar minhas bebês - digo e ele assente.
- Terá o quarto do jeito que deseja, fique tranquila - fala e eu sorrio alto, me virando para sair do laboratório. - Ah e Allyson - Hunter me chama.
- Late - falo e ele ri fraco, revirando os olhos.
- Sei o que sente pela Jenna - fala e eu franzo a sobrancelha.
- Sinto o que? Tesão? - eu rio fraco, me apoiando no batente da porta. - Quem não sente? Já viu o corpo dela quando usa vestido? Exato, eu nunca vi. Mas só de vê-la de uniforme meu pau fica durão! - eu esfrego uma mão na outra. - Agora, bye, bye! Esquizofrenia não tem cura, eu acho, mas se tratar é bom - corro pro elevador, desviando do ferro de solda quente que ele jogou em mim.
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𝐀𝐍𝐓𝚰 𝐇𝐄𝐑𝐎, ᴶᵉⁿⁿᵃ ᴼʳᵗᵉᵍᵃ
FanfictionAnti-heroína é um termo que descreve a personagem Allyson Winston Wilson, uma assassina mercenária canadense conhecida por seu senso distorcido de justiça. Ela mata por prazer e encontra satisfação em suas ações, tratando-as como um hobby. Jenna Or...