Capítulo 5 - Apartamento

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I'll believe it all
I won't let go of your hand

Two Birds
- Regina Spektor

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Quarta-Feira, 20:00

•Katherine•

Abro a janela do carro, deixando a brisa da noite entrar e encaro os comércios: a maioria já está fechando as portas por hoje, mas o cinema parece estar aberto.

- A gente podia ir ver um filme qualquer dia... - Max sugere.

- Tem algo legal passando? - pergunto.

- Lian comentou sobre um de terror esses dias... Falando nele, ele te contou sobre a mãe?

- Sobre o que ela disse sobre a Sammy? Contou. Ela foi super insensível... - Apoio o cotovelo na janela, a raiva é presente em minha voz.

- Nunca gostei da mãe dele pra falar a verdade. - Max ri - Lian comentou hoje sobre o lance dos robôs...

Viramos a esquerda em uma rua, subo um pouco o vidro do carro.

- Devem ter sido minhas alucinações, de novo.... - dou de ombros.

- Você não tomava alguma coisa pra ajudar com isso?

- Vergonha na cara? - Brinco. - Era um remédio, mas meu psiquiatra cortou por um tempo, tenho consulta com ele semana que vem.

Paramos em um semáforo, Max se vira de repente e rouba o último pedaço do meu Donuts.

- EI! - Reclamo, jogando um guardanapo nele.

- Então as alucinações voltaram? - Max pergunta com a boca cheia.

O encaro emburrada. O semáforo abre e ele continua como se nada tivesse acontecido.

- Sim, mas são diferentes das que eu costumava ter. Antes eu via sangue e sentia como se as coisas estivessem pegando fogo, agora eu vejo robôs se mexerem e escuto vozes... - Digo frustada.

- Chama um padre que isso aí é assombração. - Max brinca, mas percebo seu olhar preocupado.

Ele sempre tenta amenizar alguma situação ruim para fazer alguém se sentir melhor.

- Mudando de assunto, como foi no trabalho? - Ele pergunta com um sorriso.

Devolvo o sorriso.

- Foi incrível! Henry me deixou programar um dos robôs.

- Que maneiro! É alguma atração nova?

- Lembra ontem que eu falei de uma robô de cabelo branco? Então, é essa! O nome dela é Windy.

- E como é que se programa essa coisa?

- É muito difícil... - resmungo. - Henry começou a me ensinar uma coisa ou outra, mas teve uma hora que meu cérebro deu um nó e não entendi mais nada.

Max ri.

- Bem-vinda a vida dos programadores!

Cruzo os braços emburrada.

Tales of a White RabbitOnde histórias criam vida. Descubra agora