Capítulo 11 - Vidas Complicadas

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Sasuke

"Com toda a força de seu pulmão, com toda raiva que sentia transbordar em seu coração, ele gritou afim de se livrar daquela terrível agonia:

— EU TE ODEIO, FUGAKU! QUAL É A GRAÇA DE VER SEUS FILHOS SOFREREM?

O Dragão, compadecido da aflição de seu único amigo, juntou-se a ele na beira do rio e rugiu, mostrando todo o apoio que ele seria capaz de oferecer.

Sasuke, apenas naquele momento, permitiu-se sorrir.

Mas, então, o momento se foi."

}|*|{

Meus olhos abriram-se lentamente. As pálpebras recuando enquanto piscava atônito, ajustando minhas írises à falta de iluminação. Manchas escuras recaíram sobre elas, bloqueando minha visão e desencadeando uma forte vertigem que se alastrou por todo o meu corpo. Espreguicei-me até ter coragem de erguer o tronco e me sentar sobre minha confortável cama dentro da fortaleza dos Uchihas, esfreguei os olhos e bocejei, tentando ao máximo espantar o sono que ameaçava me arrastar de volta para os confins da minha mente.

E não seria algo de todo mal, considerando o que ando vivendo nesses últimos tempos.

Já fazem sete dias desde que o Festival de Galkmánour aconteceu, Konohagakure estava enfim voltando a sua rotina, mas, em compensação, minha vida só estava se emaranhando cada vez mais.

Não converso com Sakura desde aquele fatídico dia, a evito o quanto me é possível, e tenho certeza que ela anda fazendo o mesmo, pelo nosso próprio bem.

Veja, os treinos ainda não foram retomados e os Hunters estão dispersos por conta de reorganização pós-festival. Em outras palavras, não havia motivos para encontrá-la, nem ela a mim, o que fiz foi somente me prevenir de uma situação embaraçosa e desagradável.

Sinceramente, não sabia nem como poderia olhar nos olhos dela novamente.

Justo agora que finalmente estávamos começando a criar uma amizade legal... Suspirei, não havia mais nada a fazer. O estrago estava feito. E não é como se o fato de retribuirmos os sentimentos um do outro ajudaria a convencer nossos pais a esquecer essa ideia insana de casa-la com meu irmão.

Resoluto em deixar esses pensamentos trancados no fundo da minha mente, finalmente me levantei da cama, coloquei minhas roupas e sai em direção a clareira onde Aoda me esperava.

No caminho, parei na cozinha central para pegar os peixes com senhora Anko, como de costume. Estranhamente, ela nunca me questionou sobre o destino daqueles peixes ou para que eu sempre precisava de tantos, nem mesmo uma pergunta si quer, ao mesmo tempo que isso me tranquilizava também me enchia de um certo receio, mesmo sabendo que eu podia confiar nela. Afinal, Anko mora em Konoha desde que me lembro por mim mesmo, ela viu a maioria de todos nós crescer, quase como uma avó com um coração gigantesco. Não poderia imaginar algo assim vindo dela.

Se bem que, depois dos episódios que aconteceram com aquela pessoa das Kildenes...

Enfim, bloqueei mais esse pensamento e continuei com o meu caminho até Aoda, hoje, definitivamente, não seria um bom dia para fritar minha cabeça com mais e mais dúvidas.

Durante o percurso me permiti observar os arredores da cidade, as pessoas andando de um lado para outro, os clãs se organizando e a movimentação intensa por cada canto possível, o começo do verão, geralmente, sempre era assim.

Os comerciantes trabalham a todo vapor. Os pescadores dos Clãs Uzumaki e Haruno aproveitam as águas quentes para içarem suas redes e pescar o quanto conseguirem. Os ferreiros preparam suas armas, os agricultores, suas colheitas.

RIDDARE DRAKAROnde histórias criam vida. Descubra agora