Two birds on a wire
One tries to fly away
And the other watches him close from that wire
He says he wants to as well
But he is a liarTwo Birds
- Regina Spektor༻✾༺
Acordo com o barulho irritante do meu despertador tocando; me levanto já estressada para deliga-lo (na pura base do ÓDIO). Me sento novamente na cama e esfrego os olhos, meu quarto ainda está escuro, mas a memória da criatura mecânica ainda está bem clara em minha mente.
Foi só um sonho...
Me espreguiço e abro as cortinas, ainda em cima da cama, olho pela janela: O dia está nublado, provavelmente vai chover. Me jogo de volta no travesseiro e puxo o cobertor até o rosto, que ótimo dia para não sair de casa!
Estou quase dormindo de novo quando ouço uma batida na porta, o que me faz lembrar do pesadelo estúpido que estava tentando empurrar para o fundo da memória. A porta se abre e eu dou um pulo da cama.
- Desculpe, te acordei? - Minha mãe, bem , Mãe adotiva, Roselle, pergunta se recostando no batente da porta com um cesto de roupas na mão.
-Já estava acordada - respondo, a voz rouca e sonolenta.
Ela me dá um sorriso gentil, me encarando com seus olhos azuis como o mar; há uma certa preocupação em seu olhar. Roselle entra, colocando o cesto de roupas na cama.
- Dormiu bem? - Ela se senta ao meu lado e tira algumas mechas de cabelo do meu rosto.
Faço que não com a cabeça.
- Tive um pesadelo... - Percebo o olhar preocupado da minha mãe.
- O mesmo de sempre... - Completo tentando tranquiliza-la
Não parece funcionar muito bem.
- O do robô esquisito? - Ela pergunta, passando a mãos em seus cabelos loiros seguindo a direção das ondas, o olhar permanece cravado em mim.
- É
Tenho pesadelos quase toda a noite, mas esse da criatura mecânica é o mais recorrente.
- Devia bater nele! - Roselle brinca, tentando me arrancar um sorriso, acho que não estou com uma cara muito boa.
- Vou tentar da próxima.. - Entro na brincadeira - Materializo um machado e ai é só acertar na cabeça! - Dou um sorriso inocente
- Você está passando tempo demais com seu pai... - O olhar preocupado dela some, e de certa forma me sinto aliviada.
Dou de ombros.
Roselle desvia o olhar para um porta retrato no criado mudo ao lado da minha cama, abaixo a cabeça e percebo que estou pressionando minhas unhas na palma das mãos. Dou um suspiro.
Vai ficar tudo bem
- Que preguiça de ir trabalhar hoje... _ Reclamo, tentando desviar a atenção dela.
- Henry disse que pode ficar em casa o tempo que precisar. - Relembra minha mãe.
- Não, eu vou hoje.
Ela me encara com aquele olhar de reprovação que só uma mãe sabe fazer.
- Se me sentir mal eu volto pra casa... - Insisto, não sei por quê estou me sentindo culpada! Não é ela que tem que tomar esse tipo de decisão!
Roselle solta um longo suspiro e dá três tapinhas na minha cabeça ( uma espécie de carinho, eu acho).
- Ta bem. - Ela se levanta e vai até a porta - Se troca e vem tomar café, fiz panquecas! - As ultimas palavras são ditas enquanto ela desce as escadas, provavelmente para anunciar para o resto da casa ( meu pai, no caso).

VOCÊ ESTÁ LENDO
Tales of a White Rabbit
ParanormalA pacata cidade de Hurricane em Utah guarda um enorme segredo. Na década de 80, o assassinato de várias crianças na pizzaria mais famosa da cidade mudou totalmente as coisas. O principal suspeito, Willian Afton, por falta de provas foi dito como...