Capítulo 4 - Windy

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I'll believe it all
There's nothing I won't understand

Two Birds
-Regina Specktor

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Katherine

Quarta feira e mais uma vez a pizzaria está completamente vazia. Estou apoiada em um balcão ao lado da caixa do puppet, assistindo ele performar para sua plateia inexistente.

Vou considerar como um show exclusivo pra mim!

A música que puppet toca dá sono e eu obviamente não dormi bem ontem a noite. Tive insônia na maior parte e, quando finalmente consegui dormir, tive pesadelos. As últimas semanas tem sido bem difíceis, mas eu achei que finalmente estava melhorando, que finalmente estava ficando tudo bem.

Nossa, como estava errada!

Alguém cutuca meu ombro, o que me faz dar um leve pulo de susto.

- Desculpa... - É o Josh. Ele está parado bem na minha frente, estou surpresa de não ter notado ele antes. - te chamei e você não respondeu.

- Estava perdida nos meus pensamentos. - Sorrio, mas ele não retribui.

Josh esta inquieto, parece preocupado. Meu sorriso se desfaz.

- O que foi? - Pergunto, o encarando séria.

- Levei uma baita bronca por entrar na sala de peças ontem - ele explica - Henry quer falar com nós dois.

Ele gesticula para que eu o siga e vamos em direção ao escritório do Henry.

- Não vai ser demitido se é isso que te preocupa - digo enquanto andamos - mas, se quiser, pode dizer que a culpa é minha.

- Mas a ideia foi minha. - Josh rebate.

- Não ligo. Eu já sabia que ia dar merda, mas fui mesmo assim. - dou de ombros - Confia em mim, ele não vai demitir a gente.

- Talvez ele não demita você, já que são amigos ou sei lá... - ele resmunga

Solto um riso.

- Vou te falar exatamente o que vai acontecer: ele vai chegar, falar que entende que nós somos "adolecentes curiosos" e que não é pra fazer mais isso porque é perigoso e blá blá blá... Ai a gente diz "ok" e voltamos a trabalhar.

- Mas-

- E outra - interrompo ele - Aqueles robôs são importantes pro Henry, por isso ele os mantêm aqui, são importantes pra mim também, ele sabe disso...

Josh para de andar e me encara.

- É sobre aquele urso amarelo? - ele pergunta fazendo com que eu o encare.

- Também - Respondo sem muitas explicações e continuo andando.

Paramos em frente ao escritório, estico a mão para bater na porta, mas a mesma se abre imediatamente.

- Por que demoraram tanto?! - Um homem de uns 50 anos reclama para nós, é um dos gerentes da pizzaria.

Não gosto dele. Esse velho rabugento pega no meu pé desde que eu entrei na pizzaria e até hoje não sei o motivo. No começo eu achava que ele só era mau humorado e tentava ser educada, o que só fazia com que ele me perturbasse mais. Depois que fiz amizade com as outras garçonetes elas me aconselharam a responde-lo no mesmo tom grosseiro e é o que eu tenho feito desde então.

Tales of a White RabbitOnde histórias criam vida. Descubra agora