Capitulo 2 - Parts & Services

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"He says that he will
But he is a liar
I'll belive it all
There's nothing I won't understand
I will belive it all
I won't let go of your hand"

- Two Birds
Regina Specktor

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   -Ei! - A garotinha gritou, chamando a atenção de seu amigo.

  O garoto se virou tímido e a encarou com curiosidade no olhar.
 
- Olha o que eu ganhei! - Ela exclamou animada, balançando um coelhinho de pelúcia branco e felpudo.

  Seu amigo lhe respondeu com um sorriso tímido e abraçou a própia pelúcia: um urso amarelo, quase dourado, que usava uma cartola e uma gravata ambas do mesmo tom de roxo.

  - Agora tenho um igual ao seu! - Ela continuou, empolgada.

  - Sim, eles podem ser amigos! - Disse o garoto, a voz cheia de entusiasmo.

  -Melhores amigos! - Ela o corrigiu. - Acha que ela conhece o SpringBonnie?

  - Ela? - O garoto repetiu confuso.

  - Sim, é uma coelhA - Exclamou, dando ênfase na última sílaba.
 
  O garoto revirou os olhos em resposta.
 
  - Tem nome?
 
  Ela assentiu
 
   - Chamo ela de Bunny!
 
  - "Bunny"? - Uma voz grave ecoou atrás dela, fazendo com que a garota se assustasse. - É um belo nome.

  Ela se virou, dando de cara com o pai de seu amigo, se perguntando a quanto tempo ele estava parado os observando.
 
   A garota sorriu, agradecendo o elogio.

  O homem sorriu de volta pra ela.
 
   - Sua mãe está te chamando, Katherine.

    Katherine assentiu e saiu correndo até onde a mãe estava, a pelúcia balançando em seus braços.

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Terça - Feira - 14:30

Pov - Katherine

  O dia hoje está lento, me deixando extremamente entediada, estou sentada na ponta do palco enquanto os animatrônicos performam para o salão quase vazio; na verdade, eu não deveria estar sentada aqui por " questões de segurança", mas é terça-feira, não tem absolutamente nada para fazer e, nesse momento, não me importo muito com regras de segurança.
 
  Fora que meu supervisor já me viu aqui milhares de vezes e não se importou em me dar uma bronca.
 
  Solto um suspiro e encaro os animatrônicos acima de mim, dessa altura eles são bem assustadores na verdade e, considerando que estou mais ou menos do tamanho de uma criança, é compreensível porque muitas delas tem medo dos robôs.
 
  Robôs não eram assustadores quando eu era criança, sempre gostei deles e principalmente de saber como funcionam.

  Desvio o olhar dos animatrônicos e me volto para o salão; a última família que estava comendo se levanta para ir embora, são um casal com uma filha de provavelmente seis anos que, no momento, esta fazendo birra para não ir embora; o pai tenta acalma-la enquanto a mãe se desculpa com a funcionária do caixa que apenas sorri constrangida.

  Várias crianças fazem birra desse jeito todos os dias, não é nenhuma novidade.

  Os gritos da menina fazem eco no salão deixando meus ouvidos doloridos, o som me incomoda, não gosto de crianças gritando, não desse jeito.

Tales of a White RabbitOnde histórias criam vida. Descubra agora