Capítulo 24

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Os dias foram se passando, eu estava pagando por tudo aquilo que eu havia feito. Sentia muitas dores na cabeça e no corpo, mas já estava podendo ficar de pé. Então, com dificuldades, me ajoelhei e pedi perdão ao Espírito Santo.

Perguntei porque aquilo tudo havia acontecido comigo no dia da entrevista. Eu entreguei todo meu dia para Ele e mesmo assim nada havia dado certo.

Não sei se pelo esforço de ter me ajoelhado estando ainda fraco ou se por qualquer outra coisa, o fato é que desmaiei. Mas dessa vez foi diferente, sentia algo entranho e ao mesmo tempo confortante. Eu já não estava mais no hospital e sim em lugar muito lindo, indescritível; era tudo perfeito.

Ouvi uma voz me chamando próximo de uma arvore belíssima. Não podia ver o rosto de quem me chamava, então perguntei quem era e Ele respondeu que era meu amigo e que havia me chamado pois precisávamos ter um particular.

Antes mesmo de eu abrir a boca, Ele disse que tinha que me contar porque aquilo tudo havia acontecido comigo. Disse que estava muito feliz por mim, mas que naquele manhã o anjo da morte estava doido para me levar. Então Ele enviou anjos de luz para guerrear por mim. E, para não me sentir mal enquanto isso acontecia, Ele me deixou dormir mais um pouquinho fazendo com que meu celular se desligasse.

Já abaixei minha cabeça envergonhado. Ele continuou. Disse que ficou triste por eu não ter me alimentado direito naquela manhã. Disse que como eu havia acordado com muita pressa eu iria ligar a cafeteira de qualquer jeito, fazendo com que desse um curto e eu tomasse um grande choque. Ele não queria que aquilo acontecesse, pois sabia que eu tinha que estar bem para aquela entrevista.

De cabeça baixa eu começava a chorar. Ele enxugava minhas lagrimas dizendo que ainda não havia terminado. Então disse que quando eu ia sair de casa me fez tentar desistir, pois sabia que o pior ainda estava para acontecer. Mas como eu estava tão apressado para ir naquela entrevista, eu nem havia notado que era ele me alertando.

Então peguei o carro e saí em alta velocidade. Ele disse que diversas vezes guiou o meu carro, mas que na primeira curva me fez bater numa árvore. Ergui minha cabeça assustado e perguntei porque Ele havia feito aquilo, eu poderia ter morrido! Ele sorriu e disse que não, jamais iria permitir que eu morresse daquela forma, e que permitiu aquilo porque bem mais a frente eu iria me deparar com uma gravida atravessando a rua, e como estava em alta velocidade, eu iria acabar atropelando-a, causando sua morte e a do bebê. Em seguida meu carro capotaria, me deixando paralitico. Também disse que não valeria a pena esse sacrifício todo por aquela vaga de emprego, pois naquele lugar eu não seria valorizado e sim explorado.

Então no mesmo instante pude perceber que eu não era nada diante dele, e que eu não poderia mais perder tempo O acusando ou fazendo perguntas, e sim me arrepender dos meus erros e aprender a dar valor a nossa amizade, sem perguntar o porquê das coisas.

Peguei em Sua mão, agradeci, e pedi perdão pelas minhas falhas, por ser tão egoísta e por não ter valorizado a nossa amizade. Então Ele, com sua doce voz, disse amém e me abraçou.

Amigo Espírito SantoOnde histórias criam vida. Descubra agora