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TW: CRISE DE PÂNICO/ANSIEDADE; USO DE DROGAS.

Comentem muito e aproveitem o capítulo.

Boa leitura☆

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— Como vai, Bebê? — ela sorri gentil enquanto encara o filho. Taehyung não a encara. Ele olha fixamente o chão, tremendo em cada parte do corpo. O que essa vadia pensa que está fazendo?! Por acaso ela não se lembra do que fez para o próprio filho?! — Você está bem, Titi? — ele ergue sua cabeça brutalmente, a encarando. A mulher leva sua mão até sua testa, checando sua temperatura com uma feição preocupada — Está doente? Estou te achando meio pálido — a respiração da Taehy está pesada e acelerada. Precisamos tirá-la daqui!

— Estou bem — ele diz com a voz baixa, quase sussurrada. A mulher arruma sua postura e sorri.

— Que bom! Fiquei preocupada. Bom, eu preciso ir. Mais tarde a mamãe te liga, okay? — Taehyung apenas concorda com a cabeça. Ela deixa um selar na testa do filho e vai embora em passos delicados.

Largo a mão de Hoseok e fico ao lado de Taehyung. Ela ainda treme muito e respira com dificuldade.
Hoseok também se aproxima e juntos o ajudamos a se sentar em um dos bancos da praça.
Ele se senta e encara um ponto fixo na grama.

— Toda vez que ela age de forma cuidadosa...algo muito ruim acontece comigo depois — sua frase sai desesperada e em tom baixo. Ele falava conosco, mas parecia perdido em sua própria mente — Ela não conseguiu o que queria da última vez...ela vai fazer algo muito pior agora! — Sky late para ela, chamando nossa atenção para as unhas de Taehyung arranhando a própria coxa. Visto que ela não parou, Sky pulou em seu colo, impedindo que continuasse.

— Vai ficar tudo bem, Tae! Nós estamos aqui! — digo enquanto acaricio suas costas.

— Vou chamar um uber pra irmos pra casa — Hoseok pega seu celular. Pela primeira vez Taehyung deixa de encarar o chão e olha para Sky, lhe deixando uma carícia em seus pelos.

— Chama o motorista. Nem todo uber aceita cachorro — ele se dobra sobre o pet e respira profundamente três vezes. Ele ainda treme muito, mas parece um pouco menos em pânico.

Hoseok faz como foi pedido. Em pouco tempo chegamos em casa e ajudamos Taehyung para subir até seu quarto. Ele não diz mais nada em momento algum.

Ele se senta na cama, mantendo as pernas próximas do corpo; Sky sobe na cama e se deita perto da dona. Taehyung mantém o olhar distante e perdido, parecia um casulo vazio. Uma casca que nada habitava dentro. É triste e revoltante vê-lo assim.

Ninguém fala nada durantes longos minutos. O clima é pesado.
Repentinamente, Taehyung se levanta da cama e em passos lentos, caminha até sua estante de livros. Ele tira de trás de um dos livros um saquinho com uma quantidade da verdinha. De dentro da mesinha de cabeceira ao lado de sua cama, tirou um pedaço de seda.
Em movimentos lentos e ainda com o olhar meio perdido, ele enrola um baseado e acende, tragando com os olhos fechados.
O cheiro desse negócio é horrível.

Ninguém diz nada ainda. Acho que ninguém sabe ao certo o que dizer.
Taehyung se aproxima de seu teclado e se senta no banquinho; ele segura o beck com a boca e começa a tocar.
Eu e Hoseok trocamos olhares, estávamos preocupados, confusos e surpresos, mas não quebramos o silêncio.

Com cautela, me aproximei do instrumento, ficando ao seu lado. Taehyung me encara por alguns segundos, enquanto dá outra tragada.
Em seu rosto tinha uma expressão neutra, indecifrável, mas se olhasse dentro de seus olhos, era possível ver muitas coisas. Desespero. Medo. Ansiedade.
Por dentro de toda aquela casca de galanteador sarcástico, ele é só uma criança perdida, gritando por socorro. Por quanto tempo essa criança grita? Por quanto tempo ela está sozinha?
Uma lágrima escorre pelo meu rosto.

Ps: Te OdeioOnde histórias criam vida. Descubra agora