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Alerta de gatilho: ataque de pânico; crise de ansiedade; reação traumática; violência física; automutilação

Comentem muito e boa leitura

⭒⭒⭒

— Shit...— cochichei. As consequências de minhas ações chegaram mais rápido do que imaginei

— Olá, Taehyung

— Oi, mãe... — tranquei a respiração e tentei não demonstrar o nervosismo apenas de ver essa cara plastificada — Como a senhora vai?

— Por que não atendeu minhas ligações? — Shit

— Eu estava longe do celular–

— Não! — seu grito faz com que eu me encolha minimamente, mas me recomponho depressa para não lhe dar tempo de perceber — Você não se importa comigo, Taehyung! Sempre te dei de tudo e mesmo assim age como se eu não existisse! — por que será?

— Desculpe, mãe

— Como pode esquecer da própria mãe com tanta facilidade?! — queria poder realmente esquecer. Fingir que nunca existiu. Não faria falta se morresse agora. Inclusive, ficaria até mais feliz

— Não esqueci mãe. Apenas tenho coisas 'pra fazer

— Coisas mais importantes que eu?! — seu olhar frio e opaco direcionado a mim gerou um arrepio em minha espinha, descendo por toda a extensão do meu corpo, de dentro para fora e arrepiando os cabelos de minha nuca

— Não foi isso que eu quis dizer... mãe eu preciso ir, tem algo que precise me falar?

— Ontem eu queria sair com meu filho, mas vejo que ele já não se lembra mais de mim — sua face se tornou obscura e séria. Isso não vai dar certo. Quero correr daqui, mas minhas pernas simplesmente travaram — Irei garantir que jamais me esqueça novamente, Taetae — Shit! Shit! Shit!

Me afastei do carro com receio. Quando se trata dela eu nunca consigo prever qual será o seu próximo passo, mas com toda certeza será insano

Ela saiu do carro com delicadeza, exibindo suas roupas caras e cabelos loiros amarrado em um rabo de cavalo alto.
Da porta de trás saiu um rapaz. Um rapaz grande e forte, aparentemente tinha uns vinte anos. Tinha tatuagens por todo os dois braços e um piercing na orelha esquerda. Ele me encarava sorrindo mínimo.
Merda!

Antes mesmo que eu pensasse em correr, ele agarrou meu braço. Tentei me soltar, mas quando menos percebi, estava sendo arrastado para dentro de um beco.
Minha mãe nos seguia ainda inexpressiva. Mesmo se eu gritasse naquele momento, ainda assim não iria adiantar de nada pois as ruas estavam vazias. Só resta aceitar? É isso? Mas que porra!

O homem me jogou contra a parede e logo em seguida desferiu um soco em meu estômago que me faz cair no chão de joelhos.
Sem tempo para me recuperar, seu joelho veio de encontro com meu rosto, arrancando sangue de meu nariz.
Sangue? Isso é sangue!

Imediatamente minha visão ficou turva e comecei a hiperventilar. Meu corpo tremia e meu coração pulsava forte contra meu peito.
Logo, senti um chute fortíssimo no abdômen, me forçando a colocar para fora tudo o que estava em meu estômago. Já estava difícil respirar, depois desse golpe, o ar realmente falta em meus pulmões

Olhei para minha mãe chorando. Por quê?! Por que faz isso comigo?!
Ela encarou meus olhos e sorriu. Ela sorriu como em todas as vezes em que me viu sofrer. Ela sempre sorri. Eu não te devo porra nenhuma, filha da puta!

Ps: Te OdeioOnde histórias criam vida. Descubra agora