Capítulo 28

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Com esse grande reconhecimento minha pequena editora cresceu, e o trabalho começou a dobrar. Eu já não estava dando conta de tantos escritores querendo lançar livros comigo. Foi ai que resolvi contratar outras pessoas.

Admiti uma auxiliar de RH para me ajudar com a contratação dos outros profissionais. Passamos os dias selecionando currículos. Entramos em contato com muitos profissionais. Infelizmente, eu ainda não podia contratar todos os selecionados, mas apenas dois para cada área da empresa. É claro que a vaga mais disputada era a de editor chefe, então só selecionei aqueles currículos que me pareceram aptos para essa vaga.

Pedi para o Espírito Santo tomar a frente de cada entrevista, para que eu pudesse escolher cada profissional sabiamente. Também pedi para que Ele viesse preparar um emprego bom para aqueles que não selecionei, pois minha vontade mesmo era contratar todos. Mas como ainda eu não tinha tanta condição assim, o que eu podia fazer no momento era apenas desejar o melhor para eles.

No dia seguinte, ao chegar à minha empresa, fiquei impressionado com a quantidade de pessoas que estavam aguardando a entrevista. Admitimos primeiro os cargos mais baixos da empresa, e deixamos os outros para o final. Para os cargos mais importante, além da entrevista eu queria ter uma conversa com cada profissional.

Finalmente chegou a hora da entrevista para o cargo de editor chefe. Eu procurava alguém parecido comigo. Que estivesse disposto a aprender, que fosse educado, dedicado e que, acima de tudo, se portasse como um grande profissional, pois era isso que minha empresa precisava.

A cada entrevista me impressionava mais. Eram tantas pessoas qualificadas para a vaga que fica muito difícil escolher com qual ficar. Então dei uma parada para respirar e me tranquei em minha sala. Pedi uma direção para meu amigo, pois só Ele poderia me mostrar a pessoa certa para a vaga, então pedi para ele me surpreender.

Quando estava prestes a falar qual candidato eu havia escolhido, a auxiliar disse que ainda tinha mais uma pessoa pra entrevista, e que ela havia chegado, então a pedi para entrar.

Quando a candidata entrou, comecei a chorar. Não consegui segurar a emoção, pois aquela última candidata era a minha escolhida, aquela que o Espírito Santo havia preparado para ser minha mulher, a que um dia chamei de estranha e desengonçada.

Mas dessa vez ela estava tão mudada! Estava mais bonita. Finalmente eu a via com outros olhos. Sem entender nada ela perguntou por que eu estava chorando. Disse que era porque ela estava lá, diante de mim. Ela não se lembrava de mim. Fiz questão de lembrá-la. Disse que um tempo atrás ela havia trabalhado para mim como estagiária, e no dia mais esperado por ela eu havia dado a vaga para outra pessoa. Ela sorriu envergonhada e disse que estava lembrada. No mesmo momento perguntou se já podia ir embora. Perguntei o motivo e a candidata disse que era óbvio que a mesma historia iria se repetir.

No mesmo instante peguei a mão dela e pedi perdão por não ter dado a vaga que era para ter sido dela. Falei que, da mesma maneira que o Espírito Santo havia falado com ela naquele dia, Ele também havia tentado falar comigo. Mas como eu estava tão focado na outra estagiária acabei não conseguindo ouvi-lo.

Disse para ela esquecer o passado, que de alguma forma o meu amigo estava me dando mais uma oportunidade de fazer a coisa certa. Então cheguei bem perto dela e disse para ela ficar à vontade, pois ela acabava de se tornar minha mais nova editora chefe.

Emocionada, me abraçou e agradeceu. Meu coração estava acelerado, faltava saltar pela boca. Estava me sentindo como um adolescente descobrindo oque é o amor. Agradeci aos outros candidatos e comecei o processo de admissão.

Agradeci meu amigo pela surpresa, e prometi que dessa vez iria fazer tudo certo, pois eu já sabia que ela era a minha prometida. Então eu não tinha que me preocupar com nada e sim deixar as coisa fluírem.

Os dias foram se passando e nós nos tornamos grandes amigos, ela me fazia muito bem. Começamos dividir experiências, e ela já estava adaptada ao nosso ambiente de trabalho. Claro que fiz questão de deixá-la em uma sala bem próxima da minha.

Um dia ouvi um grito vindo da sala dela. Não sei como, mas ela havia prendido sua blusa em uma gaveta e não conseguia tirar. Fui ajudar e quando puxei, ela caiu em meus braços. Ficamos segundos nos olhando, foi quando o Espírito Santo tocou em meu coração e disse que o momento havia chegado.

Então peguei na mão dela e disse que eu estava apaixonado por ela, e gostaria de saber se ela aceitava namorar comigo. Ela sorriu e disse que sim, que sonhou tanto com esse dia!

Eu a beijei, Peguei em sua mão, fechamos os olhos e no mesmo instante agradecemos ao Espírito Santo, pois realmente valeu a pena ter esperado por esse momento.

Amigo Espírito SantoOnde histórias criam vida. Descubra agora