Capítulo 15

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Quando menos esperava. O pior aconteceu. Chegando ao trabalho meu gerente me chamou e disse que queria conversar comigo. Achei muito estranho, pois ele nunca foi de ficar de conversinha com os funcionários. Antes de entrar na sala dele passei perto da minha auxiliar e a cumprimentei, mas ela não me respondeu. Ao entrar na sala meu chefe balançou a cabeça como sinal de decepção e pediu para eu me sentar.

Perguntei o que ele queria, qual era o motivo da conversa. Ele disse que havia recebido uma reclamação a meu respeito. Mas não era uma reclamação qualquer, era algo muito grave e ele teria que tomar providências. Perguntei qual era a reclamação. Sempre fiz meu trabalho com muita excelência. Ele respondeu que não tinha nada a ver com o trabalho, e sim com uma funcionária da empresa. Eu não estava entendendo nada, então falei para ele ir direto ao assunto.

Ele pegou um celular, colocou na mesa e disse que a funcionária nova, no caso a minha auxiliar, falou que estava sendo assediada por mim desde o dia que entrou na empresa, e que não me denunciou antes porque estava com medo de perder o emprego. Naquele mesmo instante dei um pulo da cadeira, perguntei se ele estava louco. Ele disse que tinha provas e me mostrou o celular. Lá estavam todas as mensagens que eu havia trocado com minha auxiliar. Mas tinha um detalhe: ela havia apagado a maioria das mensagens escritas por ela, deixando a entender que eu estivesse a assediando por mensagem. E não tinha como provar o contrario ja que eu tinha mania de deletar todas as minhas mensagens.

Respondi que havia algum engano, pois eu e ela estávamos juntos há um mês, mas ele não acreditou. Pedi então para chamá-la, queria vê-la falando com a própria boca. Não estava acreditando que ela seria capaz de dizer tamanha mentira!

Quando ela entrou na sala, meu chefe pediu para repetir tudo que havia dito para ele. No mesmo instante ela confirmou tudo, e disse que tentou resolver, mas já não dava mais, eu estava indo longe demais com aquelas mensagens. Eu não sabia se saía da sala, se chorava de raiva ou se pegava a cadeira e metia na cabeça dela. Então fechei os olhos e tentei me acalmar. Aquela mentirosa saiu da sala, e meu chefe disse que não poderia deixar aquilo sem solução. Falou que eu tinha que fazer uma escolha: ou ele me transferia para uma unidade em outro Estado, ou ele seria obrigado a me demitir. Pensei comigo, não tenho como eu me mudar pra outro Estado, longe de casa, então pedi para ele me demitir. Assinei tudo que tinha para assinar, e ele me agradeceu pelo tempo que fiquei na empresa. Disse que lamentava muito eu ter que sair dessa forma. Apertei a mão dele e saí. Antes, porém, fiz questão de dar tchau para a auxiliar. Ela acenou com o meu anel de brilhante em seu dedo, e abaixou a cabeça.

Minha mente estava perturbada. Peguei o carro e fui correndo para casa. Ao chegar, a primeira coisa que fiz foi questionar o Espírito Santo. Por que Ele deixou acontecer aquilo comigo? Por que me arrumou aquele tipo de garota? Por que não me respondia? Por que?

Foi nesse momento que, pela primeira vez, eu ouvi nitidamente a voz do Espírito Santo. Ele respondeu claramente tudo o que eu havia perguntado. Era como se a voz d'Ele estivesse dentro da minha cabeça, e nesse momento me calei para ouvi-Lo.

Amigo Espírito SantoOnde histórias criam vida. Descubra agora